Durante pronunciamento na Assembleia Legislativa, deputado destaca os impactos da crise hídrica, problemas nas estradas vicinais e a falta de fiscalização no uso dos recursos públicos
Porto Velho, RO – Na sessão ordinária da Assembleia Legislativa de Rondônia, realizada nesta terça-feira (18), o deputado Ismael Crispin (MDB) fez um pronunciamento firme sobre a necessidade de o governo estadual se engajar de maneira mais eficaz no enfrentamento das crises que o estado enfrenta, além de melhorar a infraestrutura, especialmente em áreas afetadas por problemas climáticos e a falta de manutenção adequada. Embora reconhecesse que o governador Marcos Rocha tem se mostrado receptivo às demandas da população, o deputado enfatizou que a gestão de crises exige uma abordagem mais coordenada e eficiente de todos os órgãos responsáveis.
Crispin fez questão de destacar a importância de um trabalho mais integrado entre as diversas secretarias estaduais, pois, segundo ele, a complexidade dos problemas demanda uma atuação mais ágil e precisa. “A gestão pública exige colaboração de todos, não há espaço para falhas em um momento como este”, afirmou o deputado, ressaltando que cada área precisa estar em sintonia com as demais para que as soluções sejam realmente eficazes.
A crise hídrica de 2023 e seus impactos na agricultura
O deputado também fez uma retrospectiva da crise hídrica que assolou Rondônia em 2023, um evento cujos efeitos ainda repercutem, especialmente no setor agrícola. Ele ressaltou que os impactos dessa crise já começam a prejudicar as colheitas de 2025, com destaque para a queda na produção de café, que foi uma das mais afetadas pela falta de água.
Crispin mencionou especificamente o município de Cerejeiras, que enfrentou sérios problemas com a escassez de água, e alertou que, sem um planejamento preventivo adequado, a região corre o risco de reviver essas dificuldades. “É crucial que medidas sejam tomadas para que episódios como esse não se repitam”, disse o parlamentar, reforçando a urgência de um planejamento mais eficaz para evitar crises climáticas futuras.
Estradas vicinais em péssimas condições
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A situação das estradas vicinais foi outro tema abordado pelo deputado. Segundo Crispin, as recentes chuvas deixaram várias comunidades isoladas, dificultando o acesso a serviços essenciais, como saúde, educação e abastecimento de mercado. Ele observou que, há uma década, problemas como atoleiros nas estradas eram raridade, mas que, nos últimos anos, a falta de manutenção tem gerado graves dificuldades para os moradores da zona rural.
O deputado criticou a gestão anterior pela omissão em relação à conservação das estradas. Em São Miguel do Guaporé, todas as vias vicinais estão intransitáveis, o que, segundo ele, é reflexo de um planejamento inadequado e da falta de compromisso da administração anterior, impactando negativamente as populações locais.
Investimentos em recuperação e a crítica à execução dos serviços
Crispin comentou também sobre os investimentos de aproximadamente R$ 300 milhões destinados pelo governo estadual entre 2023 e 2024 para a recuperação das estradas vicinais. No entanto, o deputado apontou que a execução desses serviços foi mal planejada, com falhas significativas na qualidade das obras e na alocação dos recursos financeiros. Ele destacou que, em muitos casos, as máquinas necessárias para o trabalho de recuperação não chegaram a ser disponibilizadas nos municípios mais afetados.
Cobrança pela fiscalização da aplicação dos recursos públicos
Outro ponto crucial abordado pelo deputado foi a fiscalização dos recursos públicos, especialmente aqueles direcionados à infraestrutura. Crispin fez um alerta sobre a gestão dos recursos em municípios que estavam no final de seus mandatos, o que pode ter contribuído para a falta de comprometimento na manutenção das estradas e outros serviços essenciais.
Ele destacou a importância da Assembleia Legislativa em garantir a boa aplicação dos recursos públicos, afirmando que não basta apenas liberar verbas, sendo necessário que haja uma fiscalização rigorosa. “A Assembleia precisa cumprir seu papel de fiscalizadora para garantir que os investimentos cheguem onde são mais necessários”, disse Crispin. Ele também pediu maior atuação do Tribunal de Contas de Rondônia para assegurar que os recursos sejam aplicados de forma eficiente e que os produtores rurais, por exemplo, tenham condições de escoar suas produções e contribuir para o desenvolvimento do estado.
AUTOR: INFORMA RONDÔNIA