Denúncia envolve uso de drones por fazendeiros e possíveis impactos em plantações, floresta e reserva indígena na região Oeste da T.I.
Porto Velho, RO – O Ministério Público Federal (MPF), por meio da Procuradoria da República em Ji-Paraná, expediu a Portaria nº 100/PRM-JPR-2º Ofício, datada de 7 de janeiro de 2025, convertendo o Procedimento Preparatório nº 1.31.001.000103/2024-13 em inquérito civil. A medida visa investigar denúncias de pulverização de agrotóxicos por drones em áreas próximas à Terra Indígena (T.I.) Tubarão Latundê, localizada na região Oeste do estado.
Base legal e fundamentos
A decisão está fundamentada em dispositivos constitucionais e infralegais, como os artigos 127 e 129 da Constituição Federal, que definem a atuação do Ministério Público na defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. Também são mencionados artigos da Lei Complementar 75/93, da Lei nº 7.347/85 e a Resolução nº 87/2006 do CSMPF, que normatizam a promoção de inquéritos civis e ações civis públicas, especialmente em casos envolvendo direitos difusos e coletivos, como os dos consumidores.
O MPF destacou os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (art. 37 da CF/1988), além da supremacia do interesse público, da razoabilidade e da proporcionalidade, como norteadores de sua atuação no caso.
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Denúncia e impactos
A denúncia relata o uso de drones para pulverização de agrotóxicos em áreas próximas à T.I. Tubarão Latundê. Os impactos apontados incluem:
- Contaminação de plantações pertencentes a pequenos produtores rurais;
- Prejuízos ambientais, com danos à floresta em áreas limítrofes;
- Riscos de contaminação e outros danos diretos à reserva indígena Tubarão Latundê.
Objetivos do inquérito
O inquérito civil foi instaurado com o propósito de apurar a denúncia e verificar:
- A responsabilidade dos fazendeiros envolvidos no uso de drones para a pulverização;
- Os impactos efetivos sobre as plantações, a floresta e a comunidade indígena.
Determinações e providências
Entre as medidas determinadas pela procuradora da República Caroline de Fatima Helpa, responsável pelo caso, estão:
- Regularização do registro da portaria e conversão do procedimento em inquérito civil;
- Envio de ofício à Coordenação Regional da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) em Cuiabá, solicitando informações, no prazo de 15 dias, sobre:
- Diligências realizadas na região;
- Previsão de novas ações, caso ainda pendentes;
- Estágio atual das tratativas relacionadas ao caso.
- Reiteração do Ofício nº 1520/2024/PRM/JP/2º Ofício com novas advertências;
- Análise dos autos após o recebimento das respostas solicitadas.
O MPF busca garantir a proteção ambiental e dos direitos indígenas frente aos possíveis impactos da pulverização de agrotóxicos na região. O caso será acompanhado de forma rigorosa para assegurar a legalidade das ações investigadas e a preservação dos interesses difusos e coletivos envolvidos.
AUTOR: INFORMA RONDÔNIA