Parlamentar rebate medida protetiva de ex-servidora, critica contratos milionários da prefeitura e se coloca como voz de oposição na Câmara
Porto Velho, RO – O vereador Antonio Marcos Mourão Figueiredo, conhecido como Marcos Combate (AGIR), iniciou sua fala no Podcast Resenha Política rebatendo acusações ligadas a uma medida protetiva concedida pela Justiça a uma ex-servidora da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Sema). O conteúdo é transmitido, exclusivamente, pelo site Rondônia Dinâmica. Segundo ele, “nunca fui notificado. Essa senhora cometeu crime de dano ao erário, foi para a praia recebendo salário público e acabou exonerada após minha denúncia. Isso é represália”. Após negar envolvimento no caso, o parlamentar voltou suas críticas à gestão de Léo Moraes (Podemos). Declarou-se opositor independente, lembrando que apenas ele e o vereador Santana não compõem a base de apoio, formada por 21 dos 23 vereadores de Porto Velho.
Combate afirmou ter impedido a aprovação de uma proposta do Executivo que previa aumento automático na Contribuição para Custeio da Iluminação Pública (COSIP). “Era o aumento da taxa da COSIP, aquela taxa de iluminação pública que todo porto-velhense paga, inclusive as áreas rurais. Graças à minha atuação, esse projeto não passou”, disse. Para ele, o impacto seria imediato nos trabalhadores com menor renda: “Às vezes é cinco reais, seis reais, que fazem muita diferença no bolso de quem ganha um salário mínimo e tem vários filhos”.
Na entrevista, o vereador citou contratos da prefeitura que, segundo ele, foram anulados após suas denúncias: Platô Engenharia, de R$ 36 milhões, e Eixo Norte, de R$ 62 milhões, ambos sob apuração da 6ª Promotoria do Ministério Público. Criticou também a atuação da empresa MB, responsável pela limpeza urbana: “O prefeito é garoto propaganda da MB. Ele sobe em cima de trator para dizer que está limpando a cidade, mas eu recebo reclamações todos os dias”.
O trânsito da capital foi outro tema destacado. O parlamentar defendeu audiência pública para discutir a circulação de carretas e se posicionou contra os pedágios da concessão da BR-364. “Isso vai impactar no arroz, feijão e açúcar da dona Maria. O dinheiro ficará nos pedágios e vai encarecer o frete”, disse, acrescentando que grandes produtores utilizam transportadoras de fora do estado, sem gerar receita ou empregos em Rondônia.
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Para Combate, o saneamento básico segue como o principal desafio da capital. Ele declarou: “Na realidade, hoje, nossa capital é a pior capital a se morar do país, saneamento básico é precário. Então acredito que a parte do saneamento básico tem que ir pra cima, porque o Léo Moraes ganhou a eleição por causa da chuva, falando mal da gestão anterior, por causa das alagações. E agora ele tem que sair do discurso, do palco, do TikTok que ele grava lá e botar nas práticas”.
O vereador disse ainda que recusou propostas de cargos e recursos feitas pela atual gestão. “Eu não aceitei. Ganhei a eleição para ter independência e não ser base do prefeito”, afirmou. Segundo ele, as ofertas incluíam 25 cargos, três funções de alto nível (CC18) e R$ 3 milhões em emendas.
Entre projetos de sua autoria, mencionou iniciativas de estímulo ao empreendedorismo local, como a Sala do Empreendedor e a isenção de taxas no primeiro ano de atividade. Também citou a exigência de que empresas contratadas pela prefeitura mantenham sede em Porto Velho e contratem aprendizes da capital.
No campo da mobilidade, defendeu a retirada das carretas do centro da cidade, criticou a prática de remendos no asfalto e apontou que a fragilidade do solo torna inviável a execução de projetos de escavação prolongada. Ele defendeu que as contrapartidas da concessionária da BR-364 deveriam incluir medidas de alívio ao tráfego urbano.
Apesar de críticas duras à atual gestão, o parlamentar declarou que não considera o prefeito inimigo. Disse que a política se faz com adversários e não com inimizades permanentes, ressaltando que mantém independência para agir de acordo com sua consciência e os interesses da população.