Senador do MDB relaciona julgamento de Jair Bolsonaro à ascensão de autocracias e defende o controle do ambiente digital para preservar a democracia
Porto Velho, RO – O senador Confúcio Moura (MDB) publicou no domingo (5) o texto “Ajustes e Desajustes”, no qual apresenta uma análise poética sobre o momento político atual. O parlamentar menciona o crescimento da extrema-direita, o fortalecimento de regimes autocráticos, a necessidade de regulação da internet e o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Logo na abertura do texto, Confúcio escreve: “Nosso destino é feito de ajustes e desajustes. Vivemos o tempo da incerteza: um mundo em guerra, democracias sitiadas, políticas grotescas que soam como ecos — Trump, símbolos da sombra.” A citação a Donald Trump é usada como exemplo de um cenário mundial em que “o mundo se inclina à extrema-direita, às autocracias que se erguem como muros”.
O senador também traça paralelos com a realidade brasileira, descrevendo o país como “ainda fechado em si mesmo, latino, preso às correntes do passado: a escravidão que ainda sussurra, o patrimonialismo que nunca nos deixa”. O trecho propõe uma reflexão sobre permanências históricas e sobre o impacto dessas estruturas na sociedade atual.
Em outro ponto, Confúcio faz menção à instabilidade fiscal e política do Brasil: “Seguimos no improviso, um país de crises fiscais, onde cada governante gasta sem poder e o próximo apaga incêndios.” Em seguida, questiona: “E se o Brasil não existisse, faria falta ao mundo?”, frase que levanta uma ponderação sobre o papel do país no cenário internacional.
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Entre os temas centrais, o senador enfatiza a importância da educação e o controle do ambiente digital. Ele escreve: “Ao menos, cuidar da educação: ajustar e educar, olhar para os submundos esquecidos, levantar o pó escondido sob o tapete. Regular o caos da internet, conter o crime que se infiltra por suas frestas.” A passagem reflete a preocupação com os impactos da desinformação e o uso indevido das redes.
O texto também faz referência ao julgamento de Jair Bolsonaro, ocorrido na mesma semana: “Na semana do julgamento de Bolsonaro, falamos de futuro e de orçamento, buscando ânimo, enquanto os anos correm, e os golpes, sempre mais frequentes, nos atravessam.” O senador relaciona o episódio à polarização política e à sensação de constante instabilidade institucional.
Na parte final, Confúcio aborda o papel do Congresso Nacional: “Um Congresso que governa sem nome, sem parlamentarismo, mas que manda, sim, segura o Executivo pelas rédeas, e no fim, dá cavalo de pau.”
A publicação, feita nas redes sociais e no portal oficial do parlamentar, mantém o tom literário característico de seus textos, destacando temas recorrentes em sua trajetória pública, como a defesa da educação, a moderação política e a responsabilidade digital.
CONFIRA O TEXTO PUBLICADO PELO SENADOR:
