COLUNA DO SPERANÇA
Querem tirar Hildon do páreo em 2026; capital rachada; e Expedito é “pé de coelho” para os outros

Cenário político de Rondônia se movimenta com articulações para o Senado e desafios no fortalecimento do Estado diante da criminalidade

Por Carlos Sperança - terça-feira, 11/03/2025 - 08h55

Conteúdo compartilhado 261 vezes

Caminho próprio

O mundo vive tempos de indefinições. O ruidoso desmonte do Estado nos EUA e na Argentina, o fortalecimento dele na Rússia e na China e a difícil situação dos países que por longo tempo foram exemplos de um modelo confortável de Estado social-democrata na Europa causam impactos no cenário brasileiro e sobre os polarizadores internos – lulistas e bolsonaristas.

Os lulistas, em princípio, parecem mais inclinados a aceitar um modelo europeu à moda antiga, como o da Alemanha unificada de grande progresso, mas hoje em crise. Os bolsonaristas vivem a expectativa do que vai acontecer nos EUA e na Argentina, apostando na força de cada presidente para se impor aos seus respectivos Estados, em cenários ainda muito incertos.

Recentemente se viu que o crime organizado aproveita técnicas avançadas para se impor, como criar redes de túneis para exploração de ouro. Isso obriga o Estado brasileiro a se fortalecer no combate ao crime, incorporando a tecnologia ao seu arsenal.

No Carnaval, policiais disfarçados de personagens do cinema conseguiram pegar pequenos criminosos, mas para apanhar os grandes será preciso recursos ainda mais criativos e amplificados, como ocorreu na destruição de um garimpo subterrâneo pela Polícia Federal em Maués, no Leste do Amazonas. Seria um erro copiar modelos estrangeiros ou se submeter a potências do hemisfério Norte. O Brasil precisa achar seu próprio caminho.

Corrida ao Senado

Na minha primeira sondagem para as duas cadeiras ao Senado em Rondônia, exclusivamente em Porto Velho, vão ponteando a corrida o ex-prefeito de Porto Velho Hildon Chaves (PSDB) e o deputado federal Fernando Máximo (União Brasil). Eles estão polarizando na capital. Mas constato que não é recomendável aos dois disputarem o mesmo cargo, será prejuízo para ambos na certa. Hildão sem Máximo aumenta muito sua aceitação, o mesmo ocorrendo com Máximo sem Hildão pela frente. Para saúde dos dois o melhor é que um dispute o governo estadual e outro o Senado. Lembrando que este racha em Porto Velho beneficia os candidatos ao Senado do interior.

Capital rachada

Com a capital rachada entre Hildão e Máximo, se vê o governador Marcos Rocha (União Brasil) prejudicado em Porto Velho. Mal das pernas na capital por causa do fracasso na saúde e do caos na segurança pública, no entanto o governador desfruta de bons índices e aceitação no interior, mas na BR terá pela frente os senadores Marcos Rogério (Ji-Paraná) e Confúcio Moura (Ariquemes), além a deputada federal Silvia Cristina (Ji-Paraná), além de Lucio Mosquini (saindo do MDB) na bacia Leiteira. Lembrando que Hildão, Máximo, Marcos Rogério e Confúcio também falam em disputar o governo estadual. Ou seja, não decidiram nada ainda.

Derrotas e surpresas

Pediram minha opinião a respeito das grandes derrotas e grandes surpresas nas disputas ao Senado em Rondônia. No meu entendimento, as grandes surpresas foram as eleições de Ernandes Amorim (PDT-Ariquemes) em 1994 e Fatima Cleide (PT -Porto Velho) ao Senado na primeira onda Lula. Maiores derrotas, na minha humilde avaliação, foram as de Jeronimo Santana (MDB-1982), quando foram eleitos Odacir Soares, Claudionor Roriz e Galvão Modesto (todos do PDS) e de Chiquilito Erse (PFL) em 1986, quando foram eleitos Olavo Pires e Ronaldo Aragão (MDB).

A recuperação

A curiosidade histórica destes resultados, é que Jeronimo Santana seria eleito prefeito de Porto Velho em 1985 e governador em 1986, batendo seu principal rival, Odacir Soares. Também Chiquilito Erse teria uma grande recuperação da derrota de 1986, se elegendo prefeito de Porto Velho em 1988. Outra curiosidade: ex-vereador, ex-deputado federal e ex-senador Expedito Junior foi favorito nas disputas ao governo estadual contra Confúcio e nas duas ocasiões levou pau. É descobridor de talentos e de lideranças políticas como Ivo Cassol e Hildon Chaves. É um pé de coelho a favor dos outros, e pata de coelho às avessas, quando se relaciona a ele mesmo.

As regalias

Não surpreendem as denúncias referentes a regalias proporcionadas ao ex-presidente da Assembleia Legislativa Maurão de Carvalho num certo presídio da capital. Sempre que figurões são condenados por aqui, recebem as benesses. Os ilustres presidiários sempre são bem relacionados, recebem visitas a qualquer hora e, em alguns casos, se soube, que até as amantes foram liberadas  as visitas intimas a vontade. Já tivemos casos em anos passados de presos ilustres com celas dotadas de frigobar, comida procedente dos melhores restaurantes e até a presença de acompanhantes. E assim, acredito que estamos distantes da moralização nos presídios.

Via Direta

*** Nos supermercados a coisa ainda está de lascar, além do café, da carne e dos ovos. A melancia chega a R$ 70,00 a unidade. Vamos precisar importar melancias também para baratear os custos dos hortigranjeiros *** Querem tirar o ex-prefeito de Porto Velho Hildon Chaves do páreo nas eleições do ano que vem. Ter inaugurado a nova rodoviária está custando caro para o ex-mandatário, já que se pleiteia sua inelegibilidade *** Algumas lideranças do PP estão se aproximando do PDT visando disputar as próximas eleições. Teremos novidades até o meio do ano ***Temos infestação de carapanãs em alguns condomínios de luxo em Porto Velho. Os bichinhos devem preferir o sangue dos riquinhos…

AUTOR: CARLOS SPERANÇA





COMENTÁRIOS: