Estudo detecta presença de parasitos intestinais em peixes de igarapés urbanos e relaciona contaminação à ausência de saneamento básico.
Por Informa Rondônia - sábado, 05/04/2025 - 09h43
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Porto Velho, RO – A professora Carolina Doria, da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), manifestou preocupação diante da crescente prática de captura de peixes nos igarapés urbanos que transbordaram devido às fortes chuvas que atingiram Porto Velho nas últimas semanas. Segundo ela, o consumo desses peixes pode representar sérios riscos à saúde da população.
“A água desses igarapés está altamente contaminada por esgoto doméstico, resíduos urbanos e outros poluentes. Os peixes que vivem nesses ambientes podem estar infectados por parasitos que causam doenças graves, como diarreia, infecções intestinais e outras complicações, principalmente se forem consumidos crus ou mal cozidos”, alerta a professora.
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De acordo com dados levantados no trabalho de dissertação da Ma. Taiane Nunes, bióloga formada na UNIR, foram identificados peixes parasitados por nematoides e protozoários em amostras coletadas em trechos urbanos dos igarapés. Durante as pesquisas, foi observado que os peixes estavam atuando como transportadores mecânicos de endoparasitoses comuns em humanos. Isso demonstra a alta contaminação dessas águas com efluentes domésticos, reflexo da falta de tratamento de esgoto, que infelizmente é uma problemática em muitos locais do país.
A professora reforça que a população deve evitar o consumo desses peixes e aguardar a normalização dos níveis dos igarapés e das condições sanitárias antes de qualquer atividade de pesca em áreas urbanas. “Nosso objetivo é preservar a saúde das pessoas e conscientizar sobre os riscos invisíveis que acompanham essas enchentes”, finaliza.
Vinícius Miguel, secretário Municipal de Meio Ambiente, destaca que “é importante que a população esteja atenta a esses riscos e colabore com as orientações dos órgãos competentes, ao mesmo tempo em que fortalecemos, de forma conjunta, as ações voltadas à melhoria do saneamento e à proteção dos nossos recursos hídricos.”