Arma subaquática movida a energia atômica é apontada pela Rússia como impossível de interceptar e capaz de gerar tsunamis radioativos
Porto Velho, RO – O governo russo confirmou nesta quinta-feira (30) a realização de um novo teste do torpedo nuclear Poseidon. O anúncio foi feito pelo presidente Vladimir Putin, que descreveu o armamento como um drone subaquático movido a energia nuclear, projetado para transportar ogivas e realizar ataques a longas distâncias. Segundo ele, o equipamento combina características de torpedo e veículo autônomo, sendo capaz de operar por períodos prolongados em grandes profundidades.
Putin declarou que, no teste mais recente, o sistema foi lançado a partir de um submarino e teve a unidade de energia nuclear ativada com sucesso. “Pela primeira vez, conseguimos não apenas lançá-lo com um motor de partida a partir de um submarino lançador, mas também ativar a unidade de energia nuclear, com a qual o dispositivo operou por um determinado período de tempo”, disse o presidente. Ele afirmou ainda que “não há nada igual a isso” e destacou que o torpedo não pode ser interceptado por sistemas de defesa existentes.
O Poseidon mede cerca de 20 metros, pesa aproximadamente 100 toneladas e tem alcance estimado de até 10 mil quilômetros. O torpedo é alimentado por um reator nuclear resfriado a metal líquido, tecnologia que permite operações de longa duração sob o mar. Especialistas em controle de armas apontam que o desenvolvimento do artefato extrapola os limites de tratados internacionais sobre armamentos nucleares.
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De acordo com estimativas, o Poseidon pode transportar uma ogiva de até dois megatons, o equivalente à força de 133 bombas como a lançada sobre Hiroshima em 1945. O armamento recebeu o nome do deus grego dos mares e foi projetado para causar danos severos a regiões costeiras, inclusive com a possibilidade de gerar tsunamis radioativos.
O anúncio ocorre após outros testes conduzidos pela Rússia nas últimas semanas, como o do míssil de cruzeiro Burevestnik, realizado em 21 de outubro, e exercícios estratégicos com armamentos nucleares. Putin comparou o potencial destrutivo do Poseidon ao do míssil intercontinental Sarmat, também conhecido como “Satan II”, e afirmou que ambos representam resposta à expansão da Otan para o leste e à saída dos Estados Unidos do Tratado Antimísseis de 1972.
Em reação às movimentações russas, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou o teste e afirmou que Putin deveria “encerrar a guerra na Ucrânia em vez de testar mísseis movidos a energia nuclear”. Na sequência, Trump determinou que os EUA retomem seus próprios testes com armamento nuclear, medida que Moscou declarou estar pronta para igualar caso o plano americano avance.
 
         
        
 
			



 
                         
                         
                         
                         
                         
                         
                         
                         
                        