Senador por Rondônia se defende de críticas após derrubada de veto presidencial; enquanto isso, parlamentares como Nikolas Ferreira e Cleitinho alertam para impacto nas contas dos consumidores
Porto Velho, RO – O senador Jaime Bagattoli (PL-RO) se manifestou publicamente após repercussão negativa sobre seu voto na sessão do Congresso Nacional que derrubou o veto presidencial ao Projeto de Lei 576/21. Segundo o parlamentar, a interpretação de que ele teria contribuído para um possível aumento nas contas de luz é incorreta.
“Eu quero esclarecer sobre essa fake news que estão falando que eu votei a favor de aumento de energia. Eu não votei para aumentar nenhuma conta de energia”, disse Bagattoli em vídeo publicado nas redes sociais. Ele explicou que sua atuação buscou manter os incentivos fiscais às pequenas centrais hidrelétricas, segmento que já contava com benefícios anteriormente. “Votei o veto para que fosse mantido o subsídio das pequenas hidrelétricas, como já vem acontecendo até os dias de hoje.”
Apesar da justificativa, o voto do senador ocorreu em meio a alertas de entidades técnicas e projeções que indicam possível impacto de até R$ 525 bilhões nas contas de luz até 2040. Bagattoli, por outro lado, atribuiu ao governo federal a responsabilidade por possíveis reajustes. “Quem decide sobre aumento de conta de energia é a ANEEL e o governo federal”, afirmou.
Para o senador, o aumento pode ocorrer devido ao recente decreto do Executivo que concedeu isenção na conta de luz para cerca de 60 milhões de brasileiros. “Quando alguém não vai pagar algo, alguém pagará por aquilo”, declarou. “Os outros 140 milhões vão ter que pagar a conta de energia desses 60 milhões.”
O posicionamento de Bagattoli seguiu o mesmo sentido adotado por outro político influente em Rondônia, o ex-governador Ivo Cassol (PP), que também defendeu a medida. Cassol elogiou a bancada federal por apoiar a derrubada do veto. “Energia não é brincadeira. Segurança energética não se faz com promessa eleitoreira”, afirmou.
Contudo, o tema evidenciou um racha dentro da própria direita. O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) e o senador Cleitinho (Republicanos-MG) optaram por manter o veto presidencial, alegando preocupação com os efeitos financeiros para a população. “Votei para manter o veto do Lula. Fui contra a orientação do meu partido porque acredito que, nesse caso, o veto foi correto”, declarou Nikolas. Cleitinho também alertou: “A conta de energia sua vai ficar bem mais cara.”
O senador Marcos Rogério (PL-RO), outro defensor da derrubada do veto, também foi criticado. Em editorial publicado pelo Rondônia Dinâmica, a publicação apontou que os senadores de Rondônia votaram de forma convergente para favorecer grupos do setor elétrico, mesmo diante dos riscos tarifários. Segundo o texto, a medida foi “aprovada em Brasília enquanto a população continua pagando caro por energia gerada no próprio estado”.
Bagattoli reiterou seu compromisso com o eleitorado e com a responsabilidade fiscal. “Eu jamais votarei por qualquer tipo de aumento de conta de energia e, principalmente, de aumento de impostos”, concluiu.