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TRAGÉDIA
Assassinato durante desintrusão em terra indígena leva Funai a pedir reforço da Polícia Federal no Pará

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Vaqueiro que atuava em apoio ao Ibama foi morto em São Félix do Xingu durante operação determinada pelo STF na Terra Indígena Apyterewa

Por Informa Rondônia - terça-feira, 16/12/2025 - 15h46

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Porto Velho, RO – O assassinato ocorrido durante uma operação federal de retirada de invasores na Terra Indígena Apyterewa levou a Fundação Nacional dos Povos Indígenas a solicitar apoio imediato da Polícia Federal no sul do Pará. Equipes da PF já realizam diligências na região, enquanto agentes federais seguem para uma base localizada nas proximidades do distrito de Taboca, em São Félix do Xingu.

A investigação está sob responsabilidade da delegacia da Polícia Federal em Redenção. O caso envolve a morte do vaqueiro Marcos Antônio Pereira da Cruz, de 38 anos, que prestava serviço ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis durante o deslocamento de rebanhos bovinos mantidos ilegalmente dentro da terra indígena. O trabalhador foi atingido por disparo no pescoço na tarde de segunda-feira, enquanto participava da remoção de aproximadamente 350 cabeças de gado.

De acordo com o Ibama, o ataque foi caracterizado como uma emboscada. A operação na qual o vaqueiro atuava integra uma ação de desintrusão determinada pelo Supremo Tribunal Federal no âmbito da Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental nº 709. A decisão judicial é resultado de uma ação protocolada em 2020 pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, ainda durante a pandemia de Covid-19, diante da situação de vulnerabilidade das comunidades indígenas afetadas por invasões ilegais.

Desde então, órgãos federais e estaduais passaram a atuar de forma coordenada para retirar criadores de gado, garimpeiros e outros ocupantes irregulares. Participam das ações o Ministério dos Povos Indígenas, a Funai, o Ibama, a Agência Brasileira de Inteligência, a Força Nacional e as polícias Civil e Militar do Pará.

Segundo informações da Funai, apesar da gravidade do episódio, os servidores permanecem em segurança em uma das bases de apoio mantidas na região. A fundação informou que há suspeitas de envolvimento de antigos ocupantes da área, que continuariam acessando a terra indígena para a criação ilegal de gado, sem identificar nominalmente possíveis autores.

Relatos colhidos pela equipe do programa Caminhos da Reportagem, da TV Brasil, indicam que, embora milhares de pessoas ligadas à pecuária e ao cultivo de cacau já tenham sido retiradas do território, ainda existe gado remanescente em áreas de difícil acesso. Foram identificados mais de 40 pontos com presença de bovinos, o que mantém a circulação de invasores na região.

Segundo a repórter Ana Passos, que acompanhou a situação no local, os ataques não se restringem aos agentes públicos. Ela relatou que indígenas também vêm sendo alvo de atentados, além do registro de um servidor da Funai baleado no ano anterior. Também foram descritas ações de sabotagem, como a queima de pontes e a instalação de obstáculos nas estradas para danificar veículos oficiais.

O Ibama informou, em nota, que todas as medidas necessárias para a apuração do crime foram adotadas, com o objetivo de identificar os responsáveis e garantir a responsabilização prevista em lei. O órgão também declarou solidariedade aos familiares da vítima e afirmou que está prestando o apoio necessário neste momento.

AUTOR: INFORMA RONDÔNIA





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