Meta do governo é atingir o valor durante a presidência brasileira da COP
Porto Velho, RO – Durante encontro com investidores e representantes do setor financeiro em São Paulo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta segunda-feira (3) que o Brasil busca captar US$ 10 bilhões para o Fundo Tropical das Florestas (TFFF, na sigla em inglês). O objetivo do mecanismo é garantir apoio financeiro a países que preservam suas florestas tropicais, promovendo investimentos voltados à conservação ambiental.
Segundo Haddad, a meta deve ser alcançada até o final do próximo ano, ainda no período em que o Brasil preside a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP). O ministro explicou que o valor inicial se refere a aportes de governos, mas destacou que o total pode aumentar com a entrada de instituições privadas, fundações e fundos internacionais.
“Se a gente terminar o primeiro ano com US$ 10 bilhões de recursos públicos, seria um grande feito”, declarou o ministro após participar do COP30 Business & Finance Forum, promovido pela Bloomberg Philanthropies na capital paulista. Ele afirmou que a adesão de alguns países do G20 seria suficiente para dar início à remuneração das nações que preservam florestas tropicais. “Sobretudo os que estão endividados, porque não têm recursos para manter as suas florestas. E o TFF viria em suporte dessa iniciativa”, acrescentou.
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Haddad classificou a proposta como “ambiciosa”, mas viável. “Eu acredito que nós vamos chegar lá”, afirmou. O ministro também mencionou outras ideias em discussão internacional, como a coalizão do mercado de carbono, que, segundo ele, exigirá mais ajustes técnicos. “Das ideias originais que surgiram nos últimos anos, o TFF é o que está mais pronto para dar certo”, completou.
A meta final do fundo é reunir US$ 125 bilhões, sendo US$ 25 bilhões provenientes de países soberanos e US$ 100 bilhões de capital privado.
O ministro relatou que a rodada de negociações em São Paulo apresentou “sinais concretos de que algumas ideias podem começar a sair do papel”. Haddad afirmou que investidores e financiadores demonstraram interesse em acelerar as ações e que alguns países já indicaram possíveis anúncios durante a COP. “Pelo que eu ouvi hoje dos investidores e dos financiadores, há uma disposição maior para colocar esse trem para andar mais rápido. Então, eu acredito que nós vamos ter uma grande COP”, disse.
Ao final, Haddad destacou o protagonismo do Brasil nos debates internacionais sobre sustentabilidade. “Não só na COP, mas no G20 nós viemos liderando o debate sobre sustentabilidade. Pela primeira vez, temos um clube de ministros de finanças participando da COP e entregando um relatório. Isso já é fruto do trabalho que foi feito no G20”, explicou. “O Brasil quis fazer dessa COP uma COP pragmática e propositiva”, concluiu.




