Ex-chefe da Casa Civil detalha relação com deputados, conspirações e desafios no governo de Marcos Rocha
Porto Velho, RO – Júnior Gonçalves concedeu sua primeira entrevista após a exoneração do cargo de chefe da Casa Civil de Rondônia. A conversa ocorreu no podcast Resenha Política, apresentado por Robson Oliveira, e foi transmitida pelo Rondônia Dinâmica. Durante a entrevista, ele abordou temas como sua relação com deputados estaduais, pressões internas no governo, além de reflexões sobre o impacto emocional da sua saída do cargo.
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Resenha Política: Júnior Gonçalves fala sobre exoneração, conspiração, depressão e relação com Marcos Rocha
No governo de Marcos Rocha (União Brasil), Gonçalves foi um dos chefes da Casa Civil que permaneceu por mais tempo na função. Ele exerceu o cargo nos dois mandatos do governador e atribuiu sua longevidade à estratégia política baseada no aprendizado e na construção de alianças. Entre os primeiros ensinamentos que recebeu na política, mencionou os conselhos de Laerte Gomes, Lebrão e Luizinho Goebel, destacando a importância da palavra e da prudência antes de se manifestar publicamente.
Ao tratar da relação com os deputados estaduais, negou que tenha havido práticas de “toma lá, dá cá” e defendeu que o relacionamento entre Executivo e Legislativo foi pautado por princípios republicanos. Segundo ele, os parlamentares cobravam ações do governo para suas bases eleitorais, mas evitou mencionar nomes de deputados que considerava mais exigentes. Também afirmou que, no primeiro mandato de Rocha, a oposição não teve força significativa para criar dificuldades ao governo.
Sobre a estrutura administrativa do governo, negou que tenha bloqueado o acesso de outras lideranças políticas ao governador e afirmou que não coordenava a agenda de Rocha. Explicou que as decisões passavam diretamente pelo gabinete executivo, sem interferência sua nesse aspecto.
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Ao longo da entrevista, também relatou ter sido alvo de conspirações desde 2019, mencionando que prints falsos foram disseminados para prejudicá-lo. Segundo ele, a Polícia Civil teria constatado que o material era fabricado e produzido em um escritório de advocacia. Disse ainda que enfrentou resistências dentro do governo, negando que tenha sabotado a campanha de reeleição de Rocha. Afirmou que rumores sobre sua influência nas decisões do governo foram construídos com a intenção de enfraquecê-lo.
Gonçalves relatou que já esperava a exoneração devido à pressão interna que enfrentava. Nos 40 dias anteriores à sua saída, afirmou que foi constantemente citado como alguém que poderia ser exonerado a qualquer momento. Além disso, descreveu a existência de assédio moral diário contra ele dentro do governo.
O impacto emocional da saída do cargo foi outro ponto abordado na entrevista. Ele afirmou que entrou em depressão após a reeleição de Rocha e que foi alvo de ataques contra sua índole e caráter. Relatou que passou semanas isolado e sem sair de casa, até buscar acompanhamento terapêutico. Segundo ele, passou a realizar duas horas semanais de tratamento, o que considera essencial para sua recuperação.
Outro aspecto mencionado foram as críticas recebidas por sua aparência e vestimenta. Disse que foi ridicularizado pelo uso de roupas ajustadas, como calças apertadas e sem meias. Apesar disso, afirmou que atualmente não se incomoda mais com os comentários.
Um episódio ocorrido após sua exoneração também foi relatado. Segundo ele, foi impedido de entrar no Palácio Rio Madeira quando tentou buscar seus pertences e se despedir. Para conseguir a entrada, precisou da intervenção de seu irmão, o vice-governador Sérgio Gonçalves. Ele acredita que a restrição foi motivada por pessoas próximas ao governador que tinham a intenção de enfraquecê-lo politicamente.
Mesmo fora do governo, segue como presidente estadual do União Brasil. Durante a entrevista, disse que Marcos Rocha estaria articulando para removê-lo do comando do partido. No entanto, afirmou que, se necessário, abriria mão da presidência para evitar conflitos internos. Sobre as eleições de 2026, destacou que considera seu irmão, Sérgio Gonçalves, um nome viável para disputar o governo do estado.
No encerramento da entrevista, o podcast Resenha Política anunciou que o próximo convidado será Léo Moraes, prefeito de Porto Velho. A conversa, inicialmente prevista para outro momento, foi remarcada para ir ao ar na quinta-feira, dia 20. A íntegra da entrevista com Júnior Gonçalves pode ser assistida no canal do Resenha Política no YouTube.
AUTOR: INFORMA RONDÔNIA