Auditores verificaram equipamentos, medicamentos, atendimento e ouviram usuários e servidores durante inspeções
Porto Velho, RO – Durante o domingo, 28 de setembro, equipes do Tribunal de Contas do Estado de Rondônia (TCE-RO) circularam por diferentes pontos da rede pública de saúde em Porto Velho. A inspeção incluiu a Policlínica Ana Adelaide, a Policlínica José Adelino, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Zona Sul e a Maternidade Municipal Mãe Esperança. A iniciativa compõe o Programa Permanente de Fiscalização da Saúde, que reúne acompanhamento técnico e coleta de relatos de profissionais e pacientes.
No trabalho de campo, os auditores observaram a disponibilidade de medicamentos, a execução de exames, a conservação de equipamentos, a presença de equipes de saúde e as condições de limpeza das unidades. Segundo o TCE, foram identificados pontos positivos já implementados, mas também deficiências que precisam de solução.
Usuários relataram suas percepções sobre o atendimento. Edison Borges afirmou: “Eu acho que é muito importante a presença do Tribunal de Contas. Porque, mesmo o atendimento estando bom, como hoje, mas é preciso melhorar”. O repositor Maxsuelden Araújo, que acompanhava a esposa em consulta, declarou: “Está bom o atendimento, mas pode melhorar. E com o Tribunal vai ficar nota 10”. A acadêmica Cristiane Araújo acrescentou: “O trabalho de vocês, do Tribunal, está servindo para melhorar, cada vez mais, o atendimento nas UPAS, pois, a população rondoniense precisa muito”.
Profissionais também destacaram os impactos da fiscalização. A técnica de radiologia Lucélia Borges citou a chegada de novos aparelhos de raio-X obtidos a partir da atuação do TCE junto à gestão municipal: “Com esses aparelhos, conseguimos atender bem a população”. Ela também avaliou: “Essa fiscalização é ótima, porque nos ajuda também a levar melhorias para a população e para os próprios servidores”. Já a enfermeira Sandra Petillo Cardoso, que coordena a Policlínica Ana Adelaide, afirmou que o Tribunal atua de forma orientadora: “O Tribunal vem nos orientar, e não apenas cobrar. Vê as nossas dificuldades, para tentar ajudar os gestores de como conseguir melhorar as nossas unidades de saúde”.
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O auditor de Controle Externo, Fernando Bordignon, alertou para o acúmulo de demandas em UPAs e policlínicas, que recebem casos que deveriam ser resolvidos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). “É um gargalo que reforça a necessidade de reorganização da rede de atenção primária para evitar a sobrecarga dos serviços de urgência e emergência”, destacou.
Na Maternidade Mãe Esperança, a fiscalização registrou profissionais presentes e instalações limpas, mas apontou pendências como conclusão da obra da nova unidade, reparos em infraestrutura e regularização de insumos como fraldas, algodão e compressas. Na Policlínica Ana Adelaide, situações relatadas em vistorias anteriores foram resolvidas, como o conserto do ar-condicionado, embora ainda haja necessidade de limpeza externa. Na José Adelino, verificou-se ausência de servidores sem justificativa, carência de medicamentos e insumos, além de equipamentos enferrujados e pintura inacabada. Já na UPA da Zona Sul, os auditores encontraram equipamentos inoperantes, falta de profissionais sem justificativa e ausência de impressora para o setor administrativo.
De acordo com a auditora de Controle Externo, Santa Spagnol, que coordenou os trabalhos, todas as constatações serão reunidas em relatório técnico a ser encaminhado à gestão municipal com recomendações: “O trabalho do Tribunal de Contas busca fazer com que a gestão dê a devida assistência à nossa população”.
O TCE informou que cada vistoria realizada tem como objetivo promover avanços no atendimento aos cidadãos e garantir melhores condições de trabalho às equipes da rede pública de saúde.