COLUNA DO SPERANÇA
Cassol pode virar eleição de cabeça para baixo; Confúcio unânime no MDB; e Scheid tem apoio de Bolsonaro

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Coluna aborda disputas políticas, êxodo ribeirinho e pirataria na região Norte

Por Carlos Sperança - quarta-feira, 23/04/2025 - 15h28

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História roubada

Não é uma novidade a lembrança de que há séculos a Amazônia é saqueada. Desde os menores até os maiores exemplares da biodiversidade, pouco escapou da ação dos piratas e bandidos que percorreram a floresta em busca de riquezas.

Não seria possível quantificar em valores – trilhões ou quatrilhões de dólares – o montante roubado dos nove países que compartilham a Amazônia. O que se pode afirmar, com certeza, diante de surpreendentes descobertas científicas promovidas nos últimos meses, é que além de inestimáveis algumas delas podem até ocultar os segredos da formação do planeta Terra.

À parte as crenças sobre a origem do mundo, a realidade que os cientistas vão apurado a cada passo é que a Amazônia, em termos científicos, seria o equivalente material ao espiritual Jardim do Éden. Ou seja, tudo começou por aqui. A julgar pelo documentário “Pindorama: Uma História do Brasil Ancestral”, do jornalista Marcos Rogatto, as peças de cerâmica mais antigas do mundo podem ter sido feitas na Amazônia. Aliás, já se sabe que os dinossauros mais antigos viviam no Sul do Brasil e Argentina.

Nos últimos anos, por um esforço de arqueólogos e paleontólogos, está em curso uma ação para recuperar peças roubadas aqui e que hoje aparecem com destaque em exposições em outros países. A ciência é objeto de ataque dos obscurantistas porque derruba crenças e desvenda crimes.

Eleições 2026

A possível elegibilidade do ex-governador Ivo Cassol (PP) pode virar a eleição ao governo estadual de cabeça para baixo, ameaçando o favoritismo do senador bolsonarista Marcos Rogério (PL) em 2026. Anos depois de deixar o então Palácio Presidente Vargas, então sede do governo estadual e cumprir seu mandato de senador, a figura política de Cassol permanece vivíssima, principalmente no interior do estado, onde estão concentrados dois terços do eleitorado rondoniense. Ivo tem entraves para superar. Além de reverter processos no Supremo, o seu partido, o PP, está nas mãos da deputada Silvia Cristina. Acredita-se que Ivo pode ser apunhalado pela deputada que estaria acertada com o poder dominante em Rondônia.

 Mesmo segmento

Os principais adversários de Ivo em 2026 estão concentrados na direita conservadora, dita bolsonarista. São o atual senador Marcos Rogério, o vice-governador Sergio Gonçalves, o ex-prefeito de Porto Velho Hildon Chaves, o atual deputado federal Fernando Máximo, além de Lucio Mosquini, deputado federal do MDB, que anunciou saída da legenda, mas que não sai, devido aos altos valores do fundão eleitoral que ele administra. Mas no MDB, o candidato ao governo estadual é o senador Confúcio Moura, um nome unanime dentro do partido e já armando suas nominatas ao Senado, Câmara dos Deputados e Assembleia Legislativa do estado.

Estranho no ninho

Na corrida eleitoral 2026 em Rondônia, temos um estranho no ninho. O ex-presidente Jair Bolsonaro já anunciou seu apoio para uma cadeira ao Senado ao pecuarista Bruno Scheid, já autorizado a usar o nome do mito para a eleição do ano que vem se tornando Bruno Bolsonaro. O problema é que já existe a desconfiança que Bolsonaro pode apunhalar Marcos Rogério outra vez e crave o nome de Bruno Bolsonaro para disputar o governo de Rondônia. Todos os candidatos bolsonaristas ao governo já estão de barbas de molho, pois o mito tem destas reviravoltas como uma das suas principais características.

Não depende

O único político no campo conservador que não depende das bênçãos bolsonaristas em Rondônia para se eleger é o ex-governador Ivo Cassol. Ele tem luz própria, tem um eleitorado fiel, não é à toa que se elegeu governador e se reelegeu, batendo uma das maiores alianças contra ele já firmadas no estado. Por conseguinte, é um candidato temível, mesmo para os cães de guerra do bolsonarismo. É um candidato conservador e não precisa se agarrar no saco do ex-presidente para buscar popularidade. Entrando na parada, de fato, será um osso duro de roer. Mesmo porque é bocudo e adora encrencas com os adversários.

Êxodo ribeirinho

As seguidas cheias, se alternando com estiagens, causando enormes estragos a economia dos ribeirinhos, com suas produções de macaxeira, banana, abacaxis, melancias e outros produtos agrícolas se perdendo rio abaixo, já estão gerando um êxodo populacional nas comunidades atingidas pelos efeitos climáticos. Constatando a cada ano mais dificuldades na sobrevivência, muitas famílias estão se mudando para Porto Velho, aumentando um cinturão da miséria na região metropolitana. O êxodo é um grave problema social acarretando mais demandas urbanas.

Via Direta

*** Os piratas dos rios amazônicos estão aterrorizando os ribeirinhos e as embarcações com passageiros no Amazonas, Pará, Amapá e Rondônia *** Em Porto Velho, os chamados piratas do Madeira agem no roubo de combustíveis, de soja, praticam assaltos e estão instalados com escritórios do crime em grande conjunto habitacionais *** A eleição da nova diretoria da Associação Rondoniense dos Municípios-ARON foi marcada para a próxima segunda-feira. Os prefeitos se encontram no plenário da Câmara de Vereadores de Ji-Paraná *** Alguns alcaides disputam a presidência da entidade a dentadas para ter o privilégio de indicação de cargos polpudos para parentes e apaniguados.

AUTOR: CARLOS SPERANÇA





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