Governador classificou como "vacilo" as declarações concedidas contra Elias Rezende
Porto Velho, RO – O governador de Rondônia, Marcos Rocha (União Brasil), afirmou em entrevista exclusiva ao jornalista Everton Leoni, durante o programa SIC News, exibido pela SIC TV (afiliada da Record), que a escolha de Sérgio Gonçalves para compor sua chapa como vice-governador foi uma decisão pessoal, tomada “contra todos”, inclusive contra a vontade do irmão de Sérgio, o ex-secretário da Casa Civil, Júnior Gonçalves. A fala ocorreu enquanto comentava o episódio em que o vice pediu publicamente a exoneração de Elias Rezende, atual chefe da Casa Civil.
Instigado por Leoni sobre quem apoiará para a sucessão estadual em 2026, Rocha foi cauteloso: “Isso a gente tem que esperar para saber. Preciso analisar tudo o que aconteceu nesse momento para poder, de fato, decidir como é que vou proceder”. Ao ser provocado sobre uma eventual indicação de Sérgio, respondeu: “Vamos esperar para a gente poder saber”.
Na sequência, o governador comentou diretamente o pedido de exoneração feito por Sérgio Gonçalves. “Hoje eu fui entendendo mais ou menos o que aconteceu. Eu acho que foi um tremendo vacilo, porque quem escolhe os secretários é o governador”, afirmou. “Foi absurdo o posicionamento dele, a forma como ele agiu. Mas eu acho que deve ter sido em um momento de fraqueza. Então eu vou aguardar pra conversar com ele pra entender o que se passou na cabeça dele, qual foi, de repente, as influências que ele teve pra chegar àquilo ali.”
Rocha destacou ainda que a indicação de Sérgio para o cargo de vice-governador foi isolada: “Eu botei como vice-governador escolha minha contra todos. Ninguém era a favor. Nem o próprio irmão. Eu escolhi e briguei com todo mundo para manter o Sérgio.”
O governador também reagiu à nota emitida por Elias Rezende, chefe da Casa Civil, sobre o episódio. “Eu vi hoje a nota que o Elias fez. Eu acho que ele foi bastante coerente. A gente tem que trabalhar junto. Eu não vou brigar com outro secretário de Estado. Os dois são secretários. A gente tem que defender o governo e trabalhar seguindo as orientações do governador.”
Durante o mesmo bloco, Marcos Rocha relembrou que, mesmo sob forte pressão, decidiu manter Júnior Gonçalves na chefia da Casa Civil anteriormente. “A polícia foi na casa dele. Deu aquela confusão toda. Eu falei: ‘não, peraí, eu acredito que você é um homem sério’. E mantive.”
A entrevista, além de revelar bastidores políticos do Executivo estadual, destacou o desconforto do governador com a postura pública do vice, mas indicou que ele buscará resolver o impasse por meio do diálogo. “É só conversar. Olho no olho, a coisa vai”, afirmou.