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COLUNA DO SPERANÇA
Mauricio Carvalho e a PEC dos Criminosos; Jaime Bagattoli e as diligências fundiárias; e Hildon Chaves na corrida estadual

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A coluna traz repercussões da PEC rejeitada no Senado, articulações em torno da questão fundiária e movimentações políticas para o governo e Senado em Rondônia

Por Carlos Sperança - quinta-feira, 25/09/2025 - 08h25

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Nesta quinta-feira, 25, o jornalista Carlos Sperança aborda as críticas à postura de deputados federais rondonienses, como Mauricio Carvalho, que apoiaram a chamada PEC dos Criminosos; relata o anúncio do senador Jaime Bagatoli sobre diligências externas nas terras embargadas em Rondônia; e analisa o cenário eleitoral do estado, destacando a supremacia de Hildon Chaves em Porto Velho e as disputas que se desenham tanto para o governo quanto para o Senado em 2026.

Pressão sobre a Justiça

“A impunidade é a mãe da reincidência. Na medida em que não se pune, não se apura, isso gera um estímulo indireto para as pessoas acharem que está tudo solto, à vontade e os índices vão lá para cima”. Essa avaliação, de um ex-comandante da PM, Diógenes Lucca, ajuda a entender por que há tantas infrações ambientais na Amazônia, ao se saber que apenas 7% das ações penais sobre crimes relacionados à grilagem de terras na região resultaram em condenações, segundo estudo divulgado pelo Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia).

O estudo não se limita a esse dado: além de traçar um mapa das incidências criminosas, com a maioria dos casos ocorrendo no Pará (60%), Amazonas (15%) e Tocantins (8%), destaca a morosidade com que são concluídos – o tempo médio entre o início da tramitação e a decisão final é de seis anos, com boa parte tardando entre 13 e 18 anos, um empurrar com a barriga que persegue a prescrição.

É difícil exigir celeridade da Justiça quando figurões punidos pelo Judiciário empurram seus seguidores a uma furiosa guerra contra esse poder republicano alegando “perseguição”. No entanto, a Justiça é mais criticada pela demora que pelo óbvio esperneio dos punidos. Réus de crimes graves raramente admitem estar errados. Não se deve ignorar, porém, que processos apressados incorrem em erros que levam depois a mais demora.

E cara deles?

Pergunta-se de Praia do Tamanduá, no norte rondoniense, aos morros das serras em Colorado do Oeste, no Sul rondoniense como ficaram as caras dos deputados federais da nossa terrinha que tinham aprovado no Congresso Nacional a PEC dos Criminosos, que foi sepultada posteriormente no Senado por unanimidade. Da bancada federal rondoniense apenas a deputada federal Cristiane Lopes (União Brasil-Porto Velho) foi contra e lutou com unhas e dentes contra a medida que tornaria os parlamentares – inclusive os criminosos – e dirigentes partidários em semideuses. Casos do Coronel Chrisóstomo e do delegado Thiago Flores, que posavam de probos e rotavam a legalidade, o que dizem depois de tudo isto?

Os predadores

Os predadores dos deputados federais nas suas regiões vão usar nas eleições do ano que vem esta atitude da maioria dos deputados federais aprovando a PEC que defendia os interesses dos criminosos. Aliás, os parlamentares cumplices desta proposta já estão sendo alvo de linchamento nas redes sociais e seus adversários estão tratando de espalhar a coisa. De Rafael Fera já se esperava coisa parecida ou pior, mas do insuspeito Mauricio Carvalho, sempre posando de certinho, foi realmente uma surpresa sua cumplicidade com este famigerado projeto. Não merecem a reeleição. E Mosquini que se dizia puro e achava ficar no MDB algo indigno?

Mais diligências

Por solicitação do senador Jaime Bagatolli (PL-RO), o Senado da República fará diligencia externa nas terras embargadas em Rondônia. Porto Velho sediará o encontro nos dias 16 e 17 de outubro, com a presença de autoridades estaduais e municipais.Todos secretários de meio ambiente, desde a esfera estadual aos municipais estão sendo convocados para a reunião. Bagatoli explica que milhares de agricultores sofrem as consequências da falta da regularização fundiária no estado causando graves prejuízos ao desenvolvimento rondoniense. Ele quer destravar os impedimentos e buscar soluções para a questão fundiária.

A regionalização

Vai se constatando um panorama para eleição ao governo de Rondônia no ano que vem bem regionalizado. Em Porto Velho, com a supremacia do ex-prefeito Hildon Chaves (PSDB), em Ariquemes e Vale do Jamari com o ex-governador e atual senador Confúcio Moura (MDB) na ponteira, na região central, polarizada por Ji-Paraná, o ex-senador Marcos Rogério (PL), na Região do Café e Zona da Mata, o atual prefeito de Cacoal Adailton Fúria (PSD). Em nenhuma destas regiões citadas se constata a liderança do vice-governador Sergio Gonçalves (União Brasil) que é o candidato governista. É a candidatura chapa branca em apuros. E se for incluído o inelegível Cassol nas sondagens, aí a coisa piora mesmo.

Corrida ao Senado

Na corrida ao Senado, na capital, tirando Hildon Chaves (PSDB) e Fernando Máximo (indo para o Podemos) que anunciam candidaturas ao governo do estado, neste meu primeiro levantamento, que não tem nada de oficial, vão levando vantagem na peleja o atual govenador Marcos Rocha (União Brasil) e a ex-deputada federal Mariana Carvalho (União Brasil). Mariana não terá legenda no UB para a disputa e deverá pular para os Republicanos, do seu pai, pai, Aparício Carvalho. O ex-senador Acir Gurgacz (PDT e Caravana da Esperança) vai garantindo a rapadura em Ji-Paraná e região central, a deputada federal Silvia Cristina (PP) com uma boa média geral no estado, o delegado Camargo (Ariquemes) começa a decolar no Vale do Jamari, o milionário Bruno Scheidt é a lanterninha em todas as regiões do estado.

Brasil do Norte

O divisionismo do País e de estados volta a discussão no cenário político pré-eleição. Agora é a vez do deputado bolsonarista Paulo Bilynski (PL-SP) defender a divisão da nação entre o Brasil do Norte, reunindo os estados do Norte e Nordeste e Brasil do Sul, com os estados do Centro-Oeste, Sudeste e Sul do País. No Sul do País, existe ainda mais preciosismos, já que os sulistas querem o Brasil do Sul, só com os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, estados com mais identidade étnica, cultural e política, já que por lá predomina a direita conservadora. Em tempos de eleições sempre voltam estes regionalismos explorando o bairrismo do eleitorado.

Cabos elétricos

De Vilhena, no Cone Sul rondoniense, a Porto Velho, na região Norte, segue em curso geometricamente o roubo de cabos elétricos nas praças, logradouros públicos, em avenidas e de fiação elétrica nas residências. Precisamos dar um basta nesta situação. É necessário à Assembleia Legislativa e Câmara de Vereadores dos municípios apertarem mais a legislação em cima dos receptadores, com penas mais rigorosas para asfixiar a atividade criminosa que rende muito as facções criminosas principalmente pela valorização do cobre. Na própria capital as autoridades de segurança têm encontrado dificuldades para combater este vandalismo. Temos muitas residências depenadas.

Via Direta

*** Perambulando pela cidade de Porto Velho constato pequenas empresas fechando, muitos pequenos restaurantes e até distribuidoras de água cerrando as portas ***Os pequenos comerciantes dizem que enfrentam maus bocados na economia e que esta situação se arrasta há quase três meses, estão no vermelho e já não estão aguentando *** Em Ji-Paraná e região recomendo ao público ouvinte o programa Berro do Boi, em horário nobre, apresentado pelo rei da latinha Valdemar Camata, pela Rádio Alvorada, emissora pertencente ao SGC *** Acompanho Camata pelo rádio desde os tempos da Patrulha da Cidade, programa que fez história no radialismo rondoniense e que é sempre uma fonte de informação com credibilidade e independência.

AUTOR: CARLOS SPERANÇA





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