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COLUNA DO SPERANÇA
Hildon em disputa arriscada à Câmara; Mariana mira o Senado; e Confúcio Moura articula coalizão para 2026

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Movimentações estratégicas definem apoios, ampliam incertezas e redesenham o tabuleiro eleitoral de Rondônia após o isolamento do ex-prefeito da capital

Por Carlos Sperança - segunda-feira, 27/10/2025 - 09h11

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Nesta segunda-feira, 27, o jornalista Carlos Sperança aborda os bastidores da corrida eleitoral em Rondônia, destacando a tentativa de Hildon Chaves de disputar vaga na Câmara dos Deputados em meio a dificuldades de nominata, a decisão de Mariana de Carvalho de direcionar sua campanha ao Senado após mudanças no cenário político, e o fortalecimento da coalizão liderada por Confúcio Moura para concorrer a todos os cargos nas eleições de 2026, com encontros regionais que buscam consolidar nomes e alianças em todo o estado.

O cobertor que falta

Se um mendigo em pleno inverno ganhasse um cobertor todo feito com tecido de ouro, provavelmente morreria de frio. Não saber como usar a riqueza disponível é precisamente a situação do Brasil no caso das terras raras. Embora já com uma longa história de extração de alguns minerais inscritos no rol das TRs, o Brasil sofre com a falta de planejamento e os personalismos presidencialistas que levam à descontinuidade administrativa. 

Devido a isso, o fato de o Brasil ser o segundo país com maiores reservas desses minerais não chega a dar um cobertor quente ao mendigo. Diante dos fatos, é preciso dizer que a biodiversidade e as TRs já deveriam ter extirpado a fome e a pobreza da Amazônia, mas o bate-cabeça entre governo que sai e governo que entra pode render aplausos das respectivas claques a um e outro, mas não servem aos interesses do país.

O geógrafo Luiz Ugeda pôs o dedo na ferida ao dizer que o desenho da cadeia das TRs precisa de salvaguardas técnicas, desde a pesquisa mineral até a destinação de rejeitos. Explorar terras raras não é para amadores. Requer cuidados bem precisos na extração, pois há o risco de prejuízos ambientais via poluição e econômicos por afetar a agropecuária. O que é difícil costuma ser evitado pelos preguiçosos, mas talvez não por isso, quem sabe mais por excesso de brigas e falta de bons consensos, o Estado brasileiro segue devendo ao seu povo um bom cobertor.

Jogo de estratégia

Observado o campo das estratégias para a eleição ao governo estadual de Rondônia no ano que vem, se constata que o planejado para obrigar a desistência da candidatura Hildon Chaves (PSDB) funcionou bem, com uma visível proposta de isolamento, o tucano escafedeu-se. Mas a partir de agora a conquista do seu apoio é considerado primordial na capital, assim como no interior o alinhamento do ex-governador Ivo Cassol. A corrida pelo apoio de Hildão já começou e agora ele consegue jogar melhor com as cartas que tem para se eleger deputado federal nas eleições do ano que vem.

Opção de Mariana

Com a definição de Hildon Chaves a federal é improvável que a ex-deputada federal Mariana (União Brasil) dispute este mesmo segmento. A nova maninha de Leo Moraes deve vir quente e fervendo para conquistar uma cadeira ao Senado, que deixou escapar na década passada. Mariana já deixou escapar por um triz uma cadeira ao Senado para Jaime Bagatoti e por pouco a prefeitura de Porto Velho ao agora maninho Leo Moraes. A ex-tucana já está correndo o trecho. Com ela teremos duas mulheres disputando o Senado, já que a deputada federal Silvia Cristina também está com o pé na estrada.

Ganha corpo

Agora reunindo 9 partidos em coalizão, a Caminhada da Esperança desponta vitaminada para disputar as eleições de 2026, concorrendo a todos os cargos eletivos, governador, vice, senadores, deputados federais e estaduais. Tendo a frente o atual senador Confúcio Moura, os ex-senadores Acir Gurgacz (PDT) Fátima Cleide (PT), além de ex-deputados federais da envergadura de Anselmo de Jesus, a aliança começou a trabalhar na escolha das suas nominatas para todos os cargos eletivos. Depois dos encontros de Guajará Mirim, e no último sábado em Cacoal a caravana projeta novos encontros estaduais. É grande o clima de otimismo na aliança. 

Maus perdedores

Nunca vi tantos maus perdedores como acontece em Vilhena. Além dos adversários levarem uma sova nas urnas do atual prefeito Flori Cordeiro (Podemos) nas eleições municipais de 2024, apelaram para pelo menos quatro tentativas de cassação de mandato do alcaide vilhenense. Em todas elas, perderam. Até parecem vereadores de Porto Velho que em gestões passadas tentando cassar os mandatos dos os ex-prefeitos que não lhes davam mensalinho, uma prática vigente em enorme número de prefeituras pelo Brasil afora e a coisa que conhecemos como chantagem política.

Disputa ameaçada

Nos bastidores se fala agora do propósito do ex-prefeito Hildon Chaves (PSDB) disputar uma cadeira a Câmara dos Deputados. Pela sua aprovação no Executivo da capital, é previsível que fique entre os mais votados. No entanto, mesmo sendo o mais votado periga não conseguir a cadeira, já que os tucanos não têm nominata plausível para ajudá-lo nesta pretensão.  E para piorar as coisas ninguém quer aliança com ele para nominatas, já que ele é considerado um dos “Pelés” na peleja a Câmara dos Deputados. E sem nominata para votos de legenda, sem cadeiras.

Mais ameaça

E existe mais uma ameaça para o clã Chaves. O projeto de reeleição da sua esposa de Hildão, a ex-primeira dama Ieda Chaves, com um grande trabalho na assistência social, considerada a melhor atuação das primeiras damas, na sua postulação a reeleição, mesmo sendo a mais votada em Porto Velho nas eleições passadas. Ocorre que no pleito de 2022 contou com uma máquina azeitada da prefeitura da capital para elegê-la. Centenas de servidores foram envolvidos na sua campanha. E nesta temporada, toda a máquina do Prédio do Relógio estará voltada para apoiar a candidatura de Paulo Moraes Júnior, irmão do atual prefeito Leo Moraes

Via Direta

*** Dirigentes da Marquise Ambiental negaram de pés juntos que pagaram mensalinhos para os vereadores de Porto Velho defenderem suas causas no legislativo municipal *** Que contem outra! Que políticos defendem causas de grandes empresas sem propinas? *** Não discuto a competência da empresa Marquise, que tem estrutura bem mais ampla do que a concorrente Amazonfort, com inferno astral suficiente para perder também a concessão da exploração do Complexo Madeira Mamoré *** Trocando de saco para mala: fidelidade política é coisa rara na capital rondoniense, né? Quantos petistas viraram bolsonaristas de carteirinha. Mas com Lula crescendo, alguns já pensam em voltar como filhos pródigos… 

AUTOR: CARLOS SPERANÇA





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