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ORIENTE MÉDIO
Plano dos EUA para Gaza prevê conselho internacional chefiado por Trump, anistia a integrantes do Hamas e rota para Estado palestino

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Netanyahu disse na Casa Branca que aceitou a proposta. Trump declarou que apoiará Israel se o Hamas rejeitar os termos. Documento detalha cessar-fogo, libertação de reféns, reconstrução e força internacional de estabilização.

Por Informa Rondônia - segunda-feira, 29/09/2025 - 18h40

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Porto Velho, RO – Os Estados Unidos anunciaram nesta segunda-feira (29) uma proposta para encerrar a guerra na Faixa de Gaza. O plano estabelece a criação de um órgão internacional de transição, o “Conselho da Paz”, presidido por Donald J. Trump e com participação prevista do ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair, para supervisionar uma administração palestina tecnocrática e apolítica responsável pela gestão local e pela reconstrução do território. Segundo o documento, Gaza será “desradicalizada”, terá infraestrutura militar e túneis desmantelados sob monitoramento internacional e contará com uma Força Internacional de Estabilização (ISF) que treinará forças policiais palestinas, em coordenação com Jordânia e Egito.

O texto prevê cessar-fogo imediato após a aceitação do acordo. A devolução de todos os reféns israelenses ocorreria após a aceitação pública por Israel; no detalhamento do plano, o prazo é de até 72 horas. Em outra versão citada por autoridades árabes à Associated Press e reproduzida pelo Estadão, o prazo mencionado é de 48 horas. Em contrapartida, Israel libertaria 250 prisioneiros com penas de prisão perpétua e outros 1.700 palestinos detidos após 7 de outubro de 2023, incluindo mulheres e crianças, além da entrega de restos mortais nas proporções indicadas no documento.

A proposta inclui ampliação imediata da ajuda humanitária, com entrada de alimentos, água, medicamentos, energia e equipamentos para remoção de escombros e reabertura de vias. A distribuição seria executada por agências da ONU, pelo Crescente Vermelho e por entidades internacionais não vinculadas às partes. A passagem de Rafah funcionaria pelo mesmo mecanismo acordado em 19 de janeiro de 2025.

O plano estabelece que ninguém será obrigado a deixar Gaza e que quem desejar sair terá passagem segura e direito de retorno. O Hamas e outras facções ficariam proibidos de participar do governo local. Está prevista uma zona econômica especial e um programa de desenvolvimento conduzido por especialistas, com o objetivo de atrair investimentos e gerar empregos. O documento afirma que Israel não ocupará nem anexará a Faixa de Gaza e que as Forças de Defesa de Israel se retirarão gradualmente, mantendo um perímetro de segurança temporário, conforme a desmilitarização avance e áreas sejam entregues à ISF.

Durante anúncio na Casa Branca, Donald Trump afirmou que, se o Hamas rejeitar a proposta, os Estados Unidos apoiarão Israel em ações para eliminar o grupo. Ao lado dele, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu declarou concordar com o plano e disse que Israel avançará na ofensiva caso os termos não sejam aceitos: “Se o Hamas rejeitar seu plano, senhor presidente, ou se supostamente aceitá-lo e depois basicamente fizer de tudo para contrariá-lo, então Israel concluirá o trabalho por conta própria”.

Segundo a Casa Branca, Trump e Netanyahu telefonaram para o primeiro-ministro do Catar, Mohammed Bin Abdulrahman. No contato, Netanyahu pediu desculpas “pela violação da soberania do Catar” e afirmou que Israel não repetirá ataques contra o país. Após a ligação, ministros do governo israelense criticaram o gesto. Bezalel Smotrich escreveu que o pedido de desculpas “é uma vergonha”. Itamar Ben-Gvir disse que o ataque foi “importante, correto e moral como nenhum outro”.

De acordo com os textos divulgados, o plano será implementado nas áreas consideradas livres do Hamas mesmo em caso de rejeição. A Autoridade Palestina poderá reassumir o controle após um programa de reformas. O comunicado também prevê diálogo inter-religioso e um mecanismo de prevenção de conflitos. Enquanto avançarem a reconstrução e as reformas, o plano indica uma rota para a autodeterminação palestina e a possibilidade de um Estado palestino, debatida em reuniões com líderes árabes na semana anterior.

Representantes do Hamas informaram que foram avisados sobre a iniciativa, mas relataram não ter recebido proposta oficial dos mediadores do Egito e do Catar. O grupo afirmou estar disposto a analisar “de forma positiva e responsável” qualquer proposta e reiterou que a libertação dos reféns está condicionada ao fim da guerra e à retirada das tropas israelenses da Faixa de Gaza.

 

AUTOR: INFORMA RONDÔNIA





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