Coluna destaca o desgaste na Assembleia Legislativa com novos escândalos, o embate de realizações entre governos petista e bolsonarista em Rondônia e os movimentos estratégicos do ex-prefeito de Porto Velho diante do isolamento político.
Por Carlos Sperança - quinta-feira, 23/10/2025 - 10h45
Nesta quinta-feira, 23, o jornalista Carlos Sperança aborda as recentes polêmicas que rondam a política rondoniense: o afastamento do deputado Jean de Oliveira da Comissão de Meio Ambiente após investigações sobre grilagem de terras.
E também fala sobre as comparações entre as obras de Lula e Bolsonaro no estado, com destaque para o contraste entre investimentos e preferências eleitorais; além dos cálculos políticos do ex-prefeito Hildon Chaves, que busca reagir ao isolamento e definir seu papel nas eleições de 2026.
Abrindo rotas
Existem bons investimentos, baseados mais em conhecimento do mercado que em aposta de risco, e excelentes investimentos, que se dispõem a alargar os horizontes do enriquecimento por meio da pesquisa científica. Na Amazônia, o portfólio de bons investimentos abrange todos os setores da economia, na medida em que tudo é potencial se cristalizando em sucesso.
Na categoria dos ótimos investimentos mais recentes está a fórmula criada em torno do Fundo de Parcerias Internacionais em Ciências do Reino Unido reunindo o British Council e a Iniciativa Amazônia+10. Voltado a pesquisadores europeus e brasileiros, o programa Amazonia BR/UK Workshops Grants tem horizontes largos, não necessariamente limitados à biodiversidade, mudanças climáticas, bioeconomia ou biotecnologia, promoção de melhores condições de vida da população amazônica e uso do solo.
Linhas específicas ou combinadas desses temas e também além deles tendem a produzir resultados importantes, considerando que o principal “insumo” dessa iniciativa é a compreensão correta de que a Amazônia ainda é um mundo de mistérios a desvendar.
Se cada nova oferta de recursos para pesquisa conseguir ao menos uma indicação de nova fonte de riqueza ou melhor aproveitamento das fontes conhecidas já terá cumprido seu papel. É justo esperar que o programa brasileiro e britânico traga avanços tanto para a ciência quanto para melhorar a vida dos amazônidas.
Festa manchada
A Assembleia Legislativa de Rondônia, nesta legislatura, festejou os 42 anos de instalação, deixando algumas manchas nestas festividades. Primeiramente com o escândalo das rachadinhas, agora com o afastamento do deputado estadual Jean de Oliveira da Comissão do Meio Ambiente, envolvido em grilagens de terras investigadas pela justiça. Jean se comportava como uma raposa no galinheiro naquele importante organismo da Casa de Leis. As coisas iam bem, chegou outubro e a coisa desandou. A casa de Leis nem se pronunciou a respeito.
As comparações
AS ÚLTIMAS OPINIÕES
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Os petistas e correligionários dos partidos da base do presidente Luís Inácio Lula da Silva estão fazendo comparações nas obras do atual presidente com as realizações do ex-presidente Jair Bolsonaro em Rondônia. A supremacia do petista em termos de obras, embora sempre tenha sido derrotado no estado, é enorme. Na construção de casas populares a diferença é muito grande. Nas realizações em Porto Velho, a mesma coisa. Mesmo assim o mandatário petista não é favorito na peleja com a direita no estado. Rondônia, assim como Santa Catarina, Acre e Roraima são estados onde prevalecem as forças conservadoras.
O troco de Hildão?
Isolado pelos concorrentes que rejeitam acordos com ele, o ex-prefeito de Porto Velho Hildon Chaves estuda o troco para a concorrência, com juros e correção monetária. Mas quais seriam as alternativas vigentes para ele, se desistir da candidatura ao governo estadual, seu grande sonho? Os tucanos garantem, que o ex-prefeito não arreda o pé da disputa, mas se for para estabelecer alianças, ele proporcionará uma grande surpresa para o eleitorado nas eleições do ano que vem. Seria o que? Compor com a candidatura de Confúcio?
Sonho de consumo
Hildão fora da peleja 2026 ao CPA é um verdadeiro sonho de consumo para o vice-governador Sergio Gonçalves (União Brasil) e o deputado federal Fernando Máximo, que aguarda a janela partidária de abril para se filiar ao PL ou ao Podemos. Com Hildão na disputa ele racha o eleitorado da capital prejudicando em muito os dois rivais locais. Aliás, nas minhas contas ele ganha com um pé nas costas em Porto Velho de Gonçalves e de Máximo. Seu problema seria crescer no interior, onde estão concentrados dois terços do eleitorado rondoniense. Por isto, isolar o ex-prefeito para que desista do seu projeto ao CPA é preciso.
Os predadores
Os predadores dos atuais deputados estaduais em Rondônia já estão em campo, aproveitando o baita desgaste da atual legislatura e a tendência de mais uma enorme renovação dos quadros da casa de leis. Na capital, os principais predadores são alguns vereadores de Porto Velho, aqueles mais votados como Marcio Pacele (Republicanos), Marcos Combate, Elis Regina (União Brasil), Breno Mendes, Everaldo Fogaça, Dr. Santana entre outros. Mas existem outros nomes sendo cogitados, desde o pedetista Célio Lopes, a petista Fátima Cleide, os ex-deputados Jair Montes e Hermínio Coelho.
Via Direta
*** Manaus, a grande metrópole amazônica segue hoje as comemorações alusivas aos 356 anos como a sétima capital mais populosa do Brasil, superando capitais do porte de Curitiba, Porto Alegre e Recife *** O deputado federal Thiago Flores, que pleiteia a reeleição festeja o avanço das obras do aeroporto de Ariquemes que vai atender a região do Vale do Jamari *** O empreendimento padece pela falta de voos da Tam, GOL e Azul para outros estados. Porto Velho, Ji-Paraná, Cacoal e Vilhena contam com voos interestaduais, mas sofrem com uma crise estabelecida com as empresas aéreas com muitos voos cortados .
