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COLUNA DO SPERANÇA
Rocha e o clã familiar em 2026; Sérgio Gonçalves alvo de conspiração; e Cassol no centro da corrida por vice

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Cenário eleitoral em Rondônia ganha contornos de disputa familiar, tentativas de isolamento político e movimentações em torno da chapa de Cassol para 2026

Por Carlos Sperança - segunda-feira, 08/09/2025 - 09h14

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Algo vai sobrar

Há no mínimo três tipos de ambientalistas apresentando suas visões da realidade e do futuro da Amazônia: os pessimistas, os muito pessimistas e os catastrofistas. Já se perdeu no passado o tempo dos ambientalistas cheios de confiança em que a floresta seria protegida e preservada, pois neste primeiro quarto do século XXI o acúmulo de más notícias e o avanço do desmatamento pelas mais variadas formas prevaleceu.

Os pessimistas e os muito pessimistas são aqueles que persistem lutando em instâncias de consciência ambiental e militam em instituições preservacionistas e não vão desistir de esclarecer a sociedade sobre os efeitos da perda de biodiversidade. O que diferencia os primeiros dos últimos é o grau de sua resistência e o alcance de ação mobilizadora que exercem.

Os catastrofistas são os que já desistiram: dão como ultrapassado o ponto de não retorno e aguardam a venda de passagens para viajar a outro planeta. Em qual categoria é possível inserir a bióloga Erika Berenguer, para quem o fogo na floresta não só veio para ficar como tende a se agravar? Com mais de 15 anos estudando as queimadas na Amazônia, essa pesquisadora das universidades de Oxford e Lancaster pode ser inscrita em qualquer categoria de pessimismo, de fato, mas não é uma catastrofista: ela não afirma que a floresta será destruída, só que será menos densa, com a sobrevivência das plantas nativas mais resistentes à seca.

Clã poderoso

Está em curso a formação do clã político mais poderoso de Rondônia nas eleições de 2026. Na busca deste objetivo, o atual governador Marcos Rocha (União Brasil) vai disputar uma cadeira ao Senado, sua esposa Luana Rocha uma cadeira a Câmara dos Deputados e seu irmão Sandro Rocha, atualmente no comando do Detran, uma vaga na Assembleia Legislativa. Nenhum dos governadores eleitos pela capital, casos de Oswaldo Piana Filho e Jeronimo Santana conseguiram emplacar familiares em cargos eletivos. Até agora Porto Velho não conseguir firmar clãs políticos expressivos. Rocha quer quebrar o tabu.

A conspiração

Estaria em curso mais uma conspiração para tirar o vice-governador Sergio Gonçalves do páreo nas eleições de 2026, quando pretende disputar o cargo de govenador. No momento em que as arestas envolvendo o governador Marcos Rocha e o vice pareciam já aparadas, vem por aí mais uma tentativa de desalojar o vice do processo sucessório do ano que vem. O atual governador Marcos Rocha já confirmou que entra na disputa de uma cadeira ao Senado, mas alguns adeptos da sua corrente política não aceitam o vice-governador como o candidato chapa branca. Preferem o atual presidente da Assembleia Legislativa Alex Redano.

Intruso lidera

O vereador carioca Carlos Bolsonaro (PL), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro está liderando as pesquisas para as duas cadeiras ao Senado em Santa Catarina, ao lado do atual senador Esperidião Amim (PP) e Caroline de Toni (PL). O intruso em território barriga verde leva pau da imprensa, revolta os políticos regionais, no entanto mesmo assim Carlucho mantém a ponteira nas primeiras sondagens eleitorais. Ele já está na fase de transferência do domicilio eleitoral pra SC, onde o mano Jair Renan já exerce o mandato de vereador em Camboriú. Santa Catarina é considerado o estado mais bolsonarista do País, seguido de Rondônia, Mato Grosso e Roraima.

A fidelidade

Mesmo com a prisão e a tornozeleira eletrônica do ex-presidente Jair Bolsonaro e o bolsonarismo perdendo força em alguns estados, naquelas unidades da federação caninamente conservadoras os postulantes da direita largam na frente na peleja pelos governos estaduais. São os casos de Rondônia, com Marcos Rogério ou Ivo Cassol, no Acre com Gladson Cameli. Em Rondônia, apenas Porto Velho, a capital rondoniense não é tão bolsonarista e com isto as possibilidades da esquerda e centro esquerda elegerem representantes é avaliada com otimismo pelas lideranças políticas.

Corrida para vice

Já existe uma verdadeira corrida na busca de obter a candidatura de vice-governador na chapa do ex-governador Ivo Cassol que está obtendo a elegibilidade.  O ex-deputado estadual Everton Leoni disse que foi convidado para ser vice, mas com políticos graúdos entrando no páreo o veterano comunicador Dino Leoni pode ser relegado a um segundo plano. Ele tem como trunfo nesta disputa de cego em troteio, ter sido importante base de apoio de Ivo na sua primeira eleição a governador quando ninguém acreditava na candidatura do rolimorense na capital. Leoni comandou a virada de Cassol em Porto Velho. É um baita vice.

Racha bolsonarista

Impressiona o racha bolsonarista em Rondônia nas eleições ao Senado e isto projeta resultados surpreendentes. Pelo segmento bolsonarista estão na peleja ao Senado, o atual governador Marcos Rocha (UB), o senador Marcos Rogério (PL), a deputada federal Silvia Cristina (PP), o pecuarista Bruno Scheidt (PL), o deputado estadual delegado Camargo (Republicanos), o deputado federal Fernando Máximo (possivelmente pelo Podemos). É muito tigre no mesmo capão e a troca de patadas será inevitável numa disputa acirrada, beirando a canibalização política. É coisa de louco!

Via Direta

*** Os vendavais que tem ocorrido em alguns municípios de Rondônia são prenuncio de um inverno amazônico (nossa estação das chuvas) rigoroso *** Ao menos a BR-319, que conecta Porto Velho a Manaus está sendo preparada para enfrentar a temporada chuvosa. Muitos trechos já encascalhados *** Os banqueiros e o agronegócio estão fechando apoio para o atual governador de São Paulo Tarcísio de Freitas disputar a presidência da República no ano que vem *** Mesmo assim outros governadores vão disputar a sucessão de Lula, casos de Ronaldo Caiado, de Goiás, Ratinho Junior, do Paraná e Romeu Zema, de Minas Gerais *** Os imóveis abandonados estão sendo depenados na capital. Alguns se transformaram em meros esqueletos.

AUTOR: CARLOS SPERANÇA





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