Apesar de índices expressivos de aprovação e uma trajetória marcada por êxitos administrativos, Hildon Chaves encerra o mandato enfrentando derrotas políticas e contratempos que abalam seu legado
Porto Velho, RO – O prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves (PSDB), que já figurou como exemplo de eficiência administrativa, vê 2024 se encerrar como o ano mais desafiador de sua carreira política. Eleito como outsider em 2016 e reeleito com ampla margem em 2020, Chaves consolidou sua reputação de gestor competente. Sua aprovação popular foi reiterada em pesquisas de opinião como a da Futura Inteligência e do Instituto Paraná Pesquisas, que, em 2024, apontaram índices de satisfação que ultrapassaram os 90%. Porém, os números não foram suficientes para evitar uma série de reveses políticos e administrativos que marcaram seu último ano na Prefeitura.
A derrota eleitoral
A primeira grande fissura no ano de Hildon Chaves veio com a derrota de sua sucessora indicada, Mariana Carvalho (UB), nas eleições municipais. Apesar do respaldo do prefeito e de seu histórico bem-sucedido na gestão pública, Mariana não conseguiu vencer Léo Moraes (Podemos) no segundo turno. A perda, mais do que política, representou um abalo à narrativa de continuidade administrativa que Chaves buscava consolidar, abrindo espaço para que o adversário assumisse o comando do município.
H03900_24_Decisao-Monocratica_109O golpe do TCE e a “menina dos olhos”
A situação se agravou ainda mais com a decisão do Tribunal de Contas do Estado de Rondônia (TCE-RO) de suspender a inauguração do novo Terminal Rodoviário de Porto Velho, obra emblemática do mandato de Hildon Chaves. Orçada em R$ 45,3 milhões, a rodoviária era vista pelo prefeito como seu principal legado. Entretanto, relatórios técnicos apontaram pendências estruturais, como a ausência de uma subestação de energia e sistemas de combate a incêndio, levando à decisão do TCE de barrar a entrega antes da conclusão total do projeto.
A inauguração, inicialmente prevista para dezembro de 2024, ficará nas mãos de Léo Moraes, que deve assumir a Prefeitura em janeiro e, muito provavelmente, colher os frutos políticos da conclusão da obra em 2025. Para Hildon, trata-se de um golpe pessoal e administrativo. “Essa rodoviária é um presente para Porto Velho. Não desistiremos de lutar pela entrega”, afirmou sua assessoria, destacando que a decisão será recorrida.
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A contradição de 2024: aprovação alta, resultados amargos
O paradoxo que marca 2024 é evidente. De um lado, Hildon Chaves atingiu números recordes de aprovação, como os 92% apontados pela Futura Inteligência em agosto, reforçando sua gestão como uma das mais bem avaliadas da história recente de Porto Velho. De outro, enfrenta o peso das derrotas políticas e a frustração de não conseguir consolidar sua obra mais simbólica.
Especialistas apontam que, apesar das dificuldades, Hildon permanecerá na memória dos porto-velhenses como um administrador técnico, determinado e inovador. Contudo, 2024 será lembrado como o ano em que a confluência de adversidades ofuscou uma gestão até então exemplar.
Um legado inquestionável, mas marcado por adversidades
Ao final, é impossível ignorar as contribuições de Hildon Chaves à capital de Rondônia. Sua gestão, focada em resultados, conquistou aprovação popular e reconhecimento público. No entanto, o encerramento de 2024 expôs a fragilidade das transições políticas e as imprevisibilidades de um mandato que parecia blindado contra reveses.
Chaves possui envergadura política suficiente para pleitear o cargo de governador de Rondônia ou disputar uma cadeira no Senado Federal. Entretanto, as “porradas” absorvidas em 2024 tiram o brilho de um gestor respaldado pela população, tornando-o uma figura opaca e apática diante das más notícias.
AUTOR: INFORMA RONDÔNIA