Senador aborda a influência de emendas parlamentares, desigualdade na distribuição do fundo eleitoral e desafios enfrentados por candidatos novatos
Porto Velho, RO – O senador por Rondônia, Confúcio Moura (MDB), publicou um texto intitulado “Uma saladinha de politicagem” no qual faz uma análise sobre o cenário político e eleitoral brasileiro. Na publicação, datada de 29 de dezembro de 2024, o parlamentar discorre sobre temas como a influência das emendas parlamentares, a perpetuação de famílias no poder e as dificuldades enfrentadas por candidatos novatos em eleições proporcionais.
Confúcio inicia o texto apontando que, teoricamente, as chances de novos candidatos se elegerem para a Câmara Federal são reduzidas. Ele atribui essa dificuldade à influência das emendas parlamentares, que criam um vínculo de gratidão entre os prefeitos beneficiados e os parlamentares em exercício. Apesar disso, reconhece que a renovação ocorre inevitavelmente: “Se olhar a distribuição de dinheiro, via emendas parlamentares, para as prefeituras, cria-se um efeito de gratidão aos antigos. Eu falei, teoricamente, porque a renovação vem de qualquer jeito.”
O senador também critica a desigualdade na distribuição do fundo eleitoral, que em 2024 alcançou quase R$ 5 bilhões. Segundo ele, essa disparidade estimula práticas de compra de votos: “A divisão do fundo é bem desigual. Tem os preferidos que recebem pacote cheio. Outros pacotes vazios. E o cara entra no desespero. Além de gastar o que é seu, vai atrás do que não é seu. E nada a declarar.”
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Outro ponto abordado por Confúcio é a perpetuação de famílias no poder, comparando essa dinâmica às antigas capitanias hereditárias: “Muitas famílias têm DNA para a política. Melhor dizendo, para se manterem no poder. Como se a política fosse capitania hereditária. Não é isso, mas, quase isso. O patrimônio eleitoral vai passando como herança.”
Por fim, o senador compartilha sua própria experiência em campanhas eleitorais, afirmando que adota uma estratégia baseada no contato direto com os eleitores: “Eu tenho meu jeito de disputar eleição. Ele me é consagrado. É o de entrar na campanha de boca. Não perder tempo. Correr trecho. Mostrar a cara. Suar a camisa.” Ele também admite limitações no uso de redes sociais e tecnologias modernas: “De inteligência artificial mesmo, me confesso um leso.”
O texto de Confúcio Moura oferece uma visão crítica e pessoal sobre as dinâmicas políticas e os desafios enfrentados no cenário eleitoral brasileiro, além de refletir sobre sua trajetória e métodos como político veterano.
AUTOR: INFORMA RONDÔNIA