Disputas internas, indefinições partidárias e estratégias populistas moldam o início das articulações para as próximas eleições no Estado
Nesta quinta-feira, 16, o jornalista Carlos Sperança aborda as movimentações políticas que começam a desenhar o tabuleiro eleitoral de Rondônia para 2026. Enquanto o senador Marcos Rogério (PL) avalia se disputa o governo ou tenta a reeleição, o também senador Confúcio Moura (MDB) mantém silêncio sobre uma possível candidatura, e o deputado federal Fernando Máximo (PL) aposta na força do eleitorado bolsonarista e na tradição de políticos goianos bem-sucedidos no Estado. As articulações, ainda em estágio inicial, revelam um cenário de indefinições e disputas veladas que prometem intensificar o clima político nos próximos meses.
Que o mercado resolva
Além de seus mistérios, contradições e paradoxos, a Amazônia apresenta desafios e situações originais e surpreendentes. Quanto à população, ela se caracteriza pela atração de migrantes, tendência que permanece, mas ocorre também a retirada de habitantes da região para o Sul. Isso se explica pelas reações de quem migrou do Sul para a Amazônia e ao ver o estreitamento de oportunidades recebe informações sobre a ampliação de oferta de trabalho e maiores salários nas regiões de origem.
Há mais postos de trabalho vagos, por exemplo, quando os filhos de agricultores que enriquecem saem a viajar pelo mundo e os filhos de balconistas e garis se formam em universidades, disputando empregos de melhor remuneração com a classe média. Como tudo se dá livremente, sem planejamento nem previsão, o mercado vai tratando de acomodar quem parte e quem chega.
O presidente Lula sempre se elegeu levantando a bandeira do combate à fome. Pelo tempo em que está no governo já deveria ter cumprido a promessa, mas sempre se pode alegar que nos governos Temer e Bolsonaro as prioridades foram outras e interromperam sua sequência. De qualquer forma, é chocante ver José Graziano da Silva, ex-diretor-geral da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) e idealizador do programa Fome Zero, afirmando que o grande foco da fome no Brasil de hoje é a Amazônia. Falta planejar e cumprir.
Garimpos ilegais
A população de Porto Velho volta e meia manifesta sua surpresa com o desaparecimento de tantas jovens na capital rondoniense. Recomenda-se as autoridades policiais, diante de informações recebidas de algumas garotas de programa que salvaram a pele fugindo dos seus algozes, também direcionar suas investigações nos garimpos ilegais de Rondônia e Mato Grosso. Parte das desaparecidas, segundo estas mesmas fontes, podem estar mortas, sejam jogadas nas águas do Rio Madeira ou nas proximidades dos morros dos garimpos do Mato Grosso. Coisa macabra.
As festividades
Enfatizo, em desenvolvimento, as festividades alusivas aos 42 anos da Assembleia Legislativa de Rondônia. Pela importância do evento, dedico a coluna de domingo a respeito da trajetória da casa de leis, com grandes momentos na sua história, como a elaboração marcante da Constituinte de Rondônia e grandes vexames de corrupção que redundaram até na aparição no programa Fantástico da Rede Globo, com o então governador Ivo Cassol desmoralizando quase a legislatura inteira por causa de chantagens e cobrança de propinas. É coisa de louco!
AS ÚLTIMAS OPINIÕES
++++
Definições distantes
Ainda estamos distantes de definições do cenário para a disputa envolvendo o Palácio Rio Madeira, sede do governo estadual. Já definido mesmo, o vice-governador Sergio Gonçalves (União Brasil). Um dos favoritos nesta peleja, o senador Marcos Rogério (PL), tem a recomendação da família Bolsonaro para disputar o Senado. O deputado federal Fernando Máximo (PL), depende de mudança de partido e de acertos com outras lideranças bolsonaristas para embalar o pé. O Senador Confúcio Moura (MDB) ainda não confirmou a disposição de enfrentar nova disputa ao CPA. Temos ainda Adailton Fúria (PSD), o jovem prefeito de Cacoal, buscando ampliar seu raio de ação.
Ex-prefeitos pelejando
Uma carrada de ex-prefeitos entra na briga por cargos eletivos nas eleições do ano que vem. Desde Mauro Nazif (PSB-Porto Velho), Hildon Chaves (PSDB-Porto Velho), Roberto Sobrinho (PT-Porto Velho), Jesualdo Pires (PSB-Ji-Paraná), Esaú Fonseca (União Brasil-Ji-Paraná), Adelino Folador (UB-Cacaulândia), sem contar com o atual prefeito de Cacoal Adailton Fúria (PSD) que promete deixar o cargo para entrar na peleja do CPA. De todos eles, apenas Hildon Chaves e Fúria miram o governo estadual, os demais relacionados buscam cadeiras a Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados.
Tudo travado
Mas se as definições na disputa pelo governo ainda precisam clarear, também a empolgante peleja pelas duas cadeiras ao Senado, atualmente ocupadas pelos senadores Marcos Rogério (PL) e Confúcio Moura (MDB). Ambos ainda não decidiram se disputam a reeleição ou entram na briga pelo governo estadual. A ex-deputada federal Mariana Carvalho (União Brasil) ainda costura acordos para a disputa. O governador Marcos Rocha (União Brasil) confirma seu nome na peleja, o ex-senador Acir Gurgacz (PDT) informa que estará livre das amarras em fevereiro também firmando sua candidatura.
Aposta na tradição
Ao projetar uma possível postulação ao governo estadual, o populista deputado federal Feirando Máximo aposta na tradição bem-sucedida nas urnas dos políticos goianos. Desde o governador Jeronimo Santana (MDB Porto Velho), ao senador Olavo Pires (PTB-Porto Velho), ao vice-governador Assis Canuto (PDS-Ji-Paraná), ao prefeito da capital Jose Guedes (PSDB-Porto Velho) os políticos goianos são bem-sucedidos nas eleições. Isto acontece desde as primeiras eleições gerais do estado de Rondônia em 1982, com fartura de goianos eleitos.
Via Direta
*** Que os passageiros com destinos a outras regiões do País fiquem atentos aos voos das companhias aéreas em Rondônia Já começaram alguns atrasos e no final de ano sempre é uma balburdia *** Em Ariquemes é grande expectativa para a construção, já em andamento, da nova rodoviária e a efetivação do aeroporto regional do Vale do Jamari *** Armas e tráfico de drogas cada vez mais perto dos estabelecimentos de ensino em Porto Velho. Os traficantes ficam à espreita o tempo todo nas proximidades *** Urge esforços da prefeitura da capital e do governo estadual para fazer funcionar a patrulha escolar para proteger alunos e professores contra a violência. Tempos difíceis.
