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AUDIÊNCIA PÚBLICA
Luizinho Goebel critica rigidez do Ibama e defende mudanças em audiência da Assembleia

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Deputado propõe medidas para conciliar preservação ambiental e desenvolvimento econômico durante reunião da CRATerras

Por Informa Rondônia - segunda-feira, 03/11/2025 - 09h14

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Porto Velho, RO – Durante uma audiência pública realizada na sexta-feira (31) na Assembleia Legislativa de Rondônia, o deputado Luizinho Goebel (Podemos) manifestou preocupação com os impactos das ações do Ibama sobre o avanço de projetos na região. O evento foi promovido pela CRATerras — Subcomissão Temporária criada para acompanhar os embargos de terras feitos pelo órgão ambiental — e teve como foco discutir o processo de licenciamento e o equilíbrio entre a proteção ambiental e o desenvolvimento econômico.

Goebel afirmou que a atuação do Ibama, em muitos casos, é marcada por excesso de burocracia, o que, segundo ele, dificulta iniciativas voltadas ao crescimento produtivo e à geração de emprego e renda. O parlamentar defendeu uma conduta mais colaborativa por parte do órgão, sem comprometer a preservação ambiental, mas com mais atenção às demandas das comunidades afetadas.

Ao discursar, o deputado citou situações enfrentadas por produtores rurais atingidos por incêndios: “Existem coisas que não têm como voltar atrás. Não dá para recuperar aquele cidadão que perdeu tudo, teve seu patrimônio destruído pelo fogo, e agora, com uma nova decisão, a situação mudou. E aí, o que acontece? Quem causou o incêndio vai pagar a conta? Não. Aquele homem ainda está lá, sofrendo. Pensando nesse homem, percebo como é difícil expressar o sentimento que carregamos na alma. Não é só no coração, é na alma mesmo. É aquele lugar bem profundo, no limite. Imagine essa família: tiveram a propriedade queimada, alguns bens materiais, objetos, motos… Tudo foi destruído. E agora, com a reviravolta, tudo mudou. Mas como essa família está hoje? E se alguém for lá amanhã para pagar essa dívida? Mesmo assim, será que essas pessoas vão conseguir se curar de tudo isso algum dia? Acho que nunca. Isso aí nunca vai te acompanhar pelo resto da sua vida. Porque aquilo foi uma situação humilhante, uma situação que não deveria acontecer com ninguém”.

Ele também observou que “uma pessoa que trabalha com honestidade, que cuida da sua família, não merece passar por uma humilhação tão grande. Essa experiência pode deixar marcas psicológicas que talvez você leve para sempre. Além disso, acho que quem trabalha duro e luta por um objetivo faz isso porque quer cuidar da família, quer ter uma reserva financeira, algo para usar em momentos de necessidade, principalmente para salvar a vida de alguém da família, como esposa, mãe, pai, filho ou neto. Essa é a razão de todo esforço. Mesmo que aquela questão já tenha sido resolvida, gostaria de saber de vocês, que são produtores rurais: quem teria coragem de ir lá e comprar aquela propriedade que passou por aqui? Ou será que ninguém teria essa coragem? Porque, muitas vezes, ela não se vende, nem mesmo para salvar uma vida. Ainda assim, temos esperança de encontrar uma solução. Ainda precisamos descobrir qual ferramenta usar, porque as que acreditamos que temos não existem de verdade, e a situação só piora a cada dia”.

A audiência resultou na proposta de elaboração de novas diretrizes para alinhar as ações do Ibama às necessidades de desenvolvimento econômico, mantendo a responsabilidade ambiental. Para os participantes, a discussão representa um avanço no diálogo entre produtores, autoridades e o órgão federal.

AUTOR: INFORMA RONDÔNIA





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