Iniciativa aposta em vivências culturais e práticas sustentáveis para integrar comunidades indígenas ao turismo local
Porto Velho, RO – Como parte de uma estratégia inovadora para desenvolver o turismo com base no respeito às culturas originárias, o Governo de Rondônia realizou, entre os dias 8 e 11 de abril, uma série de ações nas aldeias Inajá e Sowaintê, localizadas em Vilhena. A visita marcou mais um passo do Programa de Visitação em Terras Indígenas, promovido pela Superintendência Estadual de Turismo (Setur), com foco na valorização das tradições indígenas e no fortalecimento do etnoturismo no estado.
Criado oficialmente pela Portaria nº 14, de 7 de fevereiro de 2025, o programa tem como objetivo principal integrar as comunidades indígenas ao mercado turístico de forma planejada, oferecendo aos visitantes experiências culturais genuínas e respeitosas. A proposta envolve a participação ativa das comunidades, priorizando práticas sustentáveis e a preservação dos modos de vida tradicionais.
Nesta fase inicial, os esforços estiveram concentrados na realização de um diagnóstico detalhado das aldeias participantes, avaliando desde a produção artesanal até a infraestrutura disponível para receber turistas. A análise abrangeu aldeias de sete municípios, totalizando 17 comunidades envolvidas até o momento. Foram considerados aspectos como segurança, alimentação, hospedagem e capacidade de atendimento ao público externo.
A iniciativa contou com a atuação conjunta de diversas instituições públicas, incluindo o Corpo de Bombeiros Militar de Rondônia (CBMRO), Emater-RO, Secretaria de Estado da Mulher, da Família, da Assistência e do Desenvolvimento Social (Seas), Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam) e Superintendência Estadual do Indígena (SI). As ações realizadas incluíram oficinas, palestras e minicursos voltados à qualificação das comunidades para o exercício do turismo de maneira autônoma e estruturada.
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Para Gilvan Pereira Junior, superintendente da Setur, o etnoturismo representa uma oportunidade estratégica para o estado. “Essa iniciativa tem o poder de transformar a realidade das comunidades indígenas, oferecendo alternativas sustentáveis de geração de renda e, ao mesmo tempo, reforçando o compromisso com a preservação do patrimônio cultural”, afirmou.
O governador Marcos Rocha também destacou a importância do programa, enfatizando seu papel na valorização das raízes culturais e na proteção da memória dos povos originários. Segundo ele, a vivência oferecida aos turistas não apenas fomenta o desenvolvimento econômico, mas também amplia o respeito e o reconhecimento das culturas indígenas.
Da perspectiva das próprias comunidades, o projeto tem sido bem recebido. O cacique Arildo Sowaintê ressaltou que a proposta foi cuidadosamente planejada para evitar qualquer prejuízo à rotina local ou ao meio ambiente. Entre as melhorias previstas, está a construção de alojamentos que atendam tanto visitantes quanto moradores, sem interferir na dinâmica tradicional da aldeia.
A implementação do programa é dividida em três grandes fases: avaliação do potencial turístico, realização de audiências e capacitações, e a criação de roteiros de visitação integrados. A intenção é conectar diferentes aldeias em circuitos que ofereçam experiências ricas e respeitosas, permitindo ao turista um contato direto com a diversidade cultural de Rondônia.
A proposta é mais que uma política pública de turismo: trata-se de um movimento de inclusão e reconhecimento. Com o envolvimento direto das comunidades indígenas e o suporte de diversas esferas do governo, Rondônia aposta em um modelo de turismo que une tradição, sustentabilidade e desenvolvimento social.