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EDITORIAL
O Máximo de força possível para 2026

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Preterido pelo próprio partido em 2024, Fernando Máximo surge agora como nome competitivo para o governo, mas precisa resolver seu destino partidário para não repetir o erro da última eleição.

Por Informa Rondônia - segunda-feira, 18/08/2025 - 11h28

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Porto Velho, RO – O deputado federal Fernando Máximo carrega uma marca recente na trajetória política: em 2024, dentro do próprio União Brasil, foi preterido quando a legenda optou por apoiar a candidatura da ex-deputada Mariana Carvalho, então filiada ao Republicanos, para a prefeitura de Porto Velho. A decisão representou um revés interno, já que o parlamentar era lembrado como um dos nomes mais fortes do grupo. Mariana acabou derrotada por Léo Moraes, do Podemos, no segundo turno. Máximo, por sua vez, declarou apoio a Moraes, deixando clara a ruptura com a indicação partidária. À época, chegou a afirmar que via em Léo a melhor opção para a capital. Esse episódio marcou não apenas uma derrota administrativa do partido, mas também uma ruptura simbólica entre Máximo e a estrutura que deveria sustentá-lo.

Passado esse episódio, ele ressurge agora com o que pode ser chamado de “o Máximo de força possível” em direção a 2026. Pesquisa realizada pelo Instituto Paraná Pesquisas, encomendada pelo Portal Rondovisão, mostra o deputado numericamente à frente em diferentes cenários da disputa para o governo do estado. O levantamento foi feito entre os dias 9 e 13 de agosto de 2025, por meio de entrevistas presenciais com 1.545 eleitores distribuídos em 36 municípios rondonienses, com margem de erro de 2,5 pontos percentuais e grau de confiança de 95%.

No primeiro cenário testado, Fernando Máximo lidera com 32,2% das intenções de voto. Atrás dele aparece o prefeito de Cacoal, Adailton Fúria, com 20,8%. O senador Confúcio Moura surge com 14,2% e o ex-prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves, com 11,7%. O vice-governador Sérgio Gonçalves registrou 2,2% e Samuel Costa, 1,2%. Entre os entrevistados, 6,6% não souberam responder ou não opinaram, enquanto votos nulos, brancos ou em nenhum candidato somaram 11,1%.

No segundo cenário, quando o nome de Marcos Rogério foi incluído, Máximo manteve a primeira posição, com 23,3%, contra 22,7% de Rogério. Adailton Fúria ficou em terceiro, com 18,4%. Essa diferença está dentro da margem de erro, mas demonstra que, mesmo diante de um concorrente forte, o deputado sustenta competitividade. Já no terceiro cenário, quando seu nome foi retirado, Rogério assumiu a dianteira com 30,9%, seguido por Fúria, com 21,3%, revelando o peso de Máximo na corrida: sua ausência redistribui de forma significativa os percentuais.

O quarto cenário incluiu Ivo Cassol, Jaime Bagattoli, Alex Redano e Acir Gurgacz. Nesse recorte, Cassol aparece numericamente à frente com 17,3%, mas dentro da margem de erro surge um empate técnico entre ele, Fernando Máximo (17,0%), Marcos Rogério (16,9%) e Adailton Fúria (15,3%). O resultado mostra uma disputa mais fragmentada, sem liderança isolada, mas mantém Máximo entre os primeiros colocados.

CONFIRA:
Maximo lidera intenções de voto para governo de Rondônia; Fúria, Rogério, Hildon e Confúcio aparecem bem cotados

As simulações de segundo turno reforçam ainda mais a posição do deputado. Contra Hildon Chaves, ele aparece com 50,9%, enquanto o adversário soma 21,4%. Contra Adailton Fúria, Máximo tem 49,6% contra 27,8%. Em ambos os casos, a vantagem é expressiva. Na simulação contra Marcos Rogério, a disputa é mais equilibrada: Máximo registra 41,8% e Rogério 39,5%. Os números confirmam que, embora não seja um favoritismo isolado em todos os cenários, Fernando Máximo é um dos principais polos de agregação de votos para 2026.

Os dados também mostram que outros nomes permanecem competitivos. Marcos Rogério, por exemplo, venceria tanto Hildon Chaves quanto Adailton Fúria em segundos turnos simulados. Em eventual confronto com Hildon, Rogério teria 52,2% contra 25,8%. Contra Fúria, alcançaria 50,1% contra 29,5%. Esses resultados indicam que o eleitorado se concentra em torno de alguns nomes específicos, em especial Fernando Máximo, Marcos Rogério e Adailton Fúria, com Confúcio Moura e Hildon Chaves ocupando posições intermediárias.

Além da disputa para o governo, a pesquisa incluiu também intenções de voto para o Senado Federal. Em 2026, Rondônia elegerá dois senadores, e o levantamento considerou variáveis como gênero, idade, escolaridade e renda na seleção da amostra. O Instituto Paraná Pesquisas realizou a coleta com acompanhamento técnico e auditoria de pelo menos 20% dos questionários aplicados.

Diante desse cenário, a situação de Fernando Máximo tem dois pontos claros. O primeiro é que ele dispõe de um capital eleitoral real e palpável, registrado em números que o colocam entre os favoritos em diversos cenários. O segundo é que esse capital pode ser desperdiçado caso ele não resolva com urgência sua situação partidária. Permanecer no União Brasil sem respaldo efetivo da direção pode significar repetir a experiência de 2024, quando foi escanteado em benefício de outro nome.

A janela partidária de 2026 será decisiva para definir seu futuro. Há informações de que o deputado avalia migrar para outra legenda, possivelmente o Podemos, partido que venceu a disputa em Porto Velho em 2024 com Léo Moraes. Essa movimentação, se confirmada, pode assegurar a estrutura necessária para transformar intenções de voto em viabilidade concreta. Se optar por permanecer no União Brasil, enfrentará o desafio de lidar com caciques que, embora mantenham aparente cordialidade, podem dificultar sua consolidação como candidato ao governo.

No campo político, os resultados da Paraná Pesquisas oferecem a Fernando Máximo um horizonte promissor, mas também um alerta. A pesquisa mostra um candidato competitivo, com recall suficiente para se manter entre os primeiros em praticamente todas as simulações. Porém, também mostra um risco: ser novamente vítima de articulações internas que lhe retirem espaço antes mesmo do início oficial da campanha.

A dois anos das eleições, os números já colocam Fernando Máximo em posição de destaque, mas os próximos movimentos definirão se ele consolidará a condição de favorito ou se se repetirá a história de 2024. O futuro dependerá menos das pesquisas e mais da sua capacidade de construir uma estrutura partidária sólida, capaz de transformar vantagem numérica em candidatura real.

AUTOR: INFORMA RONDÔNIA





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