Pacientes com maior gravidade têm prioridade no atendimento, enquanto casos menos urgentes são encaminhados para outras unidades
Porto Velho, RO – No contexto das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), a classificação de risco é fundamental para organizar a ordem de atendimento, assegurando que as emergências mais graves recebam o cuidado médico mais rápido. Esse sistema, regulamentado pela Portaria 2.048 do Ministério da Saúde, foi estruturado para permitir que os pacientes em situação de risco iminente de vida sejam atendidos com prioridade, enquanto aqueles com quadros menos urgentes possam ser orientados a procurar outras unidades de saúde, como as Unidades Básicas de Saúde (UBS).
O sistema de classificação de risco adota um código de cores para diferenciar os níveis de gravidade. Pacientes em situação de risco máximo são identificados pela cor vermelha, o que garante atendimento imediato. Já aqueles classificados como laranja necessitam de cuidados urgentes, embora não em caráter emergencial, enquanto os casos amarelos, embora graves, não implicam risco imediato de vida, podendo aguardar um pouco mais para serem atendidos.
Nos casos de menor gravidade, identificados pelas cores verde e azul, os pacientes são encaminhados para esperar por mais tempo nas UPAs ou, preferencialmente, são orientados a buscar atendimento nas UBS ou, durante a noite, nas unidades sentinelas, como as chamadas “unidades corujão”, que atendem até meia-noite. Essas unidades sentinelas atuam como um apoio para reduzir a demanda nas UPAs e garantir que os casos menos urgentes sejam atendidos em horários fora da rotina das unidades convencionais.
AS ÚLTIMAS DO INFORMA RONDÔNIA
++++
Na zona Leste, a UPA Hamilton Gondim é a unidade sentinela de referência, enquanto na zona Sul/Centro, a unidade Osvaldo Piana realiza esse papel. O objetivo dessas unidades é aliviar o fluxo de atendimentos nas UPAs, especialmente durante a noite, quando a demanda costuma ser maior.
Em termos de volume, os números de atendimentos nas UPAs, segundo dados de 2024, são expressivos. Das 337.033 consultas realizadas nas UPAs, cerca de 65,81% (aproximadamente 221.831 pacientes) correspondem a casos de menor gravidade, classificados como verde ou azul. Esses dados refletem uma grande concentração de atendimentos em quadros menos urgentes, o que aumenta a espera para quem precisa de atenção mais rápida.
A gravidade do caso também influencia diretamente o tempo de espera. Por exemplo, pacientes classificados como laranja aguardam em média 13 minutos para atendimento, enquanto aqueles nas categorias verde e azul enfrentam uma espera significativamente maior, com tempo médio de 74 minutos.
Além das UPAs, a cidade conta com uma rede de 38 Unidades Básicas de Saúde (19 na zona urbana e 19 na zona rural), que desempenham um papel crucial na Atenção Primária à Saúde, oferecendo serviços médicos essenciais para aqueles que necessitam de cuidados de menor complexidade, como consultas, exames, e vacinação.
A Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) reforça a importância de a população procurar as UBS para casos de baixa urgência, ajudando a manter o sistema de saúde organizado e eficiente. Com esse modelo, busca-se otimizar o atendimento e reduzir o tempo de espera para todos os pacientes, melhorando a experiência no Sistema Único de Saúde (SUS) e garantindo uma resposta mais rápida para os casos mais críticos.