Candidatos à Prefeitura de Porto Velho adotam postura defensiva e evitam embates diretos, transformando o debate em experiência tediosa
Porto Velho, RO – O debate entre Mariana Carvalho (União Brasil) e Léo Moraes (Podemos), promovido pela TV Norte, afiliada do SBT em Rondônia, na última quinta-feira, foi marcado pela falta de energia e vigor retórico. Em uma disputa de segundo turno que prometia um embate mais acirrado, ambos os candidatos preferiram manter uma postura defensiva, sem arriscar avançar “do meio campo pra frente”, decepcionando o público que aguardava confrontos mais diretos.
Léo Moraes, mantendo a estratégia que o levou ao segundo turno, apostou novamente em uma postura tranquila e contida, evitando conflitos que pudessem desestabilizar sua imagem. Desde o início da campanha, Moraes optou por um estilo de campanha mais moderado, com foco em propostas e evitando polêmicas. A continuidade dessa postura, embora coerente, não trouxe o dinamismo necessário para uma disputa decisiva, deixando o eleitor sem grandes momentos de confronto.
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Por outro lado, Mariana Carvalho enfrenta o desafio de defender o legado de Hildon Chaves, atual prefeito e seu maior apoiador, ao mesmo tempo que precisa “vender” sua própria imagem ao eleitorado. Durante o debate, ela concentrou-se em destacar os recursos que destinou para Porto Velho enquanto deputada federal, ressaltando suas contribuições para a cidade. No entanto, assim como Moraes, sua abordagem careceu de ataques diretos e falas contundentes, o que contribuiu para o tom monótono do evento.
O grande problema foi justamente a falta de disposição de ambos os candidatos em avançar “do meio campo pra frente”. Ao preferirem uma postura mais segura e evitar o confronto direto, o debate tornou-se modorrento, sem grandes momentos de impacto. A recusa em partir para embates mais vigorosos, embora evite a “baixaria” observada em outras cidades, como o episódio envolvendo Pablo Marçal (PRTB) em São Paulo, também distancia os eleitores que esperam ver seus candidatos sendo desafiados em um ambiente de confronto retórico.
O eleitor médio quer observar como seus favoritos lidam com situações de desconforto, com perguntas mais duras ou ataques embasados em fatos. Essa ausência de tensão tornou o debate uma troca de promessas, sem a intensidade que normalmente atrai a atenção do público. Como resultado, o evento se transformou em um palco de autopromoção, sem o fervor esperado em uma disputa decisiva.
A expectativa agora recai sobre o próximo debate, marcado para sábado (19), na SIC TV, afiliada da Record. A esperança é que os ânimos estejam mais acirrados e que os candidatos se sintam pressionados a adotar uma postura mais combativa, fornecendo ao eleitorado um espetáculo retórico à altura da fase decisiva da campanha. Se ambos mantiverem a apatia, o risco é o de que o público perca o interesse na disputa — um cenário indesejável a poucos dias do segundo turno.
AUTOR: INFORMA RONDÔNIA