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Hospital Municipal é um passo estrutural em meio ao colapso cotidiano da saúde em Porto Velho

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Aquisição do Hospital Municipal Universitário inaugura novo ciclo institucional, mas expõe o contraste entre o futuro projetado e a crise diária enfrentada pela população

Por Cícero Moura - sexta-feira, 19/12/2025 - 18h54

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SOLENIDADE

A assinatura simbólica do contrato de aquisição do Hospital Municipal Universitário (HMU), realizada no Teatro Banzeiros, não é apenas um ato administrativo.

EXPECTATIVA

É um gesto político, institucional e histórico que tenta corrigir uma distorção antiga.

EXPECTATIVA 2

Porto Velho, capital de Rondônia, sempre operou sem um hospital municipal próprio.

ERRO

Para uma cidade do seu porte, isso não é detalhe — é uma anomalia estrutural.

NOVA ETAPA

O investimento de R$ 39,3 milhões para incorporar definitivamente a unidade ao patrimônio público inaugura um novo capítulo na saúde da capital.

INDEPENDÊNCIA

Pela primeira vez, o município deixa de depender exclusivamente de pactuações, improvisos e sobrecargas sobre a rede estadual para oferecer serviços de média e alta complexidade.

DINÂMICO

O hospital nasce com perfil universitário, articulado com a Universidade Federal e com gestão compartilhada da Ebserh, modelo que, em tese, garante racionalidade administrativa, qualificação técnica e integração entre assistência, ensino e pesquisa.

ACERTO

Do ponto de vista estratégico, trata-se de uma decisão correta. Um hospital municipal universitário amplia o acesso ao SUS, forma profissionais, fortalece a rede pública e reposiciona Porto Velho como polo regional de saúde.

PAULATINAMENTE

A previsão de expansão para até 200 leitos, custeio de recursos humanos pela Ebserh e aumento progressivo da complexidade dos atendimentos sinalizam uma visão de longo prazo.

INEDITISMO

Algo raro em políticas públicas locais, frequentemente reféns do calendário eleitoral. No entanto, o simbolismo do futuro não pode apagar o caos do presente.

DIÁRIO

Enquanto se projeta um hospital para funcionar a partir do segundo semestre de 2026, a população enfrenta diariamente uma saúde que falha no básico.

DIÁRIO 2

Pessoas mal atendidas nas unidades, filas intermináveis para cirurgias eletivas, pacientes aguardando meses — às vezes anos — por procedimentos simples.

DIÁRIO 3

Falta recorrente de medicamentos, exames represados, profissionais sobrecarregados e um sistema que, para muitos, parece mais um teste de resistência do que uma política de cuidado.

SEM MARKETING

É justamente aí que reside o maior desafio da iniciativa. O Hospital Municipal Universitário não pode ser tratado como peça de propaganda nem como promessa redentora que justifique a tolerância com o sofrimento atual.

OPERACIONAL

Ele precisa ser parte de uma transição real, acompanhada de medidas imediatas para aliviar a pressão sobre UPAs, policlínicas e hospitais já existentes.

OPINIÃO

A fala do prefeito Léo Moraes reconhece o problema ao admitir que Porto Velho carrega o estigma de uma das piores qualidades de saúde do país. O reconhecimento é importante, mas não suficiente.

OPINIÃO 2

A população não vive de solenidades nem de maquetes institucionais. Vive da consulta que não acontece, do remédio que falta, da cirurgia que não chega.

OPINIÃO 3

Se o HMU representa o futuro — e representa —, a gestão municipal precisa garantir que o presente não continue sendo marcado pela negligência estrutural e pela desumanização do atendimento.

OPINIÃO 4

O anúncio do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, reforçando o caráter 100% público da unidade, e o envolvimento direto da UNIR e da Ebserh dão lastro institucional ao projeto.

OPINIÃO 5

Isso reduz riscos de descontinuidade e improviso. Ainda assim, a história recente da saúde pública brasileira ensina que boas estruturas não se sustentam sem gestão rigorosa, transparência, controle social e, sobretudo, prioridade política permanente.

OPINIÃO 6

Porto Velho dá um passo histórico ao adquirir seu primeiro hospital municipal. É um avanço que merece ser reconhecido.

OPINIÃO 7

Mas a verdadeira mudança só ocorrerá quando o cidadão perceber, na prática, que a saúde deixou de ser um problema diário e passou a ser um direito efetivamente garantido.

OPINIÃO 8

Até lá, o futuro precisa caminhar junto com o presente — e não servir de desculpa para ele.

SUCESSO

Em sua 13ª edição, a Confraternização dos Jornalistas de Rondônia, que aconteceu no último sábado (6), foi mais um evento de sucesso promovido pelo grupo União dos Jornalistas.

SUCESSO 2

A festa, realizada no espaço do Pitt Bull Restaurante, em Porto Velho, contou com a tradicional feijoada e a participação efetiva dos profissionais de imprensa, sorteio de presentes e, ainda, cumpriu a premissa de ação social, arrecadando mais de 1,5 tonelada de alimentos a serem doados ao Núcleo de Apoio à Criança com Câncer (Nacc).

SUCESSO 3

A jornalista Yale Dantas, organizadora do evento, comemorou a boa arrecadação de gêneros alimentícios e exaltou a união da classe ao fazer da festa um ato de amor e generosidade.

PETs

Em tempos em que a política costuma ser associada a discursos vazios, disputas de poder e distanciamento da realidade das pessoas — e dos seres mais vulneráveis —, algumas atitudes rompem esse padrão e nos obrigam a olhar com mais atenção.

PETs 2

Foi o que aconteceu com a ação da deputada Ieda Chaves, que viralizou nas redes sociais após o resgate de dois cães vítimas de maus-tratos.

PETs 3

O episódio chamou atenção não apenas pela cena em si, mas pelo contexto que o envolve. Ieda não começou esse trabalho após assumir um mandato. Muito antes de ser deputada, ela já atuava de forma discreta em ações sociais e de proteção animal, atendendo denúncias, ajudando no resgate, no tratamento e no encaminhamento responsável de animais em situação de abandono ou violência.

PETs 4

O que mudou agora foi a visibilidade: com o cargo, a população passou a saber a quem recorrer — e passou a confiar. A denúncia recebida pela deputada relatava uma situação de maus-tratos evidente. Ao ir até o local, Ieda fez o que se espera de qualquer cidadão comprometido com a vida: agiu com civilidade, informou que havia sido avisada da situação e deixou claro que seu objetivo era ajudar os animais.

PETs 5

Ainda assim, foi hostilizada. Não houve confronto, não houve espetáculo. Houve resistência, gritos, tentativa de impedir o resgate. Foi necessária a presença da Polícia Militar para garantir a segurança e o cumprimento do que a lei já determina: animais não podem ser submetidos a sofrimento.

PETs 6

Mesmo diante da hostilidade, dois cães visivelmente debilitados e doentes foram retirados do local e encaminhados para atendimento veterinário. Um gesto simples, mas carregado de significado. Porque proteger quem não tem voz exige coragem — e, muitas vezes, enfrentar incompreensão e agressividade.

PETs 7

Um detalhe importante, e que diz muito sobre o caráter da ação, foi a promessa pública feita pela deputada: os animais serão devolvidos aos tutores após receberem tratamento adequado e quando estiverem em condições dignas de sobrevivência.

PETs 8

Não se trata de punição sumária, nem de apropriação. Trata-se de responsabilidade, cuidado e da tentativa de corrigir uma situação de sofrimento sem desumanizar ninguém.

OPINIÃO

Esse ponto é fundamental. O trabalho social sério não nasce do desejo de exposição, mas da compreensão de que a proteção da vida — humana ou animal — exige equilíbrio, empatia e compromisso.

OPINIÃO 2

A ação de Ieda Chaves não foi movida por holofotes, mas por uma trajetória construída ao longo do tempo. O mandato apenas ampliou o alcance de algo que ela já fazia.

OPINIÃO 3

O caso também escancara uma realidade incômoda: a violência contra animais ainda é naturalizada por parte da sociedade. Denunciar, intervir e resgatar ainda provoca reações agressivas, como se o cuidado fosse uma afronta. Não é. É dever legal, ético e humano.

OPINIÃO 4

Que a repercussão desse episódio sirva para algo maior do que curtidas e compartilhamentos. Que sirva para lembrar que políticas públicas também se constroem com gestos concretos. Que mandatos podem — e devem — ser instrumentos de proteção, não apenas de poder.

OPINIÃO 5

E que cuidar dos mais vulneráveis, inclusive dos que não falam, é uma das formas mais legítimas de fazer política.

ABUSO

Claro que existem alguns animais abusados, como meus dois gatos que se acham donos de tudo, inclusive da minha cama. Mas isso é conversa para outra coluna.

FRASE

Proteger os animais é um dever de quem entende que a vida não se mede pela capacidade de falar, mas de sentir.

AUTOR: CÍCERO MOURA





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