Evento itinerante começa em 4 de novembro e leva exibições, oficinas e debates sobre cultura afro-amazônica a diferentes cidades de Rondônia
Porto Velho, RO – Mostra Amazônia Negra de Cinema percorre campi do IFRO com programação audiovisual sobre identidade e ancestralidade
A Mostra Amazônia Negra de Cinema será iniciada na terça-feira, 4 de novembro, com atividades distribuídas em diferentes unidades do Instituto Federal de Rondônia (IFRO). O evento tem como proposta valorizar o cinema produzido por artistas negros, periféricos e amazônidas, promovendo reflexões sobre identidade, ancestralidade e resistência por meio do audiovisual. A ação busca fortalecer a produção independente e ampliar o acesso à cultura nas diversas regiões do Estado.
A programação reúne exibições, oficinas e debates, começando no campus Porto Velho Zona Norte e seguindo por Calama, Ariquemes, Ji-Paraná, Cacoal e Guajará-Mirim. A iniciativa pretende aproximar estudantes e comunidades do universo do cinema afro-amazônico, estimulando o pensamento crítico e o envolvimento criativo.

Durante o trajeto, o público poderá assistir a filmes que abordam temas como território, cultura e pertencimento, além de participar de oficinas voltadas à formação e à produção audiovisual independente na região.
A curadoria é assinada por Keila-Sankofa, Amanara Brandão Lube e Beta Avelar. Keila-Sankofa é artista visual e realizadora audiovisual com atuação em mostras e festivais nacionais e internacionais, reconhecida pelo trabalho com narrativas afrodescendentes. Amanara Brandão Lube, natural de Porto Velho, é atriz, produtora cultural e pesquisadora com experiência em circulação de obras artísticas no Brasil e no exterior. Beta Avelar, mulher afroameríndia e amazônida, é produtora cultural e pesquisadora atuante em projetos de cineclubismo, educomunicação e cultura na região Norte.
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A Mostra apresenta produções de diferentes regiões da Amazônia e do país, entre elas: Apagamento (Caramuja Produções), A Casa de Todas as Águas (Quariterê), A Festa de São João na Comunidade Quilombola de Pedras Negras (Produz Filmes), Um “Belo” Sonho (Produz Filmes), Benedito que Subia: do Profano ao Divino (Ízis Negreiros), Comida de Caboco: Heranças na Beira do Rio Negro (Floresta Gastronomia Cultural), À Flor da Pele (Lívia Borges), Ela Mora Logo Ali (Fabiano Barros e Rafael Rogante), Legado (Daya e Marcelle Tenório), A Ascensão da Cigarra (Val Barbosa e Ana Clara Ribeiro), Narrativas Quilombolas (Washington Kuipers), Carrinho de Rolimã – Uma Aventura em Alta Velocidade (Cine Diáspora), Vozes do Mangue (Instituto Cultural da Dinamarca, Instituto Querô e The Animation Workshop), Deixa (Mariana Jaspe), A Memória que Ficou (Kaline Leigue) e Minha Pele Preta em Terra Verde (Teddy Falcão).

O destaque da programação é o filme Destino da Pele, dirigido por Marcela Bonfim e estrelado por Agrael de Jesus. A obra narra a trajetória de Tereza, mulher que, após décadas, reencontra um antigo desafeto e reflete sobre o valor da pele, do tempo e da própria existência.
Nesta edição, a Mostra homenageia a atriz Agrael de Jesus, que atua há mais de vinte anos nas artes cênicas de Rondônia. Educadora e militante cultural, Agrael é reconhecida pela contribuição às narrativas afro-amazônicas e pela formação de novos artistas na região.
A Mostra Amazônia Negra de Cinema integra o Edital nº 06/2024/SEJUCEL-SIEC – Fomento para Formação, Difusão e Apoio a Sala de Cinema, da Superintendência da Juventude, Cultura, Esporte e Lazer (Sejucel), que apoia ações de democratização do acesso ao cinema e incentivo à formação cultural em Rondônia.

O cronograma prevê atividades ao longo de cinco dias. No dia 4 de novembro, as exibições e oficinas ocorrerão no IFRO Zona Norte, em Porto Velho, durante a manhã e a tarde, e no IFRO Calama, à noite. No dia 5, o evento segue para Ariquemes, com atividades pela manhã e início da tarde. No dia 6, a Mostra será realizada em Ji-Paraná, também nos dois períodos. Em 7 de novembro, as sessões e oficinas ocorrem no IFRO de Cacoal. A programação se encerra no dia 10, em Guajará-Mirim, com exibições e oficinas durante todo o dia.
A curadoria reforça que o evento busca visibilizar produções que tratam da ancestralidade e da diversidade amazônica, reafirmando o compromisso com a democratização da cultura e o fortalecimento do audiovisual independente na região Norte. As informações são de Cammy Lima.




