Caso de Carlos Eduardo mobilizou forças de segurança no Aeroporto Internacional Jorge Teixeira e gerou críticas à condução policial
Porto Velho, RO – O jovem Carlos Eduardo, conhecido nas redes sociais, foi apresentado nesta segunda-feira (18) à Superintendência da Polícia Federal em Porto Velho (RO), após protagonizar um episódio que ganhou repercussão nacional ao simular uma ameaça de bomba no Aeroporto Internacional Jorge Teixeira. O caso mobilizou o Batalhão de Operações Especiais (BOPE), Polícia Federal, Companhia de Operações Policiais Especiais (CIOP) e a segurança do terminal.
Segundo informações divulgadas no fim de semana, a ocorrência teve início na noite de 14 de agosto, quando forças de segurança foram acionadas para isolar a área do aeroporto após a localização de um objeto suspeito. O Esquadrão de Bombas realizou a contenção controlada, seguindo protocolos internacionais para evitar riscos. Posteriormente, a perícia da Polícia Federal confirmou que se tratava de um artefato falso.
Críticas à operação policial
O advogado Jackson Chediak, responsável pela defesa do investigado ao lado de Tiago Fernandes, criticou a forma como o caso foi conduzido. “O Carlos Eduardo precisa responder pelo que fez, mas na medida da culpa dele. É inadmissível uma conduta que configura um determinado tipo penal onde a pessoa buscou fama. De igual sorte, pessoas ligadas a instituições importantes que devem apurar buscam a mesma fama com palanque”, afirmou.
Chediak também destacou supostos excessos nas ações. “Com ações policialescas, incluindo tijolo já após a informação de não ser uma bomba, indo além do protocolo, ou mesmo deixando de recepcionar a defesa e receber o investigado. Ou via sua versão para, com um decreto preventivo, sair no encalço, ir prender e mostrar ação policial, isso não é admissível, não atende o interesse público e pode, inclusive, ser já improbidade administrativa”, disse.
AS ÚLTIMAS OPINIÕES
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Para o advogado, há distinção entre a conduta do jovem e a de agentes públicos: “O que é diferente do Carlos Eduardo, que é um jovem e que errou, que quis aparecer. A pessoa pública, quando faz isso, tentando, de alguma sorte, essa mesma promoção, comete improbidade administrativa”.
Defesa confirma apresentação voluntária
O advogado Tiago Fernandes informou que a apresentação foi voluntária. “Nós estamos direcionando agora à delegacia para poder apresentar o Carlos Eduardo, onde ele vai responder todas as perguntas da autoridade policial, e estamos a caminho de lá, é isso aí”, declarou.
O próprio Carlos Eduardo também se pronunciou, pedindo desculpas à população. “Só pedir desculpa a todos. Não foi minha intenção prejudicar ninguém ou fazer alguma coisa vergonha a ninguém, e é isso, peço desculpa a todos”.
A Polícia Federal dará sequência às oitivas e aos trâmites do inquérito, enquanto o caso segue repercutindo em Rondônia e em nível nacional.