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Coreia do Norte reafirma em discurso na ONU que não abrirá mão de armas nucleares

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Vice-ministro Kim Son-gyong diz que exigência de desnuclearização fere a soberania do país e critica exercícios militares de EUA, Coreia do Sul e Japão

Por Informa Rondônia - segunda-feira, 29/09/2025 - 19h24

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Porto Velho, RO – A Coreia do Norte declarou nesta segunda-feira (29) que não pretende encerrar seu programa nuclear. A posição foi apresentada pelo vice-ministro das Relações Exteriores, Kim Son-gyong, durante a 80ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York. Segundo ele, impor a desnuclearização significaria exigir que o país renuncie à própria soberania, à Constituição e ao direito de existir.

Em seu discurso, o diplomata afirmou que a política nuclear foi incorporada como princípio na Constituição norte-coreana, tornando-se inegociável. “Nós nunca abriremos mão da nuclearização, que é nossa lei de Estado, política nacional e de soberania, bem como do direito à existência. Em nenhuma circunstância jamais abandonaremos esta posição”, declarou.

O representante acusou Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão de ameaçarem a estabilidade regional com exercícios militares conjuntos. Ele disse que esses treinamentos, realizados de forma cada vez mais ofensiva, chegariam a simular ataques atômicos contra a Coreia do Norte.

Kim também afirmou que “graças à maior dissuasão física de guerra do nosso Estado, em proporção direta à crescente ameaça de agressão dos EUA e seus aliados, a vontade dos Estados inimigos de provocar uma guerra está completamente contida e o equilíbrio de poder na Península Coreana está assegurado”.

A ida de Kim Son-gyong marcou o retorno de um integrante do alto escalão de Pyongyang ao púlpito da Assembleia Geral após sete anos. A última vez em que um representante direto do governo central discursou foi em 2018, quando o chanceler norte-coreano participou do encontro em Nova York.

O vice-chanceler também fez críticas ao funcionamento das Nações Unidas, afirmando que a organização não pode ser conduzida por um pequeno grupo de países. Para ele, é necessário ampliar a representatividade de Estados em desenvolvimento e reformar a instituição para garantir equilíbrio na governança internacional.

Durante sua fala, o diplomata norte-coreano acrescentou que o mundo não deve comemorar os 80 anos sem uma guerra mundial, mas reconhecer que as ameaças permaneceram constantes. Ele classificou o atual momento como o mais turbulento desde a Segunda Guerra, com violações de soberania, disputas comerciais e instabilidade econômica global.

O discurso ocorreu um dia depois de a chanceler norte-coreana, Choe Son Hui, visitar Pequim e se reunir com Wang Yi, ministro das Relações Exteriores da China. Foi a segunda viagem em um mês, reforçando a proximidade com o principal aliado do regime. A diplomata transmitiu mensagem de Kim Jong-un (foto) a Xi Jinping, na qual afirmou que a relação entre os dois países é inabalável e deve avançar conforme “as exigências dos novos tempos”.

A Coreia do Norte está submetida a sanções do Conselho de Segurança da ONU desde 2006, reforçadas nos anos seguintes devido ao avanço de testes nucleares e de mísseis balísticos. A Rússia e a China defendem o alívio das medidas por razões humanitárias e para estimular a retomada de negociações. Desde 2022, Moscou intensificou a aproximação com Pyongyang e estreitou laços militares, incluindo intercâmbios em meio à guerra na Ucrânia.

Apesar da retórica rígida, Kim Jong-un afirmou recentemente que não descarta negociações com os Estados Unidos, desde que Washington abandone a exigência de que o país desista de seu arsenal nuclear. O presidente norte-americano, Donald Trump, expressou interesse em se reunir com o líder norte-coreano ainda neste ano.

AUTOR: INFORMA RONDÔNIA





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