Rondônia vive reacomodação política e administrativa entre tensões no governo estadual, mudanças no grupo Cassol e novo ciclo de planejamento urbano em Porto Velho
Nesta quarta-feira, 12, o jornalista Carlos Sperança aborda a movimentação política que antecede as eleições de 2026 em Rondônia, marcada por articulações intensas e temas controversos. Entre os destaques estão o deputado federal Fernando Máximo, cotado para disputar o governo do Estado pelo PL; o também deputado Lúcio Mosquini, que prepara sua mudança partidária durante a janela de abril; e o apoio de lideranças rondonienses à continuidade do garimpo no Rio Madeira, apesar das fiscalizações e dos impactos ambientais que o tema envolve.
Fazer sentido
Logo o petróleo será apenas uma página virada na história. Custará muito caro extraí-lo em relação ao benefício de seu uso, pois formas limpas e baratas fornecerão a energia necessária para os novos produtos. Ele não é necessário à vida e por conta disso ficará no passado. A água, ao contrário, será ainda mais necessária em um mundo que desprezou o perigo do aquecimento global.
Haver muita água no planeta não significa que toda ela sirva ao consumo humano. A Unicef já avisou que menos da metade da população mundial tem acesso fácil e barato à água potável. Mais de um bilhão de seres humanos, sobretudo os mais pobres, não têm água tratada. Nesse caso, é evidente que tê-la e saber usá-la são ações urgentes em benefício da humanidade.
Fala-se muito em terras raras, das quais o Brasil é a segunda nação com maiores reservas, mas a recente confirmação do potencial do Sistema Aquífero Grande Amazônia (Saga) vem dotar a Amazônia de um manancial superior a 150 quatrilhões de litros, capaz de matar a sede e servir às necessidades humanas e materiais de todo o mundo por algo ao redor de 250 anos.
Não faz sentido, assim, haver tanta água e mais de um bilhão de pessoas sofrer com sua falta. Aliás, não faz sentido que mesmo sendo a segunda nação com maior cabedal de terras raras e o maior de água doce em um mundo tão necessitado desses recursos nosso país continue com um quarto da população na pobreza.
Janela partidária
Com a janela partidária em abril, que é um instrumento que proíbe a mudança de partidos pelos deputados federais e estaduais, o PL, partido liderado nacionalmente pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, deverá se consolidar como a maior legenda do estado. O PL já conta com dois senadores, que são Marcos Rogério (Ji-Paraná) e Jaime Bagatolli (Vilhena) e como deputado federal o Coronel Chisostomo (Porto Velho). Conforme os bastidores, o partido deverá receber pelo menos mais dois parlamentares federais e dois estaduais, entre eles Fernando Máximo (Porto Velho) cotado para disputar o governo estadual.
No Cone Sul
AS ÚLTIMAS OPINIÕES
A região denominada de Cone Sul rondoniense, com nove municípios, polarizada por Vilhena, o quarto município mais populoso do estado, vai comparecer as eleições de 2026 com três granes opções para a disputa das oito cadeiras da Câmara dos Deputados. Terá um representante do clã Donadon, o ex-deputado federal Natan, um representante da família Neiva de Carvalho, provavelmente Viveslando Neiva e o ex-secretário estadual da Agricultura, Padovani, com grande apoio do agronegócio. Lembrando que tanto o filho do deputado estadual Ezequiel Neiva como Padovani foram bem votados em eleições anteriores.
Na bolsa de apostas
Na região central, o eleitorado de Ji-Paraná e municípios próximos conta com três opções vitaminadas para a peleja das oito cadeiras da Câmara Federal. O ex-prefeito Jesualdo Pires, o atual deputado estadual Laerte Gomes, o ex-prefeito Esaú Fonseca. Lembrando que ainda na região central, disputando votos também em Ji-Paraná temos o deputado federal Lucio Mosquini, com base eleitoral em Ouro Preto do Oeste, que foi eleito pelo MDB e que está se transferindo ao PL na janela partidária a ser aberta no mês de abril. O grande desafio na região é o elevado número de postulantes à Câmara Federal, mais de 15, fragmentando o eleitorado regional.
Na história
Revirando os meus arquivos de política em Rondônia, constatei que a principal personagem histórica de Ji-Paraná, é o ex-governador José Bianco. Ele, além de governador, foi eleito prefeito três vezes na capital da BR, além de ter sido o deputado estadual mais votado nas eleições de 1982, proporcionalmente um recorde não batido até os dias de hoje. Bianco, participa na história rondoniense como um personagem de destaque, também como presidente da primeira Assembleia Constituinte e da Assembleia Legislativa na legislatura que mais produziu lideranças que se tornaram governadores, senadores e deputados federais.
Apoio ao garimpo
Como ocorre também no vizinho estado do Amazonas, os políticos rondonienses também apoiam os garimpeiros na sua luta por permanecer nas suas atividades – tanto nos garimpos legais ou ilegais, diga-se de passagem – e se declaram favoráveis até a liberação da garimpagem no leito do Rio Madeira já bastante assoreado e contaminado pelo mercúrio, metal utilizado no refino do ouro. Recente reunião na Assembleia Legislativa debateu os problemas aos associados mas faltaram soluções para as famílias já fiscalizadas que perderam suas balsas ao longo do Rio Madeira e de igarapés. O nó nesta questão garimpeira é que a fiscalização é rígida e ao mesmo tempo, faltam alternativas para a sobrevivência das famílias dos trabalhadores fora das balsas.
Via Direta
*** Com o registro do Missão, partido constituído a partir do Movimento Brasil Livre, de segmento a direita, voltamos a contar no Brasil com 30 agremiações partidárias. Quase todas em condições de disputar as eleições do ano que vem *** Parte destes partidos poderá desaparecer com as eleições de 2026 em virtude das restrições criadas pelas cláusulas de barreira. Quem não cumprir as exigências mínimas das eleições nos estados ficam fora dos recursos do fundão eleitoral *** Com resultados dispares, as pesquisas eleitorais vão aparecendo na aldeia. No início do ano vão se intensificar na medida em que se aproximam as convenções dos partidos em julho.









