Leonardo Barreto vai acertar?

Críticas duras e desafios futuros: novo prefeito herdará uma capital abandonada

Por Professor Nazareno - segunda-feira, 11/11/2024 - 15h53

Professor Nazareno*

Com mais de 135 mil votos, o eleitor de Porto Velho, a eterna capital de Roraima, elegeu em 2024 o senhor Leonardo Barreto de Moraes, ou simplesmente Léo Moraes, para administrar a cidade. Essa eleição, com uma virada de votos pouco esperada nos meios políticos, quebrou vários tabus na maltratada cidade. O primeiro deles diz respeito à atual administração do lugar. Antes do pleito, falava-se que Hildon Chaves, que apoiou publicamente a candidata derrotada Mariana Carvalho, tinha mais de 80 por cento de aprovação popular. Era tudo mentira, conversa para boi dormir, fofoca para conseguir turbinar qualquer candidatura. Se o atual prefeito tinha mesmo toda essa aprovação popular, era de se esperar que a sua candidata tivesse sido eleita já no primeiro turno. Dessa forma, o cidadão porto-velhense disse que não aprova os atuais gestores da cidade.

E é justamente aí onde mora o perigo. A mesma falta de esgoto, de água tratada, de saneamento básico e de muitos outros problemas locais, que podem ter turbinado a vitória de Leonardo Barreto e a derrota de Hildon Chaves via Mariana Carvalho, podem ser o “calcanhar de Aquiles” da nova administração. Léo Moraes e os 23 vereadores recém-eleitos têm competência para sanar pelo menos parte desses problemas? Se cidade tivesse sexo, como diz o jornalista Josias de Souza, Porto Velho seria uma mulher. Mas não qualquer mulher. Seria uma daquelas prostitutas vadia, debochada, tola, pobre, velha e explorada eternamente pelos seus cuidadores. Muito provavelmente daquelas raparigas que pagam até o preservativo só para ter o prazer de ser estuprada. Léo tem que correr atrás de praças floridas, mobilidade urbana, hospital de pronto-socorro, remédios, escolas.

Porto Velho precisa urgentemente de mais água encanada para a população. Os inúmeros poços cavados ao lado de fossas imundas e rasas precisam ser fechados em nome da saúde pública. O poder público municipal tem que proporcionar essa necessidade para os seus cidadãos. Não se pode mais beber “água de bosta” numa capital. Porto Velho precisa de mais saneamento básico e de mais esgotos. Somos hoje no Brasil o último lugar dentre as cidades com mais de 100 mil habitantes segundo o Instituto Trata Brasil. Perdemos até para Rio Branco, Ananindeua no Pará e Macapá. A cidade toda fede, senhor futuro prefeito! E muito. A água onde o senhor gravou aquele vídeo depois da chuva de 26 de outubro à noite estava contaminada. Foz do Iguaçu no Paraná, cidade onde o senhor nasceu, é Primeiro Mundo se for comparada com a suja, imunda e fedorenta Porto Velho.

Tomara que o senhor acerte. A “velha puta abandonada” não aguenta mais. Merece coisa melhor. Feche aquelas valas abertas, fedidas e podres da Avenida Jorge Teixeira, por exemplo. Nada de fazer só o asfalto puro sem saneamento nem galerias para escoamento das águas pluviais. Na atual administração essa velha tática “para ganhar votos” não deu certo. O povão percebeu o engodo. Procure arborizar mais a cidade em vez de arrancar as poucas árvores existentes como aquelas da Avenida Tiradentes no bairro Embratel. Tente se reunir com os vereadores e os convença a ajudar o senhor a fazer uma boa gestão nessa cidade. Todos ganham se os eleitos agirem em nome de Porto Velho e esquecerem um pouco as suas ambições pessoais. Em março ou abril próximos se reúna com autoridades do Estado e das instituições federais para tratar sobre a fumaça tóxica que certamente nos incomodará de novo. É muita coisa, mas o senhor vai dar conta!

 *Foi Professor em Porto Velho

AUTOR: PROFESSOR NAZARENO

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