Uma crítica à farra com dinheiro público, privilégios e desperdício no Brasil
Professor Nazareno*
Em 1989, na primeira eleição direta para presidente depois da Ditadura Militar, Fernando Collor de Mello foi eleito para o Palácio do Planalto baseando a sua campanha numa das maiores mentiras desse país: a caça aos Marajás. O povão ignaro, como sempre, acreditou na lorota e mais de 35 milhões de eleitores elegeram o alagoano. Já naquela época, Collor denunciava o que muitos brasileiros faziam e ainda hoje fazem com o Erário nacional: dilapidam-no em proveito próprio. Eleito, não conseguiu erradicar a praga que via como um dos maiores atrasos do Brasil. Sequer ele conseguiu colocar ordem na casa. A farra com o dinheiro dos nossos suados impostos prosseguiu, aumentou e continua sugando o país até hoje. Os poderes Legislativo e Judiciário são os campeões na gastança. Em alguns casos, salários de 300 ou de 400 mil reais por mês já viraram uma triste rotina.
No Brasil sempre funcionou assim: o Poder Executivo arrecada os impostos e os divide repassando para os outros poderes, que muitas vezes se aproveitam para fazer “cortesia com o chapéu alheio” sem sequer olhar para as reais necessidades da população como um todo. Praticamente não há uma só assembleia legislativa dos estados ou uma Câmara de Vereadores dos milhares de municípios do país que não contratem multidões de funcionários comissionados e também, na maioria dos casos, façam farra com o dinheiro repassado pelo Executivo. No Judiciário, a gastança absurda também não fica para trás. Muitas vezes uma simples “auxiliar de serviços gerais” sem muita escolaridade ganha por mês cinco ou até dez vezes mais do que um professor com licenciatura plena. Covardia tentar comparar regalias dos poderes Legislativo e Judiciário com o Executivo.
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Recentemente a Assembleia Legislativa de Rondônia, por exemplo, deu “uma pequena ajuda” para os seus funcionários. Presenteou-os com pelo menos cinco mil reais em moeda corrente. Mas houve briga, pois havia quem quisesse dobrar essa quantia. Detalhe escabroso: a maioria dos funcionários da ALE/RO são comissionados, ou seja, não fizeram nenhum concurso para “trabalhar” naquela repartição pública. Óbvio que Papai Noel deve também ter passado em algumas repartições do Poder Judiciário e até dos Ministérios Públicos. Enquanto isso, os funcionários do Poder Executivo ficaram “a ver navios”: lisos e sem nenhuma ajudinha extra em seus contracheques. E isso não acontece somente aqui, mas infelizmente no país inteiro. O jornalista Rubens Coutinho fez um artigo e reclamou do “bife com manteiga de uns e da cuia de farinha da maioria”.
Se o poder público realmente estivesse interessado em resolver ou até mesmo amenizar as mazelas do país, “entrava de sola e com muita seriedade” nessa questão e não incentivava o desperdício de dinheiro público. Proibia-o! E punia quem fizesse o contrário. Fernando Collor tinha razão em parte daquilo que propunha: acabar com os Marajás. Ele viu o problema e o usou para se eleger. Depois esqueceu. Essa dinheirama toda gasta inutilmente daria para fazer quantos “Built to Suit” para a população pobre e miserável de Porto Velho? Quantos quilômetros de esgotos não seriam feitos por aqui? Já pensou toda a população porto-velhense tendo acesso à água tratada? Mas, como “farinha pouca, meu pirão primeiro”, o importante é eu sair ganhando algo. “O resto que se dane!” De um modo geral, o Brasil inteiro pensa assim também. Se não pensasse, nenhuma instituição pública teria funcionário comissionado. Existem Marajás no Brasil?
*Foi professor em Porto Velho
AUTOR: PROFESSOR NAZARENO
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