BRASÍLIA

Deputado de Rondônia fala sobre afastamento do presidente do INSS por fraude bilionária: “Governo louco, governo ladrão”

Durante discurso na Câmara, deputado condena suposto esquema que atingiu aposentados e pensionistas

Por Informa Rondônia - quarta-feira, 23/04/2025 - 15h58

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Porto Velho, RO – O deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL-RO) utilizou a tribuna da Câmara dos Deputados na tarde desta quarta-feira (23) para criticar duramente o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após o afastamento do presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto. A medida foi determinada no âmbito da Operação Crédito Fácil, deflagrada pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU), que investiga um esquema de fraudes com prejuízo estimado em até R$ 6,3 bilhões.

Durante a 56ª Sessão Deliberativa Extraordinária da 3ª Sessão Legislativa Ordinária, o parlamentar afirmou: “O Brasil está entristecido, Srs. Parlamentares. O presidente do INSS foi afastado hoje, após operação da Polícia Federal contra fraudes bilionárias de até 6 bilhões de reais!”. Chrisóstomo fez menção direta ao impacto da fraude sobre beneficiários da Previdência Social. “É desse dinheiro que o presidente do INSS estava tirando esses 6 bilhões de reais! Tirando dos mais pobres, das velhinhas, dos velhinhos.”

Ainda em sua fala, criticou o governo federal. “Que Governo louco! Que Governo ladrão! Tirando dos que mais necessitam! Que tristeza, gente. Que vergonha”, declarou, mencionando o escândalo como parte de um “lamaçal de corrupção” atribuído à atual gestão.

Além das críticas, Chrisóstomo aproveitou para destacar sua atuação como relator do Projeto de Lei nº 1.940/2024, que prevê o ressarcimento a produtores rurais por perdas de produtos perecíveis decorrentes de falhas no fornecimento de energia elétrica. “Na próxima semana, após a vista do meu relatório, faremos a votação e poderemos entregar este projeto tão importante para os pequenos e médios produtores do meu Estado”, disse. O parlamentar informou que o texto propõe o reembolso dos prejuízos no prazo de até 30 dias. “Proteger os pequenos produtores e os médios é parte do meu trabalho”, concluiu.

Entenda o caso

Segundo informações, o esquema de fraude operava por meio de descontos não autorizados aplicados diretamente nos benefícios de aposentados e pensionistas do INSS. As cobranças eram apresentadas como mensalidades de associações, embora não houvesse consentimento formal dos segurados. Em 97% dos casos analisados pela CGU, as vítimas afirmaram nunca ter autorizado os débitos.

A investigação começou em 2023 na CGU e passou à esfera policial em 2024, resultando em 12 inquéritos abertos pela Polícia Federal. Na operação desta quarta-feira, foram realizadas 211 buscas em 34 cidades de 13 estados e do Distrito Federal. Até o fim da tarde, cinco pessoas foram presas, incluindo membros de entidades associativas investigadas por lavagem de dinheiro, corrupção e falsificação.

Além de Stefanutto, outros cinco servidores foram afastados de seus cargos, incluindo o procurador-geral do INSS e o diretor de Benefícios. Alessandro Stefanutto, nomeado em 2023, é filiado ao PDT e foi indicado pelo ministro da Previdência, Carlos Lupi. Ele já atuou como procurador do INSS e participou da transição do governo Jair Bolsonaro para o governo Lula.

A orientação da PF é que os beneficiários que identificarem descontos indevidos em seus contracheques busquem a exclusão por meio do site ou aplicativo Meu INSS, ou ainda pela Central 135.