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A VERDADE QUE DÓI
E Porto Velho não alaga mais…

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Um ano depois da vitória nas urnas, prefeito Leonardo Barreto enfrenta críticas por falta de avanços em saneamento, infraestrutura e mobilidade em Porto Velho

Por Professor Nazareno - segunda-feira, 20/10/2025 - 08h40

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Professor Nazareno*

Está fazendo quase um ano que o senhor Leonardo Barreto se elegeu prefeito de Porto Velho depois que “dançou” freneticamente em uma poça de água da chuva lá no encontro das ruas Rio de Janeiro e Guaporé, próximas à zona leste da capital mais suja e imunda do país. Essa dança aconteceu na noite anterior às eleições que colocaram este paranaense de Foz do Iguaçu à frente da administração da cidade. Barreto foi eleito prometendo tirar Porto Velho das últimas colocações em IDH dentre as capitais do país. Um ano já se passou e até agora os habitantes locais continuam “bebendo água de bosta”, como observou uma das candidatas naquela campanha eleitoral. Há um ano, a capital tinha apenas 2,8 por cento de saneamento básico e 34 por cento de água encanada, apesar de ser banhada pelo enorme rio Madeira, um dos maiores rios do mundo de água potável.

Dizer que Porto Velho já não alaga mais, é uma maneira que parte da mídia encontrou para adular o novo prefeito. Há, sim, ainda muitas áreas sensíveis que alagam com uma chuva mais intensa. Principalmente nas periferias da problemática cidade. O problema não foi resolvido. Hoje, a capital dos rondonienses ainda continua com os mesmos 2,8 de saneamento básico e quem quiser beber água por aqui tem que se valer dos poços cavados ao lado de fossas sépticas. Bosta líquida em fartura. Muito diferente de Foz do Iguaçu, Maringá e algumas outras cidades limpas, asseadas e com um IDH de fazer inveja a cidades do Primeiro Mundo.  Mas não sejamos tão injustos assim: a sujeira da cidade até que diminuiu um pouco. Mas só onde a vista alcança. Limpa-se em cima das ruas, mas a falta de esgotos encobre a sujeira e as estatísticas sobre qualidade de vida.

Sem saneamento básico, Porto Velho jamais será uma cidade limpa. Além do mais, aqui nós temos ainda o “açougue” João Paulo Segundo, que faz as vezes de hospital de pronto-socorro envergonhando a todos os munícipes, apesar de que fazer um bom hospital não seja uma das atribuições do falante e “influencer” prefeito Barreto. Mas por que não se fala em construir um pronto-socorro municipal? Falemos também da falta de um porto decente no rio Madeira. Ir a Calama e a outros distritos do baixo Madeira é um sacrifício enorme. Não há porto rampeado e por isso tem-se que descer dezenas de degraus inseguros num barranco escorregadio e íngreme. Uma verdadeira via-crúcis. O prefeito não viu isso ainda? Por que o porto rampeado, doado pela Santo Antônio Energia, e que funcionou muito bem durante uns dois anos, tem que ser administrado por Manaus?

Leonardo Barreto tem só um ano administrando a “currutela fedida”, dizem os seus defensores, mas os problemas são tantos e tão urgentes que precisavam ser atacados de imediato. Trazer Joelma para cantar e divertir seus admiradores e fãs não vai mudar em nada a realidade de ninguém. Nem trazer limpeza nas vias públicas. Porto Velho precisa de trabalhos sérios na sua infraestrutura e não só de “pão e circo”. Uma cidade violenta, sem árvores e com pouca ou nenhuma mobilidade urbana precisa deslanchar o mais rápido possível. Aqui até os voos no acanhado aeroporto local são escassos e também caríssimos. Outra vergonha absurda: pessoas viajam para Rio Branco e para Cuiabá se quiserem voos mais baratos. E os 200 milhões do Novo PAC? Dentre as 100 maiores cidades do Brasil, em 2025 somos a última em IDH, mas subimos uma posição em IPS, Índice de Progresso Social. Só ganhamos de Macapá. Coitados dos amapaenses!

*Foi Professor em Porto Velho.

AUTOR: PROFESSOR NAZARENO





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