Bombardeios com mísseis e drones atingiram principalmente a região de Lviv; Polônia acionou caças e OTAN elevou nível de prontidão aérea
Porto Velho, RO – Cinco pessoas morreram e dezenas de milhares ficaram sem eletricidade na Ucrânia após uma série de ataques com mísseis e drones realizados pela Rússia durante a madrugada, segundo informou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Entre as vítimas estão quatro integrantes de uma mesma família, incluindo uma adolescente de 15 anos, mortos na vila de Lapaivka, próxima a Lviv, região que concentrou a maior parte das ofensivas. Outra pessoa morreu em Zaporizhzhia.
De acordo com o governo ucraniano, a Rússia lançou mais de 50 mísseis e cerca de 500 drones de ataque. A Força Aérea da Ucrânia contabilizou um total de 549 projéteis, entre mísseis e drones, durante os ataques.
O chefe regional de Lviv, Maksym Kozytskyi, declarou que foi o maior bombardeio à região desde o início da invasão russa em 2022. Ele afirmou que 163 artefatos aéreos foram identificados no espaço aéreo local. Além das vítimas fatais, um parente e dois vizinhos ficaram feridos no ataque que destruiu a casa da família em Lapaivka.
As ofensivas também atingiram as regiões de Ivano-Frankivsk, Chernihiv, Sumy, Kharkiv, Kherson, Odesa e Kirovohrad, segundo Zelensky. Ele declarou: “Precisamos de mais proteção e da implementação mais rápida de todos os acordos de defesa, especialmente em relação à defesa aérea, para privar esse terror aéreo de qualquer significado. Um cessar-fogo unilateral nos céus é possível – e isso poderia abrir caminho para uma diplomacia real.”
A Rússia afirmou que realizou um “ataque maciço” contra alvos militares e de infraestrutura ucraniana. Em resposta, a Polônia enviou caças para proteger seu espaço aéreo, e aeronaves da OTAN também foram mobilizadas. O comando operacional polonês informou na plataforma X que “aeronaves polonesas e aliadas estão operando em nosso espaço aéreo, enquanto os sistemas de defesa antiaérea e de reconhecimento por radar foram colocados no mais alto estado de prontidão”.
Às 05h10 (02h10 GMT), todo o território ucraniano estava sob alerta aéreo. O Ministério da Energia da Ucrânia informou que as ofensivas causaram danos em instalações nas regiões de Zaporizhzhia, Chernihiv e Sumy.
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Em Zaporizhzhia, o governador Ivan Fedorov relatou que mais de 73 mil consumidores ficaram sem eletricidade após uma usina ser atingida. Ele confirmou a morte de uma mulher e o ferimento de várias pessoas, incluindo uma jovem de 16 anos. Fedorov publicou imagens de um edifício parcialmente destruído e de um carro incendiado.
Interrupções emergenciais de energia também foram registradas em Chernihiv e Sumy. Em Lviv, o prefeito Andriy Sadovyi informou que parte da cidade – localizada a cerca de 70 km da fronteira com a Polônia – ficou sem energia elétrica. Segundo ele, os sistemas de defesa aérea atuaram intensamente para interceptar drones e mísseis.
A Força Aérea ucraniana relatou que houve impactos diretos de oito mísseis e 57 drones em 20 localidades do país, além de fragmentos de armas abatidas em outras seis. No total, 478 mísseis e drones foram derrubados, e seis não atingiram seus alvos.
O transporte público em Ivano-Frankivsk foi suspenso temporariamente e retomou mais tarde. Por volta das 6h (03h GMT), a Ucrânia voltou a registrar ameaças de novos ataques.
Desde o início da invasão em 2022, as forças russas controlam a maior parte da região de Donbas, incluindo Luhansk e Donetsk, além da Crimeia, anexada em 2014. Estima-se que cerca de um quinto do território ucraniano esteja sob domínio russo.
Na Rússia, o Ministério da Defesa informou que unidades de defesa aérea abateram 32 drones ucranianos durante a madrugada. Em contrapartida, a Ucrânia tem intensificado ataques a refinarias em território russo, o que tem provocado escassez de combustível em algumas regiões.
Na semana anterior, o enviado especial dos Estados Unidos para a Ucrânia, Keith Kellogg, afirmou em entrevista que Washington apoiaria ofensivas ucranianas em território russo. Questionado se essa era a posição do ex-presidente Donald Trump, Kellogg respondeu: “A resposta é sim. Use a capacidade de atacar em profundidade; não existem santuários.”