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O mito da imbatibilidade de Ivo Cassol

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Entre churrascadas, velhas estratégias e tentativas de retorno, Cícero Moura questiona o mito da imbatibilidade de Ivo Cassol e reflete sobre o desgaste político de nomes tradicionais em Rondônia

Por Cícero Moura - quarta-feira, 22/10/2025 - 09h36

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Nesta quarta-feira, 22, o jornalista Cícero Moura aborda o simbolismo político em torno de Ivo Cassol, cuja recente confraternização em Rolim de Moura reacendeu debates sobre sua influência e suposta “imbatibilidade”. A análise percorre desde a nostalgia de seus tempos de governo até a constatação de que o cenário eleitoral mudou, destacando ainda os paralelos com figuras como Valdir Raupp e Amazonino Mendes. Moura discute a perda de força desses antigos protagonistas e aponta que, em política, prestígio e popularidade não são bens hereditários, mas conquistas que precisam ser renovadas a cada geração.

CHURRASCADA

No fim de semana, alguns políticos afoitos participaram de um rega bofe na fazenda de Ivo Cassol, em Rolim de Moura.

CHURRASCADA 2

As fotos da “confraternização” estão espalhadas pelas redes sociais. Nas poses, muitos sorrisos de esperança e sucesso.

CHURRASCADA 3

Um dos políticos presentes, bem conhecido por ser espalhafatoso, era a cara do poder. Confiante com a condição de cereja do bolo. Mas, deixamos o devaneio de lado e vamos à realidade.

FOLCLORE

Há quem ainda acredite na lenda de que Ivo Cassol é um candidato “imbatível”, mesmo ele estando inelegível. A ideia até soa bonita para quem insiste em viver de lembranças, mas a realidade é bem menos glamourosa.

PASSADO

Cassol foi, sim, um bom governador — ninguém nega —, mas política não é álbum de figurinhas, em que a mesma imagem vale por décadas.

PRESENTE

O tempo passou, os eleitores mudaram, e os ventos que antes sopravam a seu favor já não são tão generosos.

NÃO PASSOU

Se ser Cassol fosse suficiente para vencer eleições, Jaqueline Cassol já estaria hoje no Governo ou Senado, coroada pela bênção do irmão. Não aconteceu.

REALIDADE

E não foi por falta de esforço, nem de sobrenome estampado em santinhos. O problema é simples: voto não se herda como fazenda de família, nem se transfere como título de carro.

EGO

Mesmo assim, Ivo faz questão de permanecer no centro das atenções. Parece ter necessidade vital de estar no noticiário, de ser lembrado, comentado, aplaudido ou criticado.

EGO 2

Política, para ele, virou palco — e não necessariamente instrumento de transformação. É mais sobre ego do que sobre projeto.

NOME

E agora, como bom patriarca, ensaia lançar a filha na arena política. A estratégia é velha: quando o eleitorado cansa do sobrenome, renova-se a embalagem.

NOME 2

Só que, convenhamos, a fila da política não é camarote de festa, em que basta o sobrenome na lista para entrar.

NOME 3

A cadeira não está reservada, ainda que meia dúzia de urubus se apressem em abrir as asas, prontos para pousar ao lado da nova ungida.

OPINIÃO

A verdade é dura: Cassol não é mais imbatível. Talvez ainda seja barulhento, talvez ainda tenha torcida fiel, mas imbatível não.

OPINIÃO 2

O tempo político dele ficou no passado — e o eleitor, esse sim, já aprendeu que mito político também envelhece.

OPINIÃO 3

Rondônia tem exemplo bem conhecido de político que ficou pelo caminho, embora tenha consolidado o nome em determinado período.

OPINIÃO 4

Valdir Raupp (MDB) se enquadra no perfil. Foi eleito governador do estado de Rondônia, tendo ampla trajetória política que incluiu também mandato de senador.

OPINIÃO 5

Como o tempo passou, seu retorno à cena política está em “incógnita”. Assim como Cassol, Raupp também teve problemas com a Justiça, o que travou seu projeto político.

OPINIÃO 6

Cassol e Raupp sabem que a retomada de candidatura ou de protagonismo político exige que o político esteja elegível e com base partidária/eleitoral ativa. O que não é o caso de nenhum dos dois.

NACIONAL

Não muito longe de Rondônia, temos também um exemplo de político conhecido que ao tentar voltar ou manter protagonismo majoritário, se deparou com derrotas ou crises.

AMAZONAS

Amazonino Mendes foi governador do Amazonas em várias ocasiões, e se tornou símbolo das múltiplas candidaturas estaduais.

AMAZONAS 2

Em 2006, ao tentar nova vitória, foi derrotado. Mesmo tendo histórico forte, o retorno encontrou obstáculos.

AMAZONAS 3

Este exemplo evidencia que o tempo de protagonismo e as mudanças eleitorais (base, eleitorado, partido) afetam o sucesso de uma “volta” à arena majoritária.

OPINIÃO

A “retomada” de cargos executivos após períodos de afastamento ou de outros cargos nem sempre se concretiza, mesmo para quem já foi “mandachuva” estadual.

OPINIÃO 2

Fatores como desgaste pessoal/partidário, adequação ao novo cenário político, normas de inelegibilidade, mudança de base eleitoral e oposição estruturada fazem grande diferença.

OPINIÃO 3

Esses casos servem como alerta para políticos e observadores de que “já ter governado” ou “ser conhecido” não garante automaticamente sucesso em nova tentativa de cargo executivo majoritário.

FRASE

Há políticos que não têm lado, têm cardápio: circulam em todos os grupos apenas para escolher o prato que mais engorda seus próprios interesses.

AUTOR: CÍCERO MOURA





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