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ATAQUES SEXUAIS
Prisioneiro liberado por engano é recapturado em Londres após buscas policiais

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Hadush Kebatu havia sido condenado por agressões sexuais e seria deportado, mas deixou HMP Chelmsford por erro administrativo

Por Informa Rondônia - domingo, 26/10/2025 - 09h20

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Porto Velho, RO – Hadush Gerberslasie Kebatu, cidadão etíope que vivia em um hotel para requerentes de asilo no Reino Unido, voltou à custódia neste domingo após ser liberado por engano da prisão HMP Chelmsford, em Essex. Ele foi localizado às 08h30 (horário local) na região de Finsbury Park, no norte de Londres, segundo informações da Polícia Metropolitana. A corporação informou que a prisão ocorreu com base na suspeita de que ele estava “unlawfully at large” e que será conduzido para uma unidade prisional em Londres.

Kebatu havia sido sentenciado em setembro a 12 meses de detenção por cinco delitos relacionados à agressão sexual de uma adolescente de 14 anos e de uma mulher na cidade de Epping. O tribunal determinou ainda uma ordem de prevenção de danos sexuais válida por cinco anos, proibição de aproximação ou contato com qualquer mulher e obrigação de inclusão no Registro de Agressores Sexuais por dez anos. O julgamento também registrou informação de que ele afirmou ter 38 anos, embora o juiz tenha mencionado indicação documental de 41 anos.

O réu permaneceu 108 dias em regime de custódia até ser libertado erroneamente na sexta-feira. O serviço prisional reconheceu falha humana e afastou um funcionário enquanto as apurações seguem. De acordo com informações repassadas à imprensa britânica, Kebatu teria recebido um pagamento de £76 referente à liberação e sido classificado de forma incorreta como preso elegível para soltura mediante licença.

Após sair da penitenciária na sexta-feira, às 12h41, ele embarcou em um trem com destino a Stratford, no leste de Londres. A polícia confirmou que ele foi visto no centro de Chelmsford conversando com pessoas e pedindo informações. Um motorista de entregas relatou à Sky News que Kebatu teria retornado ao portão principal da prisão “quatro ou cinco vezes”, questionando para onde deveria ir e sendo orientado por funcionários a seguir caminho. O mesmo relato apontou que ele aparentava confusão e preocupação com a deportação que estava prevista.

Na noite de sexta-feira, a Polícia Metropolitana divulgou imagens de câmeras de segurança que mostravam Kebatu em uma biblioteca em Dalston, usando um moletom cinza padrão prisional e segurando uma sacola branca com ilustrações de abacates. No domingo, às 08h03, um membro do público avisou que um homem com as mesmas características havia sido visto em um ponto de ônibus próximo a Finsbury Park. Policiais chegaram pouco depois e o encontraram 16 minutos mais tarde, usando roupas diferentes daquelas registradas anteriormente, sendo conduzido algemado.

O caso gerou mobilização política. O primeiro-ministro Keir Starmer, o vice-primeiro-ministro David Lammy e o secretário de Saúde Wes Streeting afirmaram publicamente que Kebatu será deportado. Starmer declarou que já há investigação em andamento para apurar as circunstâncias da liberação. Lammy informou que reforços imediatos nos procedimentos de saída de presos foram determinados. A secretária do Interior, Shabana Mahmood, disse que a deportação ocorrerá “o mais rápido possível”.

Dados do His Majesty’s Prison and Probation Service apontam que entre abril de 2024 e março de 2025 ocorreram 262 liberações indevidas em prisões na Inglaterra e no País de Gales, número superior aos 115 casos registrados nos 12 meses anteriores. Representantes sindicais do setor prisional declararam que há falta de pessoal experiente e alto volume de processos de soltura simultâneos.

O histórico de Kebatu provocou protestos em julho nos arredores do Bell Hotel, em Epping, onde ele estava hospedado após chegar ao Reino Unido em um pequeno barco. As manifestações resultaram em confrontos e detenções. À BBC, um morador de Finsbury Park que presenciou a prisão deste domingo afirmou ter visto policiais conduzindo um homem parecido com o divulgado nas notícias. Já um ex-hóspede do Bell Hotel, que estava presente à época das agressões, declarou ao Guardian que a recaptura representou “alívio” e defendeu a deportação.

A polícia britânica informou que as investigações prosseguem para determinar todos os deslocamentos feitos pelo suspeito desde a saída do presídio até sua recaptura. O caso permanece sob responsabilidade do sistema de Justiça Criminal do Reino Unido, com acompanhamento de autoridades nacionais envolvidas na política migratória.

AUTOR: INFORMA RONDÔNIA





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