COLUNA DO SPERANÇA
Apetite político em Porto Velho; fusão de MDB e Republicanos; e aumento de deputados na Câmara

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Expectativa pelo novo papa, movimentações políticas em Rondônia e decisões polêmicas no Congresso marcam a semana

Por Carlos Sperança - quinta-feira, 08/05/2025 - 10h19

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Esperando o papa

O mundo religioso vive grande expectativa em torno da sagração do novo papa da Igreja Católica. O papa é considerado um dos líderes de maior influência no planeta, já que boa parte do mundo segue crenças cristãs. É natural que, após o falecimento de um líder de apreciável peso político, surjam especulações sobre o caráter e a personalidade do sucessor, pois, embora sujeito às decisões da instituição que representa, tende a ser a voz da maioria que o elegeu.

A principal dúvida é se a maioria, na eleição do sucessor do papa Francisco, será progressista, como foi a que o escolheu, ou conservadora, como a que elegeu o papa Bento XVI. No final de março, em reunião no Ministério do Meio Ambiente, bispos da Amazônia, organizados pela Comissão Episcopal para a Amazônia da CNBB, se reuniram com representantes do Ibama e do Instituto Chico Mendes. O foco foi a crise socioambiental e climática, com destaque para a urgência de políticas públicas eficazes.

Durante o encontro, os bispos amazônicos enfatizaram: “O olhar sobre as riquezas da Amazônia tem sido maior do que o olhar sobre as pessoas que nela vivem”. A posição, alinhada ao espírito de Francisco, subordina os interesses econômicos às necessidades dos povos da região. Resta saber se essa ótica terá força suficiente para influenciar a escolha do próximo papa.

Apetite de leão

O prefeito de Porto Velho, Leo Moraes, tem expandido o número de secretarias e organismos municipais para atender às demandas de sua base aliada, que não conseguiu eleger sequer um vereador nas eleições passadas. Com a criação de novos cargos, pretende manter maioria na Câmara de Vereadores e garantir a aprovação de projetos importantes, como o da guarda municipal. A iniciativa visa reforçar a segurança pública na capital, uma área que, segundo análises, vem sofrendo retrocessos sucessivos e demanda esforços conjuntos das esferas municipal, estadual e federal.

Onda de fusões

As movimentações partidárias seguem intensas com vistas às eleições do próximo ano. Agora, MDB e Republicanos se fundem, formando uma legenda com 88 deputados federais e 15 senadores. Em Rondônia, o MDB é presidido pelo deputado federal Lucio Mosquini, ligado ao senador Confúcio Moura. Já o Republicanos é comandado pelo ex-deputado federal e ex-vice-governador Aparício Carvalho, líder do clã Carvalho, que inclui a ex-deputada Mariana Carvalho e o atual deputado Maurício Carvalho. A fusão deve fortalecer os dirigentes e parlamentares no acesso ao fundo eleitoral.

Mais deputados

O cenário para a população brasileira se agrava com a recente decisão da Câmara dos Deputados de aumentar de 513 para 531 o número de parlamentares. A medida representa mais gastos públicos em um contexto já marcado por rombos e desvios em áreas como o INSS, que impactam duramente aposentados. Enquanto o custo de vida sobe, com aumentos em energia, supermercados e saúde, os brasileiros assistem ao crescimento de despesas com o sistema político e judicial, marcado por supersalários e penduricalhos.

Alguns veteranos

Nos bastidores políticos de Rondônia, circulam informações sobre o possível retorno de veteranos às disputas eleitorais. Em Porto Velho, são cogitados Amir Lando, ex-deputado estadual e ex-senador; Everton Leoni, ex-vereador e ex-deputado estadual; e Roberto Sobrinho, ex-prefeito da capital, todos interessados em disputar cadeiras na Câmara dos Deputados. Em Ariquemes, o ex-senador Ernandes Amorim surge como possível candidato, enquanto em Vilhena o nome ventilado é o do ex-deputado federal Natan Donadon. Em Rolim de Moura, a expectativa recai sobre Luiz Cláudio.

Na história

Em julho de 2025, Rondônia lembrará os 50 anos da geada negra que devastou os cafezais do Paraná em 1975, provocando grande migração para a Amazônia. Naquele julho histórico, Vilhena e o Vale do Guaporé chegaram a registrar temperaturas de zero grau. À época, Rondônia era apenas um território, com dois municípios: Porto Velho e Guajará-Mirim. Os municípios de Ariquemes, Ji-Paraná, Cacoal, Pimenta Bueno e Vilhena só seriam criados dois anos depois, em 1977. As mudanças climáticas, portanto, já impactavam a região há décadas.

Via Direta

E vem aí mais uma proposta de prorrogação de mandatos para extinguir a reeleição de prefeitos, governadores e presidentes, medida que historicamente busca conter os rombos nos cofres públicos. A última prorrogação ocorreu na década de 1980, sendo posteriormente revertida.

A campanha de qualificação eleitoral em Rondônia avança e atinge os locais mais distantes, num esforço para aumentar o eleitorado do estado. Mais eleitores significam também mais recursos federais destinados à região.

Porto Velho concentra aproximadamente um terço do eleitorado rondoniense, atualmente estimado em mais de 1,2 milhão de votantes.

AUTOR: CARLOS SPERANÇA





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