Decisão técnica prioriza segurança da população, enquanto prefeito encerra gestão com atitude honrosa
Porto Velho, RO – O prefeito Hildon Chaves (PSDB) tomou uma decisão emblemática ao revogar o decreto que estabelecia a comissão de inauguração da nova rodoviária de Porto Velho, prevista inicialmente para dezembro de 2024. A escolha, orientada por recomendações técnicas da Secretaria Municipal de Obras (Semob) e por deliberações do Tribunal de Contas do Estado (TCE/RO), evidencia um gesto de estadista e responsabilidade administrativa em seu último ato de gestão.
O terminal, apontado como a “menina dos olhos” de sua administração, era um dos principais legados projetados por Chaves para a capital rondoniense. Apesar de sua importância, a obra ainda apresenta pendências estruturais e de segurança que inviabilizaram sua entrega dentro do prazo estipulado. A decisão de adiar a inauguração e transferir, mesmo sem querer, a responsabilidade ao próximo prefeito, Léo Moraes (Podemos), adversário político nas eleições de 2016 e, indiretamente, na de 2024, reflete uma atitude madura e comprometida com o bem-estar da população.
Postura responsável e avaliação técnica
A recomendação para postergar a entrega partiu de um ofício técnico da Semob, que detalhou atrasos na conclusão de sistemas essenciais, como a subestação de energia, a estação de tratamento de efluentes e as instalações de segurança contra incêndios. Além disso, pendências em licenças ambientais e ajustes no projeto original foram determinantes para a decisão.
Após análise criteriosa, os engenheiros compreenderam, aparentamente, que a inauguração sem a conclusão integral dos sistemas representaria um risco à segurança e funcionalidade do terminal.
A decisão de Chaves também foi influenciada pelo posicionamento do TCE/RO, que recomendou a suspensão do evento inaugural até a regularização de todas as pendências. A medida garantirá que a rodoviária seja entregue à população com todos os requisitos normativos atendidos, minimizando futuros problemas operacionais.
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Hildon Chaves: estadista até o último ato
O prefeito, que encerra sua segunda gestão consecutiva, optou por abrir mão de protagonizar a inauguração de uma das obras mais significativas de sua administração. A atitude é um gesto de estadista, vez que Chaves prioriza o interesse público em detrimento de uma possível vantagem política.
Mesmo diante de reveses políticos e administrativos em 2024, como a derrota eleitoral de sua indicada, Mariana Carvalho (UB), e a transferência da entrega da rodoviária, Chaves encerra sua gestão com um ato que demonstra responsabilidade e compromisso com Porto Velho.
Um legado marcado por conquistas e adversidades
Hildon Chaves deixará a Prefeitura em um cenário paradoxal. Sua gestão, reconhecida por altos índices de aprovação – alcançando 92% em pesquisas realizadas no segundo semestre de 2024 – foi marcada por avanços significativos em diversas áreas. No entanto, 2024 será lembrado como um ano desafiador, em que adversidades políticas e técnicas ofuscaram parte de suas conquistas.
RELEMBRE
Com derrota de Mariana e sem a Rodoviária, 2024 foi pior ano de Hildon Chaves
A decisão de delegar a inauguração da nova rodoviária ao prefeito eleito, Léo Moraes, reflete tanto a complexidade da gestão pública quanto a maturidade política de Hildon. Foi um gesto honroso, de quem sabe que o maior legado é garantir a qualidade e segurança dos serviços prestados à população.
Embora o encerramento de sua gestão não tenha sido como planejado, Hildon Chaves deixa um exemplo de responsabilidade e ética administrativa, mantendo sua marca como um gestor técnico e comprometido. O futuro da nova rodoviária agora está nas mãos de Léo Moraes, que assume o desafio de concluir e inaugurar a obra em 2025.
AUTOR: INFORMA RONDÔNIA
