Psicólogo explica como ansiedade e estresse interferem no desempenho e orienta técnicas simples para manter o equilíbrio antes das provas.
Porto Velho, RO – A poucos dias da aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025, marcada para os dias 9 e 16 de novembro, os estudantes de Rondônia e de outras regiões intensificam a preparação. No estado, 46.801 candidatos confirmaram inscrição, número menor que o registrado em 2024, quando mais de 38 mil pessoas participaram.
Nesta fase, o controle emocional aparece como um dos maiores desafios. O psicólogo e professor da Estácio Unijipa, Raul Camílo García, afirma que o período que antecede as provas é o momento em que a ansiedade tende a aumentar. Segundo ele, o medo do desempenho, a pressão por resultados e o excesso de autocrítica podem comprometer a concentração.
Raul explica que a ansiedade provoca respostas físicas imediatas. “A ansiedade é uma desreguladora emocional instantânea. Ela provoca reações rápidas no corpo e na mente, ligadas ao medo, que é a nossa emoção base. Quando o estudante fica preso ao futuro, ao resultado da prova ou ao receio de esquecer algo, essa resposta emocional toma conta e pode bloquear o raciocínio”, afirma.
De acordo com o psicólogo, o que mais interfere no rendimento não é o conteúdo estudado, mas as reações fisiológicas e mentais geradas pelo estresse. Ele observa que essas respostas podem causar falhas momentâneas de memória e perda de foco. “O corpo reage de forma imediata: o coração acelera, o sono muda e surgem sintomas como tremores ou tensão muscular. Nessas horas, é fundamental reconhecer os sinais e agir antes que o estresse ultrapasse o limite saudável”, destaca.
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Entre as medidas recomendadas para reduzir esses sintomas, o especialista sugere a prática da respiração diafragmática. “A respiração é como a dipirona da ansiedade: é o remédio mais rápido e acessível que temos. Inspire contando até três, segure o ar por três segundos e solte lentamente até cinco. Isso melhora a oxigenação cerebral e ajuda a recuperar o equilíbrio emocional”, explica Raul.
Ele ressalta que o exercício deve ser treinado antes do exame para que o corpo reconheça o padrão e reaja com naturalidade diante da tensão. “Comece agora: pratique em casa, na fila ou no ônibus. Quando o Enem chegar, o organismo já vai saber o caminho da calma”, orienta.
O psicólogo também recomenda que os participantes preparem um checklist com os itens necessários — caneta, documento, água e lanche — no dia anterior à prova. Durante o exame, ele sugere pausas curtas, respiração controlada e pequenos alongamentos. “No dia da prova, a memória está muito sensível. O checklist traz segurança e evita que o estudante perca energia com preocupações desnecessárias. E, se a tensão apertar, respire. Cinco ciclos de respiração já ajudam a reorganizar a mente e retomar o foco”, acrescenta.
Após a realização do exame, o especialista observa que é comum o surgimento de uma “ressaca emocional”, caracterizada por cansaço e queda de ânimo. “Depois do exame, procure fazer algo leve. Caminhar, ouvir música ou encontrar os amigos ajuda a encerrar o ciclo de forma positiva e evita que o estresse dessa experiência se repita nas próximas provas”, orienta.
Raul conclui que o equilíbrio emocional tem o mesmo peso que o preparo intelectual. “O sucesso não é só dedicação ou horas de estudo. Ele une vontade, propósito e equilíbrio. Visualize-se tranquilo durante a prova, imagine-se respirando e resolvendo as questões com calma. Criar esse estado emocional positivo é parte do processo”, finaliza.




