Ao longo de 2025, a gestão de Léo Moraes combinou gestos simbólicos, reorganização administrativa e entregas estruturais que redesenharam a rotina da capital
O ano de 2025 começou em Porto Velho com um gesto pequeno demais para parecer estratégico, mas significativo o suficiente para indicar rumo. No dia 2 de janeiro, moradores da capital passaram a entrar gratuitamente no Museu da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. A medida retirou um custo fixo de um espaço que sempre foi mais lembrado nos discursos do que frequentado no cotidiano. Não resolveu um problema estrutural da cidade, mas revelou algo sobre o método da nova gestão: decisões diretas, de efeito imediato, sem cerimônia.
Nos meses seguintes, esse padrão se repetiu em áreas distintas. Ainda em janeiro, a Prefeitura abriu inscrições para o Programa Faculdade da Prefeitura, oferecendo bolsas integrais de ensino superior a moradores de baixa renda. Cursos historicamente restritos a uma parcela mínima da população passaram a integrar o vocabulário administrativo do município. Paralelamente, a gestão anunciou o calendário anual de pagamento dos servidores e acionou a Defesa Civil para estruturar um plano de contingência para o inverno amazônico — um evento previsível, mas que nem sempre foi tratado como tal.
Fevereiro trouxe o teste da simultaneidade. Enquanto o carnaval ocupava o Centro Histórico e o Mercado Cultural, chuvas intensas exigiam resposta rápida da Defesa Civil e da Assistência Social. A Prefeitura apoiou a realização dos festejos, lançou o Disque Vida para transporte seguro de foliões e, ao mesmo tempo, atuou na remoção preventiva de famílias em áreas de risco. A cidade seguiu funcionando sem interrupções bruscas, mesmo sob pressões distintas.
Março deslocou o foco para educação e segurança. A gestão prorrogou inscrições para voluntários do programa Unidos pela Educação, abriu seleção para formadores do PRO-LEEI, voltado à alfabetização de jovens e adultos, e sancionou a lei da Atividade Delegada, que permitiu ampliar a presença policial em ações municipais. No mesmo período, estudantes ocuparam salas improvisadas no aulão inaugural do cursinho Pré-Enem municipal, enquanto prédios históricos recebiam iluminação azul em campanhas de saúde preventiva.
Em abril, a Prefeitura passou a operar em outra escala. Projetos de macrodrenagem foram apresentados ao Governo Federal, com solicitação de recursos para enfrentar alagamentos recorrentes. Paralelamente, pedidos de apoio foram encaminhados à Defesa Civil Nacional em razão da cheia do rio Madeira. No plano urbano, mais de mil famílias receberam títulos definitivos de propriedade, encerrando pendências fundiárias antigas. Fora dos limites do município, Léo Moraes assumiu a vice-presidência de Segurança Viária e Trânsito da Frente Nacional de Prefeitos, inserindo Porto Velho em fóruns de discussão nacionais.
Maio aprofundou a reorganização da saúde. Um processo seletivo com mais de 600 vagas foi lançado para reforçar unidades e hospitais, enquanto campanhas educativas ocuparam ruas e escolas. A Prefeitura realizou audiência pública para apresentação das contas do primeiro quadrimestre e ampliou o debate sobre Orçamento Participativo, aproximando decisões fiscais do acompanhamento social.
Em junho, a gestão passou a ouvir formalmente a cidade. Audiências do Plano Plurianual percorreram bairros e distritos, recolhendo demandas que, até então, raramente ultrapassavam o campo das reclamações informais. No mesmo mês, ações sociais alcançaram idosos, casais de baixa renda e comunidades vulneráveis, enquanto medidas ambientais antecipavam o período de estiagem.
Julho consolidou uma agenda administrativa mais técnica. Porto Velho foi contemplada com recursos federais para a saúde, firmou acordo com o Governo do Estado para lançamento do Projeto Sentinela e implantou oficialmente o Sistema Eletrônico de Informações. Processos passaram a circular sem papel, e estratégias de economia na frota municipal foram apresentadas com metas objetivas de redução de custos.
AS ÚLTIMAS OPINIÕES
Agosto foi marcado por dados ambientais e decisões fiscais. A Prefeitura divulgou redução expressiva nas queimadas, anunciou o maior investimento da história municipal em proteção animal e criou mecanismos para que contribuintes utilizassem créditos fiscais para reduzir o IPTU. Em regiões distantes da sede administrativa, mutirões levaram serviços públicos a comunidades que raramente figuravam no centro das decisões.
Setembro trouxe números que sustentaram o discurso administrativo. A Prefeitura informou manutenção do equilíbrio fiscal no segundo quadrimestre, antecipou o pagamento do 13º salário e colocou em vigor o Estatuto Digital Municipal, voltado à proteção de crianças e adolescentes no ambiente online. A educação voltou ao centro do debate com o Encontro IDEB e a expansão do projeto Cidadania em Movimento nos distritos.
Outubro, mês do aniversário de Porto Velho, foi ocupado por entregas institucionais. A cidade passou a integrar o sistema nacional de notas fiscais eletrônicas, ampliou o credenciamento de serviços de saúde, iniciou o cadastramento na Tarifa Social de Energia e antecipou salários dos servidores. As comemorações dos 111 anos ocorreram sem ruptura do calendário administrativo.
Em novembro, obras de infraestrutura ganharam visibilidade. Pavimentação, drenagem, iluminação em LED e intervenções em áreas historicamente alagadas avançaram. Porto Velho também passou a integrar discussões preparatórias da COP30, apresentando projetos ambientais e ações de sustentabilidade que extrapolavam o discurso protocolar.
Dezembro encerrou o ano com uma decisão que sintetizou o percurso administrativo de 2025. A Prefeitura adquiriu o Hospital das Clínicas, transformando-o no primeiro Hospital Municipal Universitário da história da capital. O investimento de R$ 39,3 milhões garantiu um patrimônio público com 150 leitos, destinado ao atendimento pelo SUS e à formação de profissionais da saúde. No mesmo mês, a regularização fundiária superou a marca de 2 mil famílias beneficiadas, ações de apoio à agricultura familiar foram ampliadas e o Natal Porto Velho Luz chegou, pela primeira vez, a 13 distritos da zona rural.
Ao fim do primeiro ano de mandato, os dados de percepção pública passaram a dialogar com o conjunto das ações executadas. Levantamento da AtlasIntel, divulgado pelo UOL, apontou que Léo Moraes figura entre os prefeitos mais bem avaliados do Brasil, com 75% de aprovação. O índice coloca o prefeito de Porto Velho na terceira posição entre todas as capitais brasileiras, atrás apenas de São Luís (82%) e Macapá (78%). A taxa de rejeição registrada foi de 7%, uma das menores do país.
A pesquisa, realizada entre 6 de outubro e 5 de dezembro com 82.781 entrevistados em todo o Brasil, comparou a avaliação das administrações municipais nas 26 capitais e no Distrito Federal. No recorte regional, Porto Velho apareceu à frente de outras capitais da Região Norte. O resultado surgiu em meio a um ciclo nacional de avaliação das gestões municipais e passou a funcionar como termômetro da percepção pública sobre políticas, serviços e decisões administrativas adotadas ao longo de 2025.
Sem anúncios grandiloquentes e distante de rupturas abruptas, o primeiro ano da gestão Léo Moraes se encerrou sustentado por uma sequência contínua de decisões que, somadas, passaram a produzir reconhecimento fora dos limites da cidade.









