Partido reforça presença na “Caminhada da Esperança”, mantém compromisso com Lula e organiza nominatas completas para 2026
Ao contrário do que apontam os discursos mais otimistas dos adversários, o MDB se mobiliza para exibir toda a força de seu histórico potencial eleitoral em Rondônia nas eleições de 2026. Embora integrado à união das diversas legendas que formam a “Caminhada da Esperança”, o MDB reúne lideranças expressivas com candidaturas viáveis para todos os cargos em disputa. A legenda não se limita à sua estrela maior, o senador Confúcio Moura.
Já estão em andamento as articulações para nominatas completas de deputados federais e estaduais, além de nomes de peso para governo do estado e Senado. A discussão sobre a federação nacional com o Republicanos não é vista como empecilho, já que, segundo o líder do MDB no Senado, Eduardo Braga, os partidos poderão manter “características e identidade”.
Braga defende a formação da federação como resposta às alianças já consolidadas no Congresso. “Depois da formação das alianças PT-PCdoB-PV e União Brasil-Progressistas, quem não federar vai ficar um tanto quanto isolado do processo político no Congresso”, afirmou. Atualmente, o MDB conta com 12 senadores e 42 deputados, enquanto o Republicanos soma 4 representantes no Senado e 45 na Câmara, entre eles o presidente da Casa, Hugo Motta. Juntos, os dois partidos alcançariam 16 senadores e 87 deputados.
O movimento em Brasília não interfere na possibilidade de candidaturas regionais. Braga lembrou que o Republicanos tem em seus quadros o governador Tarcísio de Freitas, citado como possível candidato à Presidência. Mas ressaltou que o MDB mantém compromisso com o presidente Lula e que “isso não será mudado”. A mesma lógica deverá valer em Rondônia. No estado, o presidente da Assembleia Legislativa, Alex Redano, do Republicanos, atua como pré-candidato ao governo, mas o MDB permanece alinhado ao governo Lula e ao bloco da “Caminhada da Esperança”, sem abrir mão de lançar seus próprios nomes ao governo e ao Senado.
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A conhecida frase de Magalhães Pinto — “Política é como uma nuvem: você olha, está de um jeito; você olha de novo e já mudou” — é frequentemente usada para justificar leituras de instabilidade. Porém, os articuladores do MDB contestam as análises locais que insistem em fixar os percentuais da última eleição presidencial, com 70% do eleitorado rondoniense associado à direita e 30% à esquerda. Ainda que se admita essa proporção, a união de forças de centro-esquerda organizada pela “Caminhada da Esperança” pode, no mínimo, influenciar decisivamente a sucessão estadual.
O cenário nacional também impacta Rondônia. Lula, que havia registrado baixa popularidade em junho, após a derrubada de seu decreto do IOF, apresenta recuperação consistente. Contribuem para isso fatores como a reação ao tarifaço de Donald Trump, a rejeição ao projeto de anistia para Jair Bolsonaro e a derrota da chamada PEC da bandidagem, sepultada por votação unânime na CCJ do Senado após manifestações em todas as capitais.
Além disso, a tensão da extrema direita em torno da defesa do que chama de “legado da família” levou o governador Tarcísio de Freitas a anunciar sua desistência da disputa presidencial, movimento interpretado como recuo momentâneo. O conjunto desses elementos reforça a posição do MDB e de seus aliados no bloco “Caminhada da Esperança”, que ganha cada vez mais protagonismo no debate eleitoral de 2026.
Por enquanto!
