Movimentações políticas em Rondônia e no país expõem alianças, rupturas e incertezas que redesenham o cenário eleitoral de 2026
Nesta terça-feira, 21, o jornalista Carlos Sperança aborda as novas articulações políticas que marcam o tabuleiro eleitoral de 2026. Em Rondônia, o senador Marcos Rogério tenta consolidar seu grupo dentro do PL enquanto negocia com Fernando Máximo e Leo Moraes uma chapa única ao governo. Já o prefeito Adailton Fúria enfrenta impasses para estruturar sua base partidária e garantir apoio à candidatura majoritária do PSD. No cenário nacional, Ciro Gomes rompe com o PDT e ingressa no PSDB, decisão que provoca reações e reposiciona lideranças históricas em torno de novos projetos de poder.
Batalha esquecida
Como não se fala de corda em casa de enforcado, região que sofreu uma história muito negativa tende a esquecer o passado. No caso da Batalha de Itacoatiara, episódio ocorrido às margens do Rio Amazonas em 24 de agosto de 1932, durante a guerra civil constitucionalista, os rebeldes foram vencidos pelos governistas, como geralmente acontece na história do Brasil.
No Caso Bolsonaro, não foi dada a “ordem” que os amotinados esperavam em “72 horas”, veio a posse de Lula e os governistas perderam o timing para virar a mesa. No episódio de Itacoatiara, o prefeito e o vigário da cidade tentaram demover os rebeldes de atacar os governistas, mas não foram ouvidos. Enquanto discutiam, embarcações ligadas ao governo chegaram e quando foi dada a ordem de atacá-los a consequência foi uma humilhante derrota para os revoltados.
Essa batalha, que muitos preferiam esquecer, pelo desastroso envolvimento de parentes e sócios de antepassados, surge agora, com impacto, na forma de uma história em quadrinhos do artista Rogério Mascarenhas, o Romahs, do Black Eye Estúdio, que faz bem em levantar o episódio. Afinal, a batalha naval de Itacoatiara foi a única do século XX antes da Guerra das Malvinas.
O governo só perde uma batalha quando é muito fraco, como se viu na Proclamação da República. Com as armas da Carta de 1988, o Estado brasileiro é muito forte e não cai a sopro de lobo.
Alianças 2026
Os principais governadoráveis especulados seguem nas mesas de negociações em busca de alianças para galgar o Palácio Rio Madeira, sede do governo estadual de Rondônia. Já parece certo que o senador Marcos Rogério (PL), o deputado federal Fernando Máximo (PL) e o atual prefeito de Porto Velho Leo Moraes (Podemos) estarão no mesmo palanque no pleito do ano que vem. Não está definido ainda se o candidato a governador desta aliança será Rogério ou Máximo. Leo poderá indicar nesta aliança o maninho Paulo Moraes Filho para vice, conforme se fala nos bastidores políticos em novas especulações.
As dificuldades
AS ÚLTIMAS OPINIÕES
Exceto o União Brasil, que conta em seus quadros candidatos expressivos a Assembleia Legislativa e a Câmara dos Deputados de sobra, as demais agremiações estão encontrando dificuldades na estruturação de suas nominatas de apoio aos seus postulantes majoritários. Os governadoráveis Hildon Chaves (PSDB) e o prefeito de Cacoal Adailton Fúria (PSD) estão garimpando nomes para a peleja. Já, a coalizão Caminhada da Esperança, de centro e esquerda, que reúne oito agremiações deverá se dividir em duas composições para abrigar todas as suas candidaturas proporcionais.
Nos estados
Osa bolsonaristas alienígenas estão atacando outros estados. Em Santa Catarina, com o vereador Carlucho Bolsonaro que vai disputar uma cadeira, em Rondônia o cabo Daciolo, em Roraima o deputado federal Hélio Negão. Todos eles cariocas, querendo fazer as lideranças dos outros estados de trouxas. Em Santa Catarina Carlucho vai liderança as primeiras pesquisas, mesmo com os políticos conservadores e até bolsonaristas em pé de guerra. Já, em Rondônia o cabo Daciolo ainda não engrenou enquanto o deputado Negão em Roraima ainda prospecta suas possibilidades naquelas bandas,
Grande cracolândia
As esferas de governos estaduais e municipais de Porto Velho precisam somar esforços para combater os avanços das cracolândias na capital rondoniense. Além dos bairros centrais, objeto de uma onda de assaltos, roubos de fiação elétrica e arrombamento de residências e estabelecimentos comerciais, também as regiões da Zona Leste (Eixo Tancredo/JKs/Ulysses) e Zona Sul (Eldorado/Caladinho/Cohabs) estão infestadas de pontos de vendas de drogas. Ao mesmo tempo a ação social de Porto Velho e do governo estadual não estão dando conta do recado para atender tantos andarilhos e mendigos perambulando pelas ruas. É coisa de louco!
Grande expansão
A partir das inciativas de organizações nos presídios do Rio de Janeiro e São Paulo, o Comando Vermelho chegou a 25 estados e mais o Distrito Federal. Em Manaus, Rio Branco e Porto Velho os presídios estão superlotados de traficantes e as apreensões de drogas das facções criminosas somam a toneladas de cocaína e de maconha pelas rodovias federais, pelos rios que fazem fronteira com a Bolívia, Peru e Colômbia. A organização criminosa, rival do PCC também está chegando forte nos garimpos ilegais a Amazônia, onde se pratica também o tráfico de drogas e atos de piratarias nas embarcações que transportam combustíveis em Rondônia, Amazonas e no Pará.
Via Direta
*** E o PDT nacional perdeu uma de suas maiores lideranças, o ex-governador e ex-ministro Ciro Gomes que ingressou no PSDB para disputar o governo do Ceará *** O PDT segue no projeto de alinhamento com a candidatura do presidente Luís Inácio Lula da Silva à reeleição no ano que vem *** Os ex-prefeitos de Porto Velho Sebastião Valadares e José Guedes penduraram as chuteiras. Não projetam mais disputas de cargos eletivos, como também Carlinhos Camurça que sumiu do mapa *** Já os ex-prefeitos Roberto Sobrinho e Mauro Nazif estarão nas pelejas para cargos a Câmara dos Deputados e Assembleia Legislativa. Ainda não confirmaram quais serão os partidos escolhidos.
