Senador de Rondônia rebateu duramente ataques do ex-governador após divergência sobre votação do PLP 192/2023, que altera regras da Lei da Ficha Limpa
Porto Velho, RO – O senador Jaime Bagattoli (PL) respondeu publicamente às críticas feitas pelo ex-governador Ivo Cassol (PP), que o havia chamado de “falso moralista” e “covarde” em entrevista no último dia 4, logo após a aprovação do Projeto de Lei Complementar nº 192/2023. A proposta modifica os prazos de inelegibilidade da Lei da Ficha Limpa, tema que gerou forte embate político em Rondônia.
Durante transmissão nas redes sociais e em pronunciamento gravado, Bagattoli afirmou que o voto contrário ao PLP foi uma decisão de consciência e não direcionada contra nomes específicos. “Eu esclareci que o caso deles era um caso atípico, mas que eu não iria votar devido às pessoas que iam votar a política e cometeram corrupção nesse país”, disse, referindo-se a Cassol e ao ex-senador Acir Gurgacz.
O senador contestou de forma contundente as acusações de Cassol. “Cacol, você foi muito infeliz nas suas palavras. Eu quero que você entenda que o senador Jaime Bagattoli não é um falso moralista. Você é um covarde, é mentira o que você falou. Dizer que eu sou falso moralista… eu jamais chamaria você disso. Isso que você fez comigo é coisa de covarde”, afirmou.
Bagattoli também rejeitou a alegação de que Cassol teria sido responsável por sua eleição. “Você não me ajudou em nada, em nada, absolutamente nada. Quem fez a minha ficha, que me colocou dentro do PL, foi o Popó, aqui de Cacoal, e foi o Ademarzinho. Eu sou senador, não é por causa de você não, Ivo Cassol”, declarou.
O parlamentar fez questão de exaltar sua ligação com o ex-presidente Jair Bolsonaro, a quem atribuiu apoio decisivo em sua trajetória. “Eu queria tanto esse homem na presidência que eu trocaria o meu mandato para ele ser presidente da República. Eu sou senador, tenho uma admiração e uma gratidão pelo nosso ex e eterno presidente Jair Messias Bolsonaro”, afirmou.
A crítica de Cassol também mencionava que Bagattoli não teria condições de se eleger. O senador rebateu: “Você mesmo falou pra mim, lá dentro do seu escritório em Rolim de Moura, que eu não tinha voto pra ser senador. A dor de cotovelo que você tem é porque eu ganhei da sua irmã, inclusive na sua cidade.”
Em sua fala, Bagattoli ampliou os ataques e contestou a ideia de que Cassol teria sido o único responsável pela construção política de Rondônia. “Quando você fala que você fez o Estado de Rondônia, que só você governou, quem fez o Estado foram esses pioneiros que vieram para cá. Foram os rondonienses, foram os que construíram a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, foram os milhares que morreram de malária. Essas pessoas sim fizeram Rondônia.”
O senador ainda destacou que já destinou aproximadamente R$ 130 milhões em emendas parlamentares para os 52 municípios do estado. “Isso não é mérito do senador Jaime Bagattoli, não. É direito do povo do Estado de Rondônia, em saúde, educação, infraestrutura e segurança”, ressaltou.
Além de responder a Cassol, Bagattoli fez críticas ao Judiciário. “Eu não tenho medo de Alexandre de Moraes, de nenhum ministro do Supremo. O Alexandre de Moraes precisa ser impeachmado”, disse, lembrando que participou de paralisações de pauta no Senado. “Se amanhã eu for preso ou tirado do Senado, eu vou pra casa e vou trabalhar. Eu não vou daí votar pra política.”
No encerramento, o parlamentar apelou ao eleitorado para as eleições de 2026: “Quando vocês forem à urna, analisem, pesquisem, vejam quem são os candidatos. Não votem em pessoas que estejam envolvidas com corrupção. Coloque senadores que não têm um problema em Brasília, senão vai continuar da mesma maneira que estamos hoje.”