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CONGRESSO NACIONAL
Confúcio Moura cita Lula, Collor e FHC ao criticar excesso de partidos e peso das emendas no Congresso

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Em artigo publicado em seu blog, senador do MDB de Rondônia relaciona experiências de diferentes governos à atual fragmentação partidária

Por Informa Rondônia - terça-feira, 19/08/2025 - 11h03

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Porto Velho, RO –  

O senador Confúcio Moura (MDB-RO) publicou em seu blog particular um texto no qual faz uma análise sobre o cenário político brasileiro. No artigo, intitulado “A sopa de partidos”, ele questiona a viabilidade de governar o país diante da atual quantidade de legendas registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Seja sincero: você sabe dizer quantos partidos políticos existem no Brasil? Pois bem — hoje, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), temos nada menos que 29 partidos registrados”, escreveu.

Segundo o parlamentar, a fragmentação partidária representa um desafio à governabilidade, uma vez que o presidente precisa lidar com diversas siglas e lideranças distintas. “Dá para um presidente governar com tanta gente puxando a corda para lados diferentes? Tantos líderes, tantas siglas? Impossível”, afirmou no texto.

Confúcio defendeu que um número reduzido de partidos já seria suficiente. “Na minha opinião, sete partidos já estariam de bom tamanho”, observou, acrescentando que, apesar do Brasil ser uma República Presidencialista, o funcionamento prático aproxima-se de um parlamentarismo “às avessas”.

Ele também citou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, destacando a diferença entre a atual configuração do Congresso e a vivida em mandatos anteriores do petista. “Não é difícil imaginar a surpresa do presidente Lula ao comparar o cenário atual com seus mandatos anteriores. O Congresso cresceu — e muito. Hoje, ele manda e desmanda”, disse.

O senador relatou experiências próprias na Câmara dos Deputados durante os governos Fernando Henrique Cardoso e no início da gestão Lula. De acordo com ele, a correlação de forças mudou de forma definitiva a partir da presidência de Eduardo Cunha na Câmara dos Deputados. “Falo isso com conhecimento de causa. Fui deputado federal no governo FHC e na primeira metade do Lula 1. E, olha, desde os tempos do presidente Eduardo Cunha na Câmara, o jogo virou de vez.”

Ao analisar a hipótese de adoção de um regime parlamentarista, Confúcio levantou dúvidas sobre sua viabilidade diante da dispersão de legendas. “O dilema é: será que estamos politicamente prontos para um parlamentarismo de fato? E mais — com esse tanto de partido, será que algum deputado ou senador conseguiria ser primeiro-ministro e montar uma maioria para governar o Brasil? Eu, sinceramente, acho que não.”

No artigo, o senador destacou ainda a relevância das emendas parlamentares no processo político brasileiro. Segundo ele, o tema passou a centralizar os debates no Congresso e se expandiu para as assembleias legislativas e câmaras municipais. “Enquanto isso, seguimos num verdadeiro bate-cabeças político. E, no meio desse emaranhado, um assunto domina os corredores do poder: as emendas parlamentares. Viraram o sol em torno do qual tudo gira no universo político. E essa febre já desceu para as Assembleias Legislativas e até para as Câmaras de Vereadores”, escreveu.

O texto reúne reflexões do senador sobre a fragmentação partidária, a relação entre Executivo e Legislativo e a centralidade das emendas no cotidiano da política brasileira.

AUTOR: INFORMA RONDÔNIA





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