Ex-prefeito nega articulação com MDB para 2026 e denuncia desinformação após encontro institucional com senador Confúcio Moura
Porto Velho, RO – Desde que deixou o cargo de prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves (PSDB) passou a ser alvo frequente de insinuações, ataques e estratégias políticas que visam descredenciar sua atuação pública. A mais recente onda de boatos ganhou corpo nas redes sociais logo após o anúncio de que deixaria a presidência da Associação Rondoniense de Municípios (AROM), decisão tomada, segundo ele, em nome do “bem-estar da população” e para garantir a “chegada de recursos para quem mais precisa”.A saída da AROM, justificada por Chaves como uma medida preventiva, levanta interpretações diversas no cenário político. Em suas palavras: “Se minha permanência no cargo pode representar qualquer obstáculo à chegada de recursos, é meu dever agir com responsabilidade”. A frase, carregada de entrelinhas, foi suficiente para alimentar o imaginário político local e impulsionar uma narrativa que não se sustenta em fatos concretos.
Poucas horas após o anúncio, uma página de notícias no Instagram publicou que o ex-prefeito seria candidato ao governo de Rondônia pelo MDB, partido do senador Confúcio Moura. O boato foi rapidamente desmentido pelo próprio Hildon em um comentário público, cuja imagem circula nas redes (imagem acima).
“Essa informação é totalmente falsa. Sou presidente estadual do PSDB e recebi o senador Confúcio Moura na condição de presidente da AROM, para uma conversa institucional. Não tratamos de eleição alguma, muito menos de 2026. Ainda é cedo demais para discutir qualquer questão partidária”, escreveu Chaves, ressaltando: “Vamos focar no presente e evitar esse tipo de desinformação”.
A menção a Confúcio Moura no episódio não é casual. Atual senador e ex-governador de Rondônia, ele é o único representante da bancada federal rondoniense com alinhamento declarado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em um estado majoritariamente conservador, onde a presença do bolsonarismo ainda é notória – variando do moderado ao mais radical –, a simples aproximação institucional com Confúcio tem sido usada como pretexto para vincular adversários políticos ao campo da esquerda, mesmo que não exista qualquer tratativa nesse sentido.
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É justamente esse o pano de fundo da tentativa de colar em Hildon Chaves um suposto projeto político com o MDB de Confúcio. A estratégia é clara: transformar qualquer gesto institucional em peça de um tabuleiro eleitoral fictício, explorando o antipetismo latente no eleitorado local. A fórmula – ainda que “ridícula, nefasta, infantil e idiota” – funciona. E é justamente por isso que exige cautela.

Ao ser usado como ponte para associar nomes ao presidente Lula, o senador Confúcio Moura vira, de forma involuntária, um catalisador de rejeição. O uso desse liame serve menos para informar e mais para induzir repulsa por aproximação, estratégia comum em redutos políticos de viés conservador. Isso fragiliza o debate e empobrece o processo democrático.
A sequência de episódios mostra que, desde sua saída do Executivo municipal, Hildon tem enfrentado uma engrenagem de ataques que ultrapassam o debate propositivo. Ainda que tenha adotado posturas ambíguas em momentos anteriores — como ao declarar que deixaria a AROM para “não permitir que pessoas fossem atingidas” sem esclarecer quem seriam essas pessoas —, os ataques mais recentes revelam um cenário de injustiça e perseguição velada.
A pouco mais de um ano das eleições de 2026, a antecipação de pautas partidárias via desinformação digital expõe o uso recorrente da manipulação como arma política. Em Rondônia, o calendário eleitoral parece ter começado cedo demais — e com o pé esquerdo.










