Ação busca impulsionar a produção rural e promover práticas sustentáveis nas comunidades São Luís e Serrinha
Por Informa Rondônia - quinta-feira, 20/03/2025 - 17h04
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Porto Velho, RO – Nos dias 18 e 19 de março, a Aldeia Indígena Terra Rio Branco, em Alta Floresta d’Oeste, foi o cenário de um mutirão voltado à agricultura familiar indígena. Organizado com o apoio de diversas instituições, o evento teve como principal objetivo proporcionar assistência técnica especializada às comunidades São Luís e Serrinha, visando aumentar a produção agrícola e garantir práticas sustentáveis, respeitando os saberes tradicionais indígenas.
O mutirão foi promovido pelo Projeto Ater Indígena, uma iniciativa do governo estadual que oferece apoio técnico gratuito aos agricultores familiares indígenas. O projeto foca no aprimoramento das práticas agrícolas nas comunidades, respeitando as especificidades de cada etnia e região, e buscando integrar métodos tradicionais com inovações para garantir o desenvolvimento sustentável.
Este evento contou com a colaboração de importantes parceiros, como a Emater-RO, a Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri) e a Fundação Nacional do Índio (Funai), que trabalharam em conjunto para fornecer soluções personalizadas de acordo com as necessidades de cada comunidade.
Luciano Brandão, diretor-presidente da Emater-RO, ressaltou a importância de uma abordagem que considere as características únicas de cada grupo étnico e regional. O governador de Rondônia, Marcos Rocha, reforçou o compromisso do governo em promover políticas públicas que visam o fortalecimento da agricultura familiar indígena, destacando o potencial de crescimento das comunidades indígenas no estado.
Durante o mutirão, a assistência técnica oferecida incluiu tanto práticas agrícolas modernas quanto a valorização do conhecimento ancestral indígena. O foco foi ampliar e diversificar a produção agrícola, além de fortalecer a capacidade das comunidades locais de aumentar a produtividade rural.
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Na comunidade São Luís, um dos destaques foi a emissão de 43 Certificados de Aptidão Familiar (CAF), essenciais para que os produtores indígenas possam acessar programas governamentais de incentivo à agricultura. Também foi promovida uma oficina sobre torra de café, dentro do programa Degusta Rondônia 80+, com o intuito de fortalecer a cafeicultura local.
A Emater-RO ofereceu ainda diversas capacitações técnicas, voltadas para o aprimoramento da qualidade das colheitas e a maior produtividade das lavouras. A família Aruá, famosa por suas conquistas em concursos de cafés especiais, enfatizou a importância da assistência técnica na melhoria contínua das práticas agrícolas e no fortalecimento da agricultura familiar.
Já na comunidade Serrinha, a principal ação foi o cadastramento das famílias no Programa de Aquisição de Alimentos para Povos Indígenas (PAA-Indígena), um importante programa que facilita o acesso das comunidades a mercados institucionais. Outra atividade realizada foi uma oficina sobre o preparo de café de alta qualidade, com o objetivo de agregar valor ao produto e ampliar a comercialização local.
A equipe da Emater-RO, composta por cinco agrônomos e um biólogo, teve um papel fundamental durante o mutirão, proporcionando um aprendizado colaborativo entre técnicos e agricultores indígenas. Esse processo de troca de conhecimento destacou a relevância da agricultura familiar para a sustentabilidade das comunidades indígenas e a necessidade de um desenvolvimento que respeite a cultura e as práticas tradicionais.
Os resultados foram significativos: além dos 43 Certificados de Aptidão Familiar entregues, outros 20 CAFs estão prontos para serem entregues em breve. As oficinas também tiveram grande impacto, capacitando os produtores e reforçando o potencial da agricultura familiar na região.
A continuidade do Projeto Ater Indígena prevê a expansão das ações para outras comunidades, com o objetivo de garantir mais investimentos na produção rural indígena, promover o sustento das famílias e criar um modelo de desenvolvimento integrado, que respeite tanto as tradições quanto as inovações tecnológicas para a melhoria das práticas agrícolas.