Vice-governador reage com atraso às críticas de traição, revela fragilidade política e expõe fissuras internas no governo de Rondônia
LIVE
Foi de uma ingenuidade a live do vice-governador, Sérgio Gonçalves, que utilizou das ferramentas digitais para se defender das acusações de traidor feitas pelo governador Marcos Rocha. Além da perda do time – aguardou mais de uma semana para dar as explicações -, Gonçalves fez uma fala defensiva, piegas e vitimizado com a situação. Nada na live ajudou o vice que tenta se viabilizar como candidato a candidato a governador, muito pelo contrário, revelou seu lado fraco, taciturno e encurralado.
RACHA
Como a relação entre ambos (governador e vice) azedaram de vez e os assessores que os rodeiam ajudam a jogar gasolina nessa fogueira de vaidades, era uma boa oportunidade de ter feito uma fala altiva, direta e sem melancolia. O que assistimos é um racha que não é bom para ninguém, muito menos para o Governo, embora muitos estejam comemorando nos dois lados. Logo, quando a poeira baixar, verão a bobagem que fizeram.
IDIOTICE
Quem ouve atento e sem tomar partido dos lados dessa desavença do governador e o vice, percebe o quão foi inábil Sérgio Gonçalves ao se deixar influenciar por quem não enxerga política além do próprio nariz numa articulação idiota para que o Legislativo Estadual declarasse vago o cargo de governador pelas razões amplamente conhecidas.
GOLPE
Quem conhece a alma da maioria dos parlamentares rondonienses sabe antecipadamente que contar com eles para um golpe, antes de qualquer coisa, avaliam as probabilidades da vitória e ficam sempre ao lado do mais forte. E se desgrudam do lado mais fraco sem nenhuma pena. E Sérgio é a outra banda fraca dessa briga e que terminou sentindo o golpe entrar no meio das próprias bandas.
TRAIÇÕES
Não há atividade mais fértil para traições do que na política. Em Rondônia, como na maioria dos demais estados, grupos políticos sólidos de anos que trocam amabilidades e juras de amor eternos brigam e tornam-se adversários ferrenhos. Os exemplos são inúmeros: Jerônimo X Olavo, Raupp X Cassol, Junior X Cassol, Acir X Marcos Rogério, Junior X Bianco, Marcos Rocha X Jaime Bagattoli, entre outros. Portanto, a suposta traição do vice contra o governador não é algo novo em nossa política. Porém, abominável.
TEMPO
Na política, arte e medicina são bem semelhantes. Todo mundo acha que entende um pouco e se sente capaz de dar palpites. Um bom confronto de posições políticas num boteco alivia tensões, pode levar a contusões e a inimizades. Saber dosar o confronto é o segredo para novos e eternos encontros. Tanto Marcos Rocha quanto Sérgio Gonçalves precisam de tempo para diminuir as tensões, desarmar os espíritos e se livrarem do ódio. Se forem inteligentes, reconstruiriam os projetos, restabeleceriam uma forma possível de convivência e delimitavam os espaços de atuação, e o faço na forma de palpite.
QUEIMADAS
Ano passado as queimadas causaram transtornos de toda ordem aos rondonienses, seja na economia, seja na mobilidade, seja na saúde. Os meses agosto e início de setembro tendem a ser os mais complicados com as queimadas e os céus de Rondônia perdem o azul descrito no seu hino para um céu cinza e esfumaçado. Preocupada com a garantia da qualidade de vida do seu cidadão, a prefeitura de Porto Velho está se mobilizando para impedir que as queimadas criminosas se intensifiquem, motivo pelo qual um trabalho preventivo de educação ambiental já vem sendo promovido pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Sema).
AS ÚLTIMAS OPINIÕES
VIGILANTE
Quem conhece o secretário Vinicius Miguel sabe que ele é duro com os crimes ambientais, uma vez que é um especialista na área e com posições firmes sobre a preservação do Meio Ambiente. A população agradece porque ninguém aguenta passar pelo que passamos ano passado. O problema foi tão crítico que por diversos dias os voos foram suspensos devido à fumaça que encobriu os céus de Rondônia. Vini está vigilante para que este ano não passemos pelas agruras do ano passado.
PODCAST
Na quinta-feira, no podcast Resenha Política, veicularemos a entrevista com o deputado estadual Alex Redano, presidente da Assembleia Legislativa de Rondônia. Durante cinquenta minutos o parlamentar analisa os últimos acontecimentos políticos do estado e avalia a produção legislativa do nosso parlamento, inclusive sobre as críticas de projetos inconstitucionais. Também traça um prognóstico sobre as eleições de 2026 e, para surpresa dos incautos, fala sobre ter celebrado a paz com o ex-vereador Rafael Fera (Ariquemes), seu conhecido desafeto. Vale a pena assistir a entrevista.
CASSAÇÃO
Alex Redano também descarta uma suposta cassação do vice-governador Sérgio Gonçalves que vem sendo algo bem comentado nos bastidores da política estadual. Segundo ele, tudo não passa de mera especulação e qualquer proposta nesse sentido tem que estar bem fundamentada e com a adequação jurídica pertinente aos fatos. Como essas conjecturas começam com meras especulações é sempre bom ficar com um olho no padre e o outro na missa para que ninguém seja surpreendido. Onde há fogo sempre tem fumaça. Apesar dos esforços para evitá-la.
CONDENAÇÃO
Apesar dos esforços da família Bolsonaro para tentar impedir que o chefe do clã seja condenado por diversos crimes, segundo a Procuradoria Geral da República, inclusive com a pressão de Donald Trump, ao que parece, nossa Suprema Corte está dando de ombros nas pressões e tende a condenar o “mito” por mais de três dezenas de anos de cadeia. A condenação é favas contadas, razão pela qual vemos toda pressão estrangeira e interna contra o STF. Para que se salve, o ex-presidente Jair Bolsonaro chegou a tecer palavras amáveis ao ministro Alexandre de Moraes como forma de minimizar a pressão.
CHEFETE
O ministro Alexandre de Moraes, conhecido nos meios forenses como um doutrinador equilibrado na corte Suprema, não cedeu um milímetro as pressões e as chantagens dos bolsonaristas. E tem colocado em cana todos aqueles que tentaram dar um golpe: um a um estão sendo condenados a penas duras. Com o chefe da intentona não vai ser diferente.
IMPREVISÍVEL
Ninguém ainda sabe mensurar corretamente os estragos que as taxas de impostos baixadas por Donald Trump contra os produtos brasileiros vão causar em nossa economia. Como o presidente americano é imprevisível, há quem aposte que essas taxas não serão cobradas a partir de agosto, conforme prometeu. A única previsão que podemos abstrair desse tarifaço é que os reflexos políticos para o governo Lula foram positivos e viraram uma tremenda dor de cabeça para os bolsonaristas que, quando anunciadas, comemoraram. Agora, tão percebendo que foi um tiro no pé. Os donos do capital são de direita, mas mudam de lado quando seus lucros estão em risco. É o caso.
PLATÔNICO
Na rede TV CNN, segunda-feira, o ex-presidente Jair Bolsonaro declarou que é apixonado pelo presidente Donald Trump, mesmo depois da taxação que o amante americano impôs ao Brasil. Não bastasse a taxação nos produtos brasileiros, Trump ameça agora acabar com o pix por razões comerciais. Nas eleições de 2022 Bolsonaro fez de tudo para perder para Lula, em 2026, ao que parece, usa da mesma estratégia. O curioso é que Donald Trump revelou que “não é amigo de Bolsonaro, embora seja um bom homem”. Deduzimos, portanto, que seja uma relação de amor platônica.
OPERAÇÕES
Depois meses de calmaria em Rondônia as operações policiais voltaram a desvendar relações prosmícuas de agentes públicos com a “viúva”. Agosto, que é tradicionalmente mês de cachorro louco, as coisas devem piorar.
PGR
A Procuradoria Geral da República apresentou as alegações finais contra o primeiro grupo acusado de atentar contra o Estado Democrático de Direito, entre outros crimes, com pedidos de penas duras para todos, inclusive Jair Bolsonaro. É possível que o ex-presidente se safe de alguma das imputações, mas a condenação é dado como certa para a maioria dos penalistas. Mesmo que seja condenado em regime inicial fechado, a idade e as condições saúde, podem livrar Bolsonaro de cumprir a cana numa Penitenciária Máxima, visto que em casos similares a jurisprudência permite o recolhimento domiciliar. Mas com restrições rigorosas. Ele começou a luta para ser “descondenado”.
